domingo, 30 de novembro de 2014



Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e viver com ousadia.



Pois o triunfo pertence a quem se atreve
e a vida é muito bela para ser
insignificante.



BOA NOITE

Escuta o seu coração!
Por hoje pára, deixa o seu coração falar.
Ele quer lhe dizer que na vida,
tudo tem um sentido, um motivo,
nada do que ocorre, ocorre em vão ou por acaso,
Deus quer lhe falar no silêncio.
E no sossego, na paz e na tranqüilidade.
Volta para dentro de si e escuta aquela voz
que sai lá do fundo, de dentro da sua alma...
Reflita, você pode e todos podem...
Pois é a maior riqueza que Deus nos deu
É nosso telefone para falarmos com Deus.
E resolver aquele probleminha que nos aflige,
e não nos deixa dormir...
Por hoje, pára e reflita, vai encontrar respostas
inacreditáveis para o que precisa.
-Marta Peres-
Beijinhos




Boa Noite Anjo!!

Eu só posso estar na vida de outra pessoa
para fazer o bem...para acrescentar,
caso contrário,
eu sou perfeitamente
indispensável."

_
Pe: Fábio de Melo_

Uma Noite tranquila e felíz pra você
Beijos e meu carinho




sábado, 29 de novembro de 2014


Tudo o que faço é bem
simples, porém, repleto do
mais puro amor.

Ótimo Finzinho de Sábado!




Amor é construção,um
tijolo a cada dia.é um trabalho
que não termina nunca.


Cris Guerra


Ótimo Finzinho de Sábado!



QUEM ME DERA. . . BELA OU FERA.

E NÃO É QUE DEU COM POMPAS E FORMOSURA.
SEM PARTIDO OU FACÇÃO EM CIMA DO MURO OU
NA COLUNA DO MEIO SOLTA E DESPREOCUPADA.
SAIU SEM DORES APENAS ARRANHÕES.
MISTÉRIOS DE PROTEÇÃO O MUNDO GIRA APENAS
COM O TOQUE DE UMA MÃO E INTUI COM O CORAÇÃO.
OBRAS PRIMAS ESCULPIDAS SÓ COM A LUZ DA ALMA.
TUDO A SEU TEMPO NADA FICARÁ EM HAVER.
TUDO SE CONSUMA COM O ESTALAR DE DOIS DEDOS.
CREIA É O ABRAÇO DO MESTRE QUE NOS FAZ VIVER.

SOL HOLME 


BOM FINAL DE SEMANA PRA NÒS!


Amizade é um elo de amor...

Amizade é um elo indescritível,
Valor inenarrável em todas as fases;
É poder voar com o pensamento e
Estar presente em cada momento;
Amizade é sentimento, é alento,
É carinho com discernimento,
Sorriso de contentamento;
Encantamento de compartilhar,
Alegria, dor e amor,
É paz em nós, na fé que é amar.

Marisa de Medeiros

LINDO DIA PARA VOCÊ !
Bjs no ♥
:
BOM FIM DE SEMANA !


UMA BOA AMIZADE

Tem que ser simples....

Não precisa ser de toda hora,
Mas na hora mais necessária...
Ser a amizade das horas incertas,
Quando a tristeza espreita,
E nossa alegria se deserta...
Caminhar com a certeza do Amigo,
É estar seguro no coração de um abrigo...
É sentir que a dor pode ser dividida,
Que a alma não está perdida...
Receber o abraço de um amigo,
É escutar no aconchego silencioso,
Vem, Estou contigo...

Amizade é um selo de qualidade,
Que não traz a data da validade...
Cris Monteiro

LINDO DOMINGO PARA VOCÊ !
Bjs no ♥
: *♥*: : *♥*:

29 de novembro de 2014 | N° 17998
CLÁUDIA LAITANO

Cápsula do tempo

Quem tem filhos adultos, ou já se encaminhando para a vida adulta, experimenta de vez em quando uma curiosa espécie de “saudade na presença”: uma leve melancolia causada pela irrevogável separação de todas as etapas que já ficaram para trás.

Seu filho pode nunca ter permanecido muito tempo longe dos seus olhos, mas cada fase vencida transforma-se imediatamente em nostalgia, mesmo as mais trabalhosas. Se com relação às outras pessoas sentimos uma enganosa percepção de continuidade no tempo, por mais longa e próxima que seja a convivência, com relação aos nossos filhos há sempre a sensação de que nos despedimos de alguém no meio do caminho, sem perceber ou dar à devida solenidade à despedida.

O bebê que mal enxergava em volta e o que começou a andar, a criança que foi para a escola pela primeira vez e a que fugia para a sua cama nas noites de inverno – é como se cada uma delas fosse um indivíduo diferente, da qual, se pudéssemos escolher, não teríamos jamais nos separado.

Tiramos um milhão de fotos, gravamos um milhão de vídeos, guardamos desenhos rabiscados e brinquedos favoritos, mas o que gostaríamos mesmo era poder abraçá-los todos – do filho recém-nascido que embalamos na maternidade ao que beijamos na testa ontem mesmo – pelo menos uma vez por ano. Seria o melhor Dia das Mães e Pais já inventado.

O filme Boyhood, que estreou em Porto Alegre nesta semana, explora essa fantasia de congelar no tempo a própria passagem do tempo – ali onde ela é particularmente visível, a transformação de uma criança em um jovem adulto. Rodado ao longo de 12 anos, algumas cenas a cada ano, o filme acompanha o crescimento de um menino dos seis aos 18. Numa cena, ele é um garotinho bochechudo que apronta na escola e implica com a irmã mais velha.

Pouco depois, magro e alto, já está se despedindo da mãe e indo morar longe. O que acontece entre um momento e outro não tem nada de excepcional além da própria forma como o filme é narrado, que nos aproxima do personagem principal como se realmente tivéssemos visto o garoto crescer diante dos nossos olhos durante as duas horas que dura o filme.

O diretor Richard Linklater é um dos mais hábeis do cinema atual na arte de retratar o espírito da época através de histórias que não são especialmente épicas, trágicas ou fora do comum. Como em Antes da Meia-Noite, o último filme da trilogia “Antes”, Linklater parece fascinado com as marcas que a passagem do tempo deixa não apenas na aparência das pessoas, mas no que elas sentem e pensam, inclusive sobre si próprias. Boyhood fixa nossa atenção no menino e em tudo que nele vai mudando física e psicologicamente, mas o fato é que seus pais e todos em volta vão se transformando também, ainda que não de forma tão evidente como acontece com as crianças.


Como o protagonista do filme, estamos sempre deixando um pouco de nós para trás – e isso é triste e belo ao mesmo tempo. Como este pequeno grande filme.

WALCYR CARRASCO
28/11/2014 21h20 - Atualizado em 28/11/2014 21h26

Preço fixo

A lei que proíbe descontos acima de 5% nos livros deu certo na Europa. É uma proteção válida

Estive na Feira de Frankfurt neste ano, onde dei uma palestra sobre a criação do personagem. É a maior feira de livros do mundo. Ser convidado pela própria direção do evento lustrou meu ego. Não imaginava um espaço tão grande dedicado somente a livros. Eram 8.000 metros quadrados, divididos em vários pavilhões, por nacionalidades. Na noite anterior mal dormi, por ser minha primeira palestra em inglês. Tenho um sotaque pavoroso. Depois, concluí: numa feira com tantas nacionalidades presentes, quem não tem? Para meu alívio, ganhei aplausos. Foi bom. Quando a gente reflete sobre um tema, aprende um pouco mais, não é?
Me surpreendeu conviver com um vibrante mercado editorial. Conheci mais. Soube que Alemanha, França, Inglaterra, Espanha têm a lei do preço fixo para livros. Nas promoções, os descontos só podem chegar a 5%. Pode parecer errado. Quem não quer desconto? O problema é maior – e merece atenção.
Desde sempre, livrarias e sites, como o Submarino, vendem livros com descontos em promoções especiais. A entrada da Amazon no país aumentou a política de descontos. 

Para ganhar mercado, a Amazon chega a vender livros por um valor mais baixo do que compra das editoras. Exatamente. Perde dinheiro na venda. Um dos últimos casos foi Guga, um brasileiro.  Na Amazon, saía menos que o preço da editora. A chegada da Amazon teve vários lances de bastidores. Inicialmente, exigiam 70% das editoras. Para elas, sobraria 30%. Como o autor costuma ganhar de 10% a 15% do preço de capa, houve imensas dificuldades de negociação. Ficaram, até onde sei, nos 50% de praxe. Aí veio a outra questão: a estratégia para dominar o mercado com preços mais baixos.

Do ponto de vista de quem compra, ótimo. Inicialmente. Essa política comercial leva a um domínio absoluto. Sou cliente da Amazon americana há anos e sei quanto é competente. Oferece livros dentro de meus interesses de leitura. Os pedidos chegam rapidamente. Os sites, mesmo o nacional, funcionam agilmente. A Amazon produziu uma quebradeira entre as livrarias. Imaginem o que acontecerá no Brasil, principalmente com as pequenas. 

Quando meu livro Juntos para sempre saiu pela Editora Arqueiro, seguidores do Twitter me escreviam – não havia nenhum exemplar em sua cidade. A distribuição da Arqueiro é das melhores. Mas as pequenas livrarias dependem de um trabalho de formiguinha de distribuidores regionais.

 Portanto, se a Amazon perder dinheiro para ganhar mercado, ganhará o domínio absoluto da venda de livros no Brasil. Pelo menos é o que pensam os editores. Eles já se movimentam. Recentemente, o Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e a Associação Nacional de Livrarias (ANL) organizaram um seminário sobre o tema. Paralelamente, algumas editoras pararam de vender à Amazon.

– Se continuar assim, em pouco tempo dependeremos só dela. A Amazon ditará as regras – diz um editor.

O catálogo Avon, um dos maiores canais de venda de livros do país, também pratica preços abaixo do mercado. Mas a Avon é uma empresa de cosméticos, escolhe somente alguns títulos para promover.

O maior comprador de livros no país é o governo. Por meio de seu programa de incentivo à leitura, o PNLL, compra e distribui não só didáticos, mas literatura, a escolas, bibliotecas. Obviamente, uma compra governamental, pelo volume, ganha descontos especiais. Digo por mim: certa vez vendi 2 milhões de exemplares de um único título, Os miseráveis, traduzido e adaptado por mim. A editora fez um preço superespecial, e todos saímos sorrindo.

A luta pela lei do preço fixo é uma tentativa para conter a Amazon. Há ressalvas: o preço só valeria por alguns meses, no calor do lançamento; compras governamentais ficariam de fora.

A lei deu certo nos países europeus, com uma válida proteção do mercado. É preciso ter agilidade para implantá-la. Poucos editores confessam, mas são obrigados, ao adquirir os direitos de um best-seller de calibre, a comprar um pacote de títulos sem expressão, a traduzi-los e a lançá-los. Isso tira espaço de autores nacionais. Gráficas também estão quebrando. Há editoras que imprimem seus livros na China. Não entendo como imprimir na China e transportar o livro para cá seja mais barato. Mas é. A luta pelo preço fixo pode parecer contrária ao leitor. Mas só num primeiro momento. Seu resultado será a defesa de nosso mercado cultural.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Jaime Cimenti

Guia completo da arte ocidental

História ilustrada da arte: os principais movimentos e as obras mais importantes (Publifolha, 402 páginas, tradução e consultoria de Maria da Anunciação Rodrigues, R$ 99,00), com consultoria geral do professor inglês Ian Chilvers, em síntese, é um guia completo, com textos e ilustrações, para entender a evolução das artes visuais no Ocidente, através de um extenso panorama, biografia de artistas e contextualização histórica.

Da Pré-história à Idade Média é o título da primeira parte da obra, assinada por Iain Zaczek, autor de mais de trinta livros e especializado em arte celta e pré-rafaelita. Artes egípcia, grega e romana; primeiros cristãos e bizantinos; alta idade média e românico e gótico são os capítulos desta parte inicial.

Renascimento e Maneirismo, da escritora e historiadora Jude Welton, é a segunda parte do livro. O início do renascimento, o florescer, o alto renascimento, o renascimento veneziano e o do norte da Europa, o maneirismo italiano e fora da Itália, são os capítulos que mostram o importante período. Do Barroco ao Neoclassicismo, terceira parte, também de Ian Zaczek, fala de barroco italiano, flamengo e espanhol, holandês e francês, do rococó francês e fora da França e do neoclassicismo.

O Século XIX, da editora, escritora e historiadora Caroline Bugler, quarta parte, trata de romantismo, paisagem romântica, pré-rafaelitas, realismo, impressionismo, pós-impressionismo e simbolismo. A quinta parte, A Arte Moderna, assinada pela escritora e editora Lorrie Mack, trata de expressionismo, cubismo, início da arte abstrata, dadaísmo e surrealismo, expressionismo abstrato, pop art e op art, abstração recente e da tradição figurativa.

Aliando textos e imagens, em uma abordagem inovadora, a obra traz linhas do tempo, descreve a evolução da arte através das principais obras, aponta as fontes de inspiração e, importante, informa sobre momentos históricos e dados biográficos dos artistas, contextualizando as análises.


Em poucas centenas de páginas, o leitor poderá percorrer os milênios importantes para a história da arte. Nas páginas finais, um glossário, índice dos artistas e índice geral desta obra que mostra desde os primórdios da arte até as manifestações atuais, numa viagem estimulante pela arte, que está sempre em movimento.
Jaime Cimenti

Está difícil a vida de cronista?

A coisa não está fácil para ninguém, se é que algum dia esteve fácil, neste mundo de Deus. Antigamente tinha umas “facilidades” de Direito aí nas cidades do interior, o cara ia lá fazer as provas e, depois de algum tempo, tudo correndo bem, pegava o canudo, se fantasiava de doutor com terno e gravata, colocava um anelão de ouro e rubi no dedo e saía garganteando bem por aí, com certa facilidade.

Hoje, para os cronistas “autorreferentes”, a coisa está até bem, o cara fica falando das joias, dos brilhantes e do ouro de seu maravilhoso umbigo, das abelhas da casa da infância, das rendas da vovó e outros assuntos ou falta de assuntos relevantes. Nem precisa ler os jornais do dia e ouvir as falas das pessoas nas ruas e praças para analisar, comentar e opinar sobre temas espinhosos.

Na época do FHC, muitos cronistas dormiam tranquilos para, de manhã, escreverem contra ele. Era mais fácil. Com a chegada do Lula à presidência, eles ficaram viúvos do FHC e uns acharam até que acabariam desempregados.

Nesse Fla-Flu que virou a política e a vida nacionais, vamos combinar que está complicado para os cronistas opinativos. Se o cara é a favor do governo, os da oposição e os vinte e poucos por cento de brancos, abstenção e nulos ficam de marcação, cobrando coisas. Se o cara ataca o governo, a patrulha governista fica patrulhando, questionando. Se o cronista fica em cima do muro, mandam o cara ir trovar e escrever lá na Muralha da China. Se o cidadão elogia o governo na segunda-feira, critica na terça e não fala nada na quarta, é porque não tem coerência e tal. Complicado, não é? Vai saber.

Vai ver estão certos os escribas “autorreferentes”, desligados de compromissos e engajamentos e atentos só ao que se passa nas pontas de seus narizes. De mais a mais, especialmente lendo a crônica do dia, tem muitos leitores sábios que preferem temas mais leves e querem apenas digerir o café da manhã em paz. Alguém pode ser contra?

Muitos leitores querem ver o circo, os palhaços, os domadores, os tigres, os elefantes e os cronistas pegarem fogo. Cada um na sua. Cada um no seu quadrado, com seus gostos e direitos.

Pois é, o tempo passa, sempre passa, e os cronistas vão seguindo com sua missão de biografar o cotidiano, registrar algumas coisas e opinar sobre outras, que esse negócio de contar histórias e palpitar só termina quando o homem terminar. Deus nos livre! Arreda, vade retro, distopia apocalíptica!

Jaime Cimenti

terça-feira, 25 de novembro de 2014





"Se exagerássemos
em nossas alegrias
como fazemos em nossas perdas,
nossos problemas
perderiam toda sua importância."


UMA LINDA TERÇA-FEIRA PRA VOCÊ!

Com carinho...





BOM DIA MEU ANJO!!

Ser feliz é...
Fazer das lágrimas um sorriso,
Do passado um presente,
Do futuro um tudo,
Do nada um pouco.
Ser feliz é...
Fazer do ódio um amor,
Do amor um alguém,
Desse alguém uma vida,
Dessa vida você!

TENHA UMA ÓTIMA SEMANINHA!
Beijos ...






Lindo dia anjo!
Existem pessoas que espalham
luz por onde passam,trazem paz
alegria e força no olhar.
No céu recebem nome de anjo,
aqui chamamos de amigos
Bjos com carinho!


BOM DIA MEU ANJO!
"Haja o que houver, distribua
confiança e bom-ânimo,
porque a alegria é talvez
a única dádiva que você
é capaz de ofertar
sem possuir."
Beijinhos


25 de novembro de 2014 | N° 17994
FABRÍCIO CARPINEJAR

Minha árvore predileta

Assim como crianças cuidam de cachorro ou gato ou hamster ou tartaruga, eu protegia uma árvore na infância.

Uma árvore toda minha. Uma árvore de estimação. O balanço significava minha coleira. Quando estava triste, andava sentado no balanço. Quando estava alegre, andava de pé no balanço.

Eu conversava com a árvore, ela me lambia de volta. Eu jogava um osso para o alto, ela pegava com a sua boca.

A ameixeira ficava no centro do pátio e me levava para os telhados dos vizinhos.

Era a proa de um navio, a cabine de um avião.

Era minha escada para assistir ao mundo de cima. Tinha um esconderijo no alto dela, um observatório privilegiado da movimentação da casa. No momento em que cometia um crime doméstico, quebrar um vaso ou responder aos pais com palavrão, me refugiava em seus domínios e não me mexia para não ser descoberto e posto de castigo. Eu me fingia de coruja, de pintassilgo, de sabiá.

Era minha torre de guerra, quando arremessava ameixas nos meus irmãos sem que eles percebessem. Já venci grandes batalhas em suas muradas e impedi invasões dos manos com artilharia pesada.

Era minha melhor amiga. Minha conselheira. Tomado de tristeza dos amores platônicos, fechava os olhos e ouvia sua sinfonia de folhas. Somente minha árvore era capaz de me acalmar – banhava meu rosto de vento e esperança, me fazia cócegas com sua penugem de flores.

Minha árvore latia para quem me incomodasse. E cantava para quem me amava.

Ela me ensinou a descascar frutas, a cuspir caroços longe, a me equilibrar com uma perna e não ter medo de altura, a cair com os joelhos flexionados.

Era meu escritório de poemas. Minha água-furtada. Meu assoalho no céu. Levava um bloco e caneta e escrevia cartas para as futuras ex-namoradas.

Dormi em minha árvore predileta várias vezes, sesteava com o barulho intermitente das cigarras.

Eu segurava sua cintura e ela me convidava para dançar, pisei em seus pés no começo e ela não se importou, não reclamou, disse para seguir a música de dentro.

Ela fazia aniversário em outubro, cinco dias antes de meu aniversário, sei que era de Libra, nunca descobri seu ascendente e sua lua.

Fui seu tatuador, talhei um coração com meu nome em sua madeira, com as datas embaralhadas de nossos nascimentos.

Ela assobiava no verão. Ela ria no outono. Ela chorava no inverno. Ela pedia minha ajuda na primavera, estava muito carregada de frutas e quase desmaiava. Eu comia tudo o que podia em uma única tarde para devolver sua leveza.

Não deixei que a mãe pendurasse a corda do varal em seus ombros. Ela era criança para trabalhar na lavanderia secando roupas. A mãe amarrava, eu ia lá e desamarrava. Durante dias, seguimos esta luta silenciosa, este cabo de força, e acabei vencendo. Ela me agradeceu com um balão azul que apanhou com seus galhos de alguma festa perdida.

Levava minha árvore a passear pelo bairro com meu binóculo. Ela enxergava até a igreja São Sebastião, numa distância de um quilômetro.

Minha árvore adoeceu quando completei 10 anos. Teve o câncer de árvore, chamado de broca pelo adultos e de ferrugem pelas crianças. Sua madeira apodreceu. E perdeu seus braços e ficou apenas um tronco podado, uma estaca, uma cruz no pátio.


Minha árvore morreu de pé, como uma guerreira. Morreu ainda me esperando para o último abraço.

sábado, 22 de novembro de 2014



“Quer saber? 
Abraça o que é teu, 
abraça o que te faz bem, 
abraça o que te faz feliz. 

(Caio Fernando Abreu) 






Linda Tarde !

"Se não pudermos ser bons
o tempo todo, sejamos ao
menos bem intencionados..."

__(Marla de Queiroz)__

ADORO VOCê





Alimente seu coração apenas com os bons sentimentos,
aqueles que irão lhe render bons frutos,
esqueça os ressentimentos, não perca tempo
com magoas guardadas, isso não lhe fará bem,
libere boas energias, ame mais, sorria!
sorria para vida, abrace o amor, regue flores,
colha amores, ame! 
Acima de tudo ame desesperadamente
como se não houvesse tempo, plante e semeie o amor
onde você for, por onde andares exale um aroma suave
de alma pura e sem rancores, a vida é tão curta pra
ficar perdendo tempo com coisas fúteis e infrutíferas.
Por isso viva a vida com ternura e doçura.

(GORETH MAIA)


Fiquem com Deus, beijossssss!


23 de novembro de 2014 | N° 17992
FABRÍCIO CARPINEJAR

Jantar com os tios do interior

É jantar fora com os pais e os tios que você se sentirá uma criança de novo. Por mais que seja adulto e independente.

Eles manterão uma conversa fora do seu alcance, rememorando nomes apagados, mortos, distantes.

A parentela italiana não dá mole. Assume a condição de testemunha alimentar da reconstrução da genealogia familiar, gozará do privilégio de acompanhar a biografia oral, na íntegra, de seus antepassados.

Mesmo que tenha avançado uma geração, eles ainda estão uma geração à frente.

A princípio, participará do entrevero. Experimentará rápida glória social, que poderia ser resolvida no abraço de chegada. Eles vão perguntar o que anda fazendo, o desempenho do trabalho, o status de seu relacionamento, para logo se dispersar aos assuntos que mais interessam: quem morreu, quem adoeceu, quem se separou, quem está bem de vida, quem faliu, quem mudou de orientação sexual, quem engravidou. É uma agência de notícias da última metade do século. Os ouvidos adoecem devagar.

Até porque tia que é tia do interior fala baixo, enquanto o tio bebe tudo o que não deve. É um casal infalível: nenhum atrapalha o prazer do outro.

Ainda estão no aperitivo e você tem a convicção de que assiste a um documentário do Discovery. Carece de legendas para descansar os olhos. Naquele breve encontro, ouviu uma cota superior a um mês de trololó com seus amigos.

Como é difícil se inserir no debate, fica esperando a comida. Olhando para o infinito de uma televisão ligada e sem som, no fundo do ambiente. Quando se flagra fazendo leitura labial da novela é que está entediado e seu corpo e espírito estão definitivamente divorciados. Desapareceu materialmente dali.

A infância vem à tona. Quer ir embora. Quer dormir. Quer retornar para casa.

Acabou sua paciência. Precisa ser simpático, agradável, maduro, mas não tem mais como se comportar. A aparência vai se afundando com aquelas vozes distantes que parecem sobrevoar seu quarto depois das 23h. Recorda que, quando pequeno, fechava as pálpebras escutando as gargalhadas dos adultos na sala, os únicos que tinham o direito de dormir tarde.

Sim, voltou a ser um menino birrento, apesar da barba cobrindo o rosto. Impossível concorrer com a idade dos tios e seu apetite interminável de colocar o papo em dia. Estão recém na década passada e não demonstram o mínimo cansaço ou intenção de apressar os fatos.

Já observa o garçom com ternura, já repara quem fecha a conta com inveja, já começa a puxar a toalha, já começa a brincar com os palitos Gina e o saleiro, já torce para que ninguém peça a sobremesa, já puxa o braço do pai, já a mãe intervém e suplica para que tenha modos: “Vamos ouvir o que sua tia está contando, é importante!”.

Só falta descer para debaixo da mesa e brincar com os joelhos da família. Entrou no restaurante com a altivez de homem feito e sairá com alma de cachorro.


Será sempre a criança daquela família, sonhando com sua cama e arrependido de aceitar o convite para programa de gente grande.

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