sábado, 28 de fevereiro de 2015


Para o bom entendedor, uma palavra basta.
Assim, se você quiser comunicar alguma coisa
e não souber, não peça para quem fala muito,
busque alguém que fale bem, só o necessário.
Quem fala demais tem pouco crédito.
Que o Eterno Sol te ilumine!
Que o Amor te rodeie!
E que a tua Luz pura interior
guie o teu caminho!

Tenha Um
Lindo Final de Semana!

♥ Com Carinho ♥








Hoje, queria um dia
feito de horas de oferecer.
Porque há dias diferentes.
Dias especiais
em que queremos encomendar o sol,
a luz do horizonte, a doçura do ar.
Queria oferecer um dia hoje.
Um dia perfeito
.Embrulhado em momentos guardados.
Talvez com uma fita cor de certeza
calma, e um laço pleno de voltas cúmplices.
Só um dia.Dado assim ...

_Mário Quintana_




01 de março de 2015 | N° 18088
MARTHA MEDEIROS

Os charmosos do contra

Todos vão para Machu Picchu? Eu embarco para Porto Príncipe. Todos estão lendo o novo livro do Chico Buarque? Nem abro. Show do Paul McCartney de novo? Ele pode vir 46 vezes ao Brasil que não vou. Prefiro o Guri de Uruguaiana.

O que? O Guri de Uruguaiana está lotando teatros? Desisti, não vou mais.

E assim ele vai sedimentando seu caráter. Ele, o homem que se recusa a fazer o que todos fazem. Ou ela, a que se recusa a seguir o rebanho. Pode ser tanto ele como ela. Os que formatam sua personalidade protestando contra o senso comum.

Fico dividida diante dessas criaturas. Por um lado, reconheço sua autenticidade como virtude e os admiro pela perseverança em sempre buscar aquilo que quase ninguém viu, quase ninguém leu, quase ninguém escutou falar a respeito. Eles sustentam os mercados independentes e de quebra atraem para si o charme dos aventureiros e desbravadores. São homens e mulheres únicos. Não foram produzidos em série.

Como não se apaixonar por uma criatura dessas? Criei aqui uma figura hipotética e já estou quase o convidando para jantar.

Por outro lado, acho que deve ser meio cansativo buscar sempre aquilo que é estranho, diferente, inédito, escondido, inabitado, marginal, esquisito. Ainda mais nesses tempos de conexão tecnológica, em que praticamente não existem mais segredos. O novo permanece novo por muito pouco tempo. O Mr. Autêntico tem que ser rápido.

Tem outra questão: o autêntico não quer conhecer o Rio de Janeiro, seria uma viagem óbvia. Não foi assistir a Birdman porque ganhou o Oscar. Nunca leu um livro que tenha ganhado segunda edição. Odeia ceviche sem nunca ter experimentado. Perdeu grandes festas. Valerá mesmo a pena ser um anti-herói?

Outro dia conversava com um exemplar dessa espécie e, mesmo extasiada com sua biografia de outsider, arrisquei uma perguntinha miúda: não dá para transitar entre lá e cá? Se você quer ir até a Groenlândia, pega mal fazer um pit stop em Ibiza? Não dá para infiltrar alguma literatura norte-americana em meio a sua coleção de poesia indígena? Posso pedir um filé com fritas em vez de sopa de capivara? Se eu for conhecer uma pousada no meio do mato que não está no Booking.com, encontrarei um vaso sanitário no banheiro ou isso é um luxo pequeno burguês?

Transitar entre lá e cá. Ser um pouco da urbe e um pouco da selva, um pouco curioso e um pouco rendido, ter histórias alucinantes para contar e outras bem triviais, é possível?

Então o milagre se deu. Ele disse que estaria disposto a conhecer o Rio de Janeiro (desde que pudesse dar uma passada antes em algum lugarejo com menos de 50 habitantes, sem luz elétrica). O convidei para jantar na mesma hora. Não pedi filé com fritas para não provocar. E ele não pediu sopa de capivara porque não tinha.


Ser um pouco da urbe e um pouco da selva, um pouco curioso e um pouco rendido, é possível?

01 de março de 2015 | N° 18088
ANTONIO PRATA

Fábulas monterrosianas

O burro, a mula, o jegue e o jumento se reuniram numa assembleia para redigir um manifesto contra o cavalo. Era intolerável que eles trabalhassem tanto ou mais do que o nobre colega equino, mas só no nobre colega equino ficasse hypado. “Alguém aí já viu burro em propaganda de cigarro?”, “E mau aluno com chapéu de cavalo?”, “E por que nunca criam uma mula unicórnio?”. Redigiram um manifesto a oito cascos exigindo a imediata distribuição do sucesso cavalar para a totalidade da classe equestre e uma maior equanimidade (atenção: trocadilho) na divisão internacional do trabalho.

No dia seguinte, o burro, a mula, o jegue e o jumento foram ao pasto, entregar o manifesto. O cavalo os olhou, mal-humorado, mascando um capim, com sua pinta de Charles Bronson. “Que foi?”. “Nada, nada”, responderam, trêmulos, e desistiram de entregar o documento.

Voltando do encontro, o burro, a mula, o jegue e o jumento avistaram a zebra, bebendo água num lago. Correram até lá, a cercaram e lhe deram uma surra de coices e pinotes. “Zebra vagabunda!”. “Quem você pensa que é?!”, “Não trabalha! Não faz nada! Passa o dia de pijama!”, “Vergonha da classe equina!”.

Era uma vez um gato rajado, velho e gordo que fingia ser filhote de tigre. Ele chegava a uma cidade, entrava no primeiro bar e batia no balcão: “Barman, bourbon! Eu sou filhote de tigre! Se você não me der bourbon, eu volto aqui quando crescer e te como no café da manhã!”. Todo mundo caía na gargalhada. O poodle na mesa de sinuca tirava o cigarro da boca e provocava, “Eu sou filhote de urso!”, a mariposa do lustre gritava, “Eu sou um B-52!”, o macaco, jogando dardos, emendava, “Eu sou um bonsai de King Kong!”, e o gato rajado, velho e gordo seguia para a próxima cidade.

O vírus tinha inveja da bactéria, que tinha inveja do ácaro, que tinha inveja da pulga, que tinha inveja do besouro, que tinha inveja do rato, que tinha inveja do gato, que tinha inveja do puma, que tinha inveja do tigre, que tinha inveja do leão, que tinha inveja do leão mais jovem, que tinha inveja dos leões mais jovens de antigamente, que, dizem os leões mais velhos, eram muito mais fortes, mais livres e não tinham inveja de ninguém.

“Segundo a assessoria de imprensa do time dos macacos, o lateral direito Prego, 29, não descarta processar a torcida das hienas que, durante uma cobrança de escanteio, atirou relógios, óculos e escovas de dentes em sua direção”.

A cascavel entra a milhão no Pronto Socorro: “Mordi a língua! Mordi a língua!”.

Três lesmas muito machas se reunem pra brincar de roleta russa. No meio da roda, uma caixinha de Tic-Tac com seis balas dentro. Cinco, na verdade: a sexta, idêntica às outras, é uma pedra de sal.

Décadas atrás, era impensável um ouriço transgênero. Hoje, veja só, para todo lado que se olhe percebe-se – azuis, violetas, rosadas – a grande quantidade de anêmonas


ps. Estes textos são descaradamente inspirados no livro A Ovelha Negra e Outras Fábulas, de Augusto Monterroso, Cosac Naify, tradução de Millôr Fernandes.

01 de março de 2015 | N° 18088
FABRÍCIO CARPINEJAR

Superpoder

Todo mundo é super-herói. Todo mundo tem um poder especial. Uma característica que transforma a existência.

Pode ser uma virtude disfarçada de defeito. Pode ser algo de que você não gosta em si.

Quando conheço alguém, sei que estou desvendando um superpoder por detrás da aparência e da normalidade, uma vida multiplicada por um talento.

No jardim de infância, tinha a Bárbara, que odiava sua boca carnuda. Recebeu o apelido de flor carnívora. Mas foram justamente os lábios desenhados com volúpia que fizeram com que virasse modelo de sucesso. Recordo também de Daniel, na adolescência, com dificuldade de se expressar em público. Abominava sua timidez, gaguejava quando pressionado. Pois sua retração fascinava as mulheres, que o rodeavam e falavam por ele. Não existiu um garanhão igual na faculdade.

Conservamos um trejeito em particular que revela nossa personalidade. Já vi muita gente simples com o superpoder da esperança, capaz de enfrentar diagnósticos terríveis e a morte próxima. Ou com o superpoder da paciência, desarmando brigas com uma voz mansa e calma, sem jamais levar o desaforo para o lado pessoal. Ou com o superpoder da fé, cumprindo quilômetros de joelhos em nome de uma promessa.

Há feirantes com o superpoder do grito, atraindo compradores à distância. Há ambulantes com o superpoder do tempo, farejam pela cor da nuvem ou pela arruaça dos pássaros se choverá dentro de quinze minutos e se devem levantar a barraca. Há quem tenha o superpoder de localização, de tanto andar de ônibus, e palmilham a cidade de olhos vendados.

Minha empregada Cleonice, por exemplo, tem o superpoder da risada. A casa está tensa, acabrunhada, e ela aparece cortando a atmosfera com seu bom-dia risonho. Abre as janelas e as portas ao arejar os humores. O filho Vicente mantém o superpoder dos cílios enormes. Observa de um modo tão misterioso, com aquele olhar de árvore, que logo precipita a eloquência dos familiares – sempre está em vantagem na captura de segredos. Já Mariana guarda o dom da irreverência: dramática, passional, intensa, ela sente o mundo duas vezes mais do que a média. Dela, receberá as mais bonitas, sinceras e corajosas declarações.

O ideal é que seja amado pelo seu superpoder. Descobrir alguém que identifique sua fraqueza, e a reconheça como estimulante, apesar de ser um empecilho no entendimento da maioria.


Se bem que o amor torna qualquer um poderoso.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015


26 de fevereiro de 2015 | N° 18085
DAVID COIMBRA

Cuidado: o PT quer defender a Petrobras

Os petistas estão quase me convencendo de que a Petrobras tem de ser privatizada. Eu era figadal, intestinal e cerebralmente contra a privatização, mas eles estão me abrindo os olhos. Imagine você, estupefato leitor, que um grupo de petistas botou camisas vermelhas e saiu por aí, gritando “em defesa” da Petrobras. Mas como? Os petistas defendendo a Petrobras? Contra quem?

Juro que fiquei confuso e, quando fico confuso, apelo para a matemática. Faço uma espécie de teorema para tentar entender o assunto. Então, vamos lá. Temos um problema a resolver, resumido na seguinte pergunta: contra quem a Petrobras deve ser defendida? Os dados concretos:

1. A Petrobras está sendo mesmo roubada. Isso está provado de sobejo.

2. A revelação do roubo prejudicou a empresa, o valor de suas ações despencou e ela está sendo olhada com desconfiança por investidores. Isso também é fato.

3. Conclusão: a Petrobras precisa realmente de defesa.

Com o que, voltamos à questão original: quem são os responsáveis? Talvez o roubo venha desde a década de 50, quando Getúlio Vargas discursava no São Januário e dizia que o petróleo era nosso. Talvez tenha havido roubo quando Ernesto Geisel foi presidente da Petrobras, quando Shigeaki Ueki anunciou a descoberta de petróleo no mar do Rio de Janeiro, quando Sarney, Collor e Fernando Henrique foram presidentes da República. Talvez. Se esse roubo pretérito for comprovado, que sejam manchadas as memórias dos ditadores Vargas e Geisel e que sejam punidos os vivos.

Só que há mais de 12 anos a Petrobras está sendo controlada por governantes do PT. E são 12 anos de roubo comprovado. E as investigações apontam que, nesses 12 anos, o roubo foi sistematizado, tornou-se um roubo orgânico e metódico.

Doze anos... Transforme esse tempo em bilhões de dólares, tente imaginar o tamanho do que foi subtraído do país e se assombre.

Doze anos... Vamos acreditar que nenhum petista tenha posto a mão em qualquer centavo sujo nesse tempo todo. Vamos acreditar que a corrupção não serviu ao projeto de eternização no poder do PT. Sejamos crédulos: os outros roubaram; eles, não. Mas, em 12 anos, eles não viram nada? Eles estavam no comando da Petrobras, e não perceberam nem um único bilhãozinho sendo desviado? Neste caso, o PT foi de uma incompetência retumbante, coisa nunca vista na história da administração pública mundial.

Pensando nessa óbvia, clara e corrosiva incompetência, não em desonestidade ainda não julgada, concluo que os petistas não têm moral para sair à rua em defesa da Petrobras. Os petistas dizem que algo tem de ser feito com a Petrobras? Faça-se o contrário. Petistas gritam que a Petrobras não pode ser privatizada? Opa! Aí está uma forte indicação de que a Petrobras talvez tenha de ser privatizada. Porque a Petrobras tem de ser defendida, sim. Defendida de quem a rouba e de quem a comanda e não vê quem a rouba. Defendida do PT.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015


25 de fevereiro de 2015 | N° 18084
MARTHA MEDEIROS

Plano-sequência

Uma das peculiaridades de Birdman, ganhador do Oscar, é ter sido filmado num plano-sequência, com apenas alguns poucos subterfúgios para cortar o filme sem dar esta impressão, então o que vemos é uma ação ininterrupta, tal qual a vida real, que não tem corte também, não existe, por exemplo, uma corrupção que começou de repente, em determinado dia, com a entrada de determinado partido no poder.

A corrupção tem estado em cena persistentemente desde que o Brasil foi descoberto, ainda que ela tenha encontrado terreno fértil nos últimos anos, e o mesmo acontece com a questão do aborto, discussão que se ampara em um sentimentalismo barato, mulher nenhuma levará uma gestação adiante se ela não quiser, nenhuma jamais levou, nossas avós abortavam, nossas bisavós abortavam, e a mulher de amanhã também abortará, sendo crime ou não.

Ou seja, criminalizar é apenas uma forma de punir essa mulher, obrigá-la a procedimentos clandestinos, uma hipocrisia a mais num país que se recusa a deixar a religião de lado para pensar de forma menos passional e mais sintonizada com seu tempo, mas não adianta, é assim desde sempre, ato contínuo, somos os campeões do prolongamento do nosso atraso, e outra prova disso é a questão de adoção de crianças por casais homoafetivos, a cena se estende, considera-se absurdo alguém ser criado com amor por dois homens ou duas mulheres.

Muito melhor o orfanato, a desatenção, a moral empoeirada, melhor salvar os bons costumes e deixar a criança se ferrar em seu abandono, e lá vamos nós dar continuidade a um jeito mascarado de existir, faz de conta que as instituições são mais importantes que as pessoas, faz de conta que a figura etérea de Deus é mais importante que a felicidade de cada um, faz de conta que existe eternidade e que isso aqui é só um aperitivo, um unhappy hour antes de irmos todos para um lugar melhor, mas que ninguém sabe onde é, como é.

E assim, cultivando crendices, superstições e ignorâncias seguimos perpetuando uma vida surreal, seguimos tapando os olhos para o evidente em detrimento do que se supõe, seguimos enaltecendo as ilusões em detrimento da realidade, a vida é simples, a vida não precisa de tantos mandamentos, não precisa de tanto além, de tanto mistério, de tanta mentira, de tanto apego ao sobrenatural a fim de não enfrentar o que é natural – o desejo –, mas não, o mundo está caindo de podre e a câmera segue filmando.

É um plano-sequência, todos cultivando problemas a fim de valorizar sua trajetória, todos, como os personagens de Birdman, desesperados diante da própria desimportância, recusando-se a entender que só serão livres quando desapegarem do ego, não querendo enxergar que o poder é uma ilusão patética, que dogmas não são boias salva-vidas, que o mundo pode ser mais leve e alegre do que é, e que somos todos iguais nesta caminhada rumo a um final em aberto.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

OI MEU ANJO AMIGO:

"Eu ficaria contente se fosse lido por
pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem
que a aproximação, do que quer que seja,
se faz gradualmente e penosamente -
atravessando inclusive o oposto daquilo
de que se vai aproximar. Aquelas pessoas que,
só elas, entenderão bem devagar que...
nada tira de ninguém. ...dando pouco
a pouco uma alegria difícil;mas chama-se alegria."

Clarice Lispector

Beijinhos a todos, no ♥


OLÀ MEU ANJO AMIGO: 


Sonhar, mesmo um sonho impossível.
Amar ainda que sem retorno, chorar quando tiver
vontade, sorrir, sempre, viver como se cada
minuto fosse o último.
Não tenha medo do seu coração, do amanhã, do sentir,
do buscar, do confiar no seu instinto,
do dizer para alguém o quanto ela é importante.
Simplesmente seja você e sonhe.
Pois o encanto da vida, depende unicamente
do que cultivamos.

Beijinhos a todos, no ♥



OI MEU ANJO AMIGO:

Construindo minha longa caminhada
Revejo momentos que foram preciosos
Já não sofro, muito aprendi nessa estrada

E se hoje sou mais feliz que outrora
É que aprendi durante toda a jornada
A viver em paz na vida, viver o agora

E os sonhos vão nascendo em mim
Feito primavera que se deixa virar flor

(Maria Rita Bomfim)
Com Carinho,


OLÀ MEU ANJO AMIGO:

LIÇÕES DA VIDA

Nesta vida somos aprendizes,
alunos da escola cotidiana,
entre ângulos, temos diretrizes
a seguir na trajetória humana.

Difíceis lições ao longo do tempo,
lapidam arestas, traçam tangentes,
através do amor e do sofrimento
é que se aprende a ser gente...

Assim se processa o aprendizado,
uns desatentos, outros aplicados,
assimilando os ensinamentos...

Comungando os fatos da existência,
agregando em si as experiências,
que levam ao aperfeiçoamento...

Bryzza
Beijinhos a todos, no ♥



 É TÃO  CALMA E SUAVE A NOITE ONDE ME ACONCHEGO NOS TEUS BRAÇOS.  SINTO A LEVEZA DO MANTO ESCURO COBRINDO A CLARIDADE DO DIA.  FECHO OS OLHOS E DEIXO A MAGIA ACONTECER. . .
 MEU CORPO REPOUSA  COM A LUZ DAS ESTRELAS E MINHA ALMA TRANSCENDE.  E NESSE DOCE ENCANTO ME ENTREGO ADORMEÇO COM A MÃO NO TEU PEITO  SENTIDO O CHEIRO DO NOSSO AMOR QUE ACORDA PELA MANHÃ DESLIZANDO  MINHAS MÃOS NAS TUAS COSTAS E BEIJANDO O TEU PEITO SÓ PARA OUVIR A  AS BATIDAS DOS CORAÇÕES PEDINDO QUE A NOITE NÃO ACABE.

-SOL HOLME-



24 de fevereiro de 2015 | N° 18083
FABRÍCIO CARPINEJAR

Todo cão é fiel

Tenho um irmão amado que mora em Faxinal do Soturno: Miguel, juiz, pai do Murilo e casado com Milena.

É o caçula de casa, o único que se dá bem com toda a família e o mais quieto e sábio, talvez porque foi o último a chegar nas brigas e descobriu que eram insolúveis e não valeria a pena perder tempo com elas.

Ele cuida de dois cachorros. O mais novo, um salsicha, o Mandi, foi atropelado na frente do Miguel. Escapou de um passeio vigiado na residência e se animou a atravessar a rua de repente.

Diante do estrondo das rodas, do rasgo do freio e do latido esganiçado, Miguel correu para socorrê-lo. Mesmo abatido, mesmo morrendo, o cachorro mexeu o rabo ao ver seu dono.

Destroçado, encolhido na frieza das pedras, fez um esforço colossal de mexer o rabo para festejar as mãos de Miguel em sua cabeça. Apesar de ferido e sangrando, alheio a sua condição agonizante, mexeu o rabo, esta mão prodigiosa que o cachorro tem além das patas, esta antena do coração, esta risada do corpo.

Mesmo soltando seu último suspiro, mesmo desesperadamente doendo, o cachorro mexeu o rabo ao ver o Miguel próximo. Mesmo no pior momento de sua vida, ele encontrou um instante de felicidade e ternura, e acenou com o rabo, quis demonstrar para Miguel que o amava.

Mexeu o rabo de agradecimento. Mexeu o rabo de comoção. Mexeu o rabo, como sempre mexeu o rabo, quando Miguel chegava do trabalho e perguntava pelo seu nome pelos corredores. Nada mudaria seu hábito de mexer o rabo. Nada arrancaria dele o gesto puro e repetido dia a dia.

Nem o fim impediu sua declaração. Nem a falta de ar, o medo, a angústia de não estar mais entre nós para sempre. Ficou mais feliz de ver Miguel do que triste de morrer. Ele é um exemplo de como não ser tragado pela infelicidade.

O quanto não devemos nos afundar na angústia, seremos maiores do que as fatalidades e os reveses, pois poderemos agradecer o que somos e o que recebemos.

Ainda que nossa vida esteja perdida, temos uma chance de eternizá-la ao nos entregar para a amizade do outro.

Miguel mexeu os olhos em resposta. Sem ter certeza se estava rindo pelo carinho surpreendente de seu cão naquele momento ou chorando pelo acidente trágico.


As lágrimas escorriam, ao mesmo tempo, de contentamento envergonhado e de dor exagerada. Não conseguia separar os sentimentos. Isto é a grandeza do humano, a imprevisibilidade do amor, que também mora na alma dos cachorros.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

sábado, 21 de fevereiro de 2015




Boa Tarde



Sonhar é bom, mas, buscar a realização
dos sonhos é ainda melhor. Sonhe
sempre alto mas não se esqueça de
que é com pequenas ações, que se
chega a grandes realizações...

Passei pra te desejar
uma Noite de Paz!
Um soninho tranqüilo...
Um Ótimo Feriado...
Dizer que te Adoro!
E também... que a cada dia que passa
agradeço mais por sua Amizade...
Beijos







ﮨﯝﮨ♥ﮨﯝﮨ:.Linda tarde meu Anjo.:ﮨﯝﮨ♥ﮨﯝﮨ:.




Sabe qual a recompensa

De gostar e confiar em alguém.

É que sabemos que além de Deus

tem Alguém olhando e desejando

O melhor pra você...


Para você uma linda e feliz Tarde! 
Beijinhos


Boa Tarde Anjo!!

"Que ua tarde seja repleta de Alegrias!
E que os anjos de Deus...
Estejam ao seu redor...
Durante todo seu dia...
Abençoando-te grandemente!

Que seu coração e seus sonhos...
Sejam renovados e...
Fortalecidos por Deus!"

Deus abençoe a sua vida!!
Beijos carinhosos...

22 de fevereiro de 2015 | N° 18081
FABRÍCIO CARPINEJAR

Meus filhos cresceram, e agora?

Jamais envelhecemos reparando em nossa idade.

O costume é nos perdoar, esticar as rugas com o riso, desprezar a falta de fôlego e os ossos estalando. Ainda guardamos dentro da gente a vitalidade do pensamento, mesmo que o corpo não acompanhe.

Relevamos as pontadas, o cansaço e a vontade de sentar logo ao entrar em uma sala. Não achamos que é sério. Costumamos explicar que é apenas uma indisposição temporária ou uma noite mal dormida ou o excesso do calor.

Não chamamos nunca a velhice pelo nome, está cheia de sinônimos.

O único jeito de encarar o peso dos anos é pela idade dos filhos. Eles nos denunciam. Eles nos entregam. São delatores de nossa data de nascimento. Representam um cartório sempre aberto dentro de casa.

Não tem como pintar o cabelo, estender pano de prato com calendário antigo ou fingir que não é conosco.

Meus pais esqueceram que já estão com 76 anos. Nem as cartelas vazias do remédio no café da manhã são alarmes de suas fragilidades. Mas lembrarão imediatamente do longo percurso se avisá-los que o caçula Miguel tem quarenta anos e que todos os seus filhos passaram das quatro décadas.

Eu me vejo como um guri, capaz de empreender indiadas e emendar noites trabalhando. Por mim, não sofreria abalo psicológico, não experimentaria crise de lobo, raposa, cachorro, hiena. Não me percebia velho. Nenhuma festa acentuava a passagem do tempo.

Até o momento em que comemorei o aniversário de 21 anos de minha filha. Mariana completou a maioridade. Sou pai de uma mulher de 21 anos. Minha menina é uma mulher.

Assim como o Vicente, que parecia um eterno bebê, acaba de pisar na adolescência com os dois pés. Fez 13 anos na última sexta. Meu piá tem 13 anos. A voz é de um homem, fala grosso e chiado, bate a porta do quarto com força exigindo privacidade.

Eu considerava que ambos demorariam séculos imaginários para alcançar a fase adulta. Não estou preparado para ter filhos adultos e abandonar o termo “minhas crianças”. Como se despedir da infância pela segunda vez?

É o medo de perder a paternidade mais pura, a confiança cega e incondicional de seus pequenos, e também o medo de não estar mais aqui para ver a sequência da família.

Recordo que os 13 anos do Vicente estavam ligados à quitação do imóvel de São Leopoldo. Era um longo financiamento, projetado para longe, numa realidade remota e absurda. O ano de 2015 soava, no contrato de 2002, como um filme de ficção científica.

Nem sonhava que esta data fosse existir. Pagava religiosamente todo mês como se fosse um dízimo perpétuo.

A ampulheta virou e perdi a contagem. Distraído com o mar, não enumerei os grãos de areia debaixo dos pés.


Pois aconteceu. Chegou esse dia que me diz que estou envelhecendo, que o futuro já é passado, onde o agradecimento e o pedido de desculpa estão soberanamente misturados.


A razão de estarmos aqui na Terra:
para nos aperfeiçoarmos através da aprendizagem.
Sempre que se apresentar diante de nós uma situação de escolha,
pensemos no nosso próximo e vejamos se nossa escolha
não causará dor e sofrimento a outros.
Não há como ser feliz destruindo-se a felicidade do próximo.
Usemos o nosso direito de escolha, ou seja,
o livre arbítrio que Deus nos deu,
para decidirmos sem egoísmo e sempre visando o bem geral.
Trabalhando pelo bem e pela alegria de todos,
só teremos a receber os bons frutos dessa atitude
UM OTIMO SÁBADO.
BEIJOKAS

Que seja Lindo o seu sábado
Amizades se constroem
Com o tempo
Sem pressa
Poque e desnecesario termos pressa
Ela se formara aos poucos
Como o nascer do Sol
Ecomo o Sol
Brilhara intensamente
Em nossas almas

Andre Luiz Bicalho



Hiper delicioso Final de semana.


Lindo Final de semana...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015


OLÁ MEU ANJO!!!

Sinta vivendo agora
A juventude que eu tive um dia
Viva a emoção sem demora
Não curta a dor, só alegria

Como tudo na vida passa
Não passe com amargor
Sua fase tão linda na vida
De ser jovem e dar calor

Você é linda e perfeita
As pequenas falhas se vão
Quando souber que a receita
É ouvir seu próprio coração!

Autora: (Lúcia Biazetto
Beijokas em teu ♥





AMIZADE LINDA!


Meus amigos são assim...
Flor, Sol, Luz
um mimo de Deus pra mim!
( Arnalda Rabelo )


Linda Amizade!


Linda Amzade!


Postagem em destaque

04 de Setembro de 2024 CARPINEJAR Será o último capítulo? Será o derradeiro capítulo de uma das maiores tragédias gaúchas? Onze anos depois,...

Postagens mais visitadas