terça-feira, 9 de dezembro de 2014



Não há como retornar ao que já não existe nem como adiantar
o relógio para se chegar rapidamente ao que ainda não é.
Experimentar na própria alma a força terna e tecelã da vida,
ao mesmo tempo em que nos sentimos tão frágeis, é um desafio
que requer paciência, toda gentileza e muita fé. As novas flores
já moram nos brotos, mas ainda não desabrocharam.
A chuva de renovação está dentro das nuvens, mas elas
ainda não verteram. A borboleta já voa na crisálida,
mas ela ainda nem se deu conta direito da novidade de ter asas.

ANA JÁCOMO

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