terça-feira, 28 de abril de 2015


28 de abril de 2015 | N° 18146
CARPINEJAR

O mistério do cofre de meu pai

Meu pai tinha um cofre. Ficava atrás de um quadro do Vasco Prado, em nossa antiga casa na Rua Corte Real, em Porto Alegre (RS).

Ninguém conhecia a senha, a não ser ele.

Ninguém enxergava o que ele colocava lá.

Imaginávamos maços de dólares e sacos de cruzeiros. Imaginávamos, eu e os irmãos, que ele alimentava uma montanha de moedas do Tio Patinhas. Que usava uma pá para tirar o excesso e nos repassar a mesada que gastávamos com balas Xaxá no armazém da esquina.

Quando ele mexia no esconderijo, não podíamos permanecer perto. Chamava a nossa mãe para nos levar embora. Era uma questão de segurança.

Um dia, o Rodrigo apareceu com estetoscópio de médico para ouvir o que tinha dentro. Outro dia, o Miguel bateu com um martelinho para verificar a profundidade do fosso. E ainda teve um dia em que a Carla arriscou uma combinação a partir da data de aniversário do pai, não deu certo e quase fomos pegos.

O segredo durou minha infância inteira. Até nossa residência ser assaltada enquanto veraneávamos em Pinhal (RS).

Assaltantes entraram pela janela do banheiro. Entortaram as grades. Levaram a televisão preto e branco e grande parte dos eletrodomésticos.

Ao voltar da praia, meu pai – percebendo a casa depenada – correu em direção ao escritório. Aproveitamos o desespero para ir atrás. Não seríamos impedidos naquela hora trágica.

Largamos as malas no meio do corredor e seguimos a sombra paterna.

O cofre está escancarado. A porta de metal finalmente aberta, estouraram o disco de acesso.

O pai pôs, com extremo cuidado, sua mão no interior do quadrado na parede. Lembro o suspense, a minha respiração parou.

E trouxe do fundo do buraco seis espirais, seis cadernos amarelados.

– Ufa, não levaram!

Carla, a irmã mais velha, perguntou o que era aquilo, pois aquilo não era dinheiro.

– Meus livros de poesia! – o pai respondeu.

Ele usou o cofre para guardar o que possuía de mais precioso: sua obra inédita.

Antevejo a decepção dos ladrões ao puxar um amontoado de versos. Tanto trabalho para explodir o cofre e só acabariam mais cultos e ricos de espírito.

Mergulhamos em estado de choque. Tampouco cogitávamos a hipótese de ser algo diferente do que uma poupança.

O episódio transtornou o meu modo simplista e direto de entender as pessoas. Cada um tem sua fortuna misteriosa. Algo que é somente valioso pelo sentimento e que não tem como ser valorizado por quem é de fora: um brinco dado pelo marido, uma compilação de receitas herdada da avó, um álbum de figurinhas, uma caneta tinteiro, uma camisola.

Não menosprezo os objetos da casa dos outros. Não jogo nada fora que não seja meu. Toda recordação pode ser de amor, e o amor é um cofre onde nos protegemos do esquecimento.


sábado, 25 de abril de 2015


→♥LINDO FINAL DE SEMANA P/VC ♥←
.
Não se preocupe com o tamanho da escada,
Deus te dará forças para conquistar cada degrau,
mas é preciso subir um degrau de cada vez.
Beijinhos a todos, no ♥





Sou amor e vivo detalhes pequenos dessa luz que me deixa plena.
Nesses deslumbres também conspira verdades únicas.
Quietude mansidão alegria e gratidão. . .
Não imagino como seria vivenciar instintos somente valer o prazer.
Envolvimentos de momentos paixões com atrações é fugas.
Precioso amor lento que nos realiza e nos faz crescer com tempo.
Não posso me esconder atras de uma mentira fazendo com isso.

O amor que sinto morra e seja extinto.
Seria um ato covarde agir com desamor ao meu amor.
Mas cada ser ama com seu parecer e força do seu coração.
Não saberia concluir com uma verdade.
Mas posso expor minhas crenças que o amor é a lei da minha vida.
Isso porque acredito que amor não se usa e sim eterniza.
Me perdoem se estou enganada, através dessa verdade sobrevivo.
A beleza me faz sentir um universo cúmplice amigo.

Sol Holme



→♥LINDO FINAL DE SEMANA P/VC ♥←
.
Tudo na vida depende unicamente do tamanho
da nossa fé em DEUS.
Somos frutos de nossas atitudes.
A FÉ é a ponte que liga nós a DEUS atravéz da oração.

TUDO É POSSÍVEL AO QUE CRÊ.
DEUS TE ABENÇOE.
By Keyla
Beijinhos a todos, no ♥





Boa Tarde

Procura...

Sonhei ser um pássaro
Feliz a voar
A procura de um amor
Sem nada encontrar...

Lá de cima podia ver
Corações entrelaçados,
Ternura e amor,
Sonhos realizados...

Horizonte distante...
Cansado de voar,
Frágeis asas a bater...
A procura de onde pousar...

Lá de cima pude ver
Um amor a me chamar...
Feliz, mergulhei...
Acordei...
Sem tempo pra te amar!...

By Keyla
Beijinhos a todos,no ♥


26 de abril de 2015 | N° 18144
CARPINEJAR

Noiva cadáver

Fingir felicidade é mais amargo do que a tristeza. Um veneno para almas sensíveis durante uma separação. Fui numa festa na Woods, em Porto Alegre. Sertaneja e à fantasia, ou seja, com todos os ingredientes para me sentir deslocado. Não tinha como demonstrar euforia.

Poderia rir com a boca, não com os olhos, que é o meu riso mais verdadeiro. Poderia rir como quem ri para tirar uma fotografia (obedecendo ao x), não como quem ri observando sua amada (admirando o y).

Entre gladiadoras, policiais, branca de neve e indígenas, o que mais vi foi noiva cadáver. Não se trata de uma fantasia, mas um estado de espírito, um matrimônio doentio com o lado escuro do amor.

Representavam mulheres recém separadas que forçavam a barra de sua alegria, estavam mais interessadas em se vingar do ex com fotos no instagram ou marcações no Facebook, estavam desesperadas procurando uma porta de incêndio da sua fossa com beijos fáceis ou sexo louco.

Falei com uma guria na escada, e ela terminou a relação há duas semanas. Falei com outra na frente do bar e ela encerrou um romance há um mês. Falei com mais uma fantasiada na fila do banheiro e ela lamentava o fim de seu namoro na semana passada. Entrei num camarote com cara de purgatório, penadas peladas. Aquela nudez proposital não me convencia. Os cílios postiços escondiam o caminho das lágrimas.

Elas não se movimentavam com a liberdade das palavras. Suas pulseiras brilhantes da casa noturna lembravam algemas de casos mal resolvidos. Ostentavam um contentamento fictício, que é diferente de ser feliz.

Não achariam ali sua solução, seu remédio. Tampouco desejavam trair o amor despedaçado, confinadas nas lembranças dos seus antigos pares. Por mais que rebolassem e se agachassem nas grades, o que se notava com nitidez é que berravam as músicas de dor de cotovelo. Conheciam vírgula por vírgula, como quem pede socorro. Eram mulheres casadas por dentro fingindo solteirice por fora.

No luto, o melhor é ficar em casa. O melhor é destruir um pote de sorvete e assistir a um filme romântico de pijama. O melhor é se tocar em segredo debaixo das cobertas, depois do choro. O melhor é não conferir o espelho e repetir os lamentos para os melhores amigos. O melhor é desaparecer para se acostumar com o fim ou reencontrar o início.

Jamais se violentar socialmente buscando ser agradável. Jamais chamar vítimas para ocupar o próprio lugar. Jamais tripudiar o que aconteceu de errado com novos pretendentes.

Jamais trazer para perto quem não tem nada a ver com sua angústia.

Reparar, enquanto é tempo, que você ainda está contaminada, ainda está reagindo à separação, ainda quer provocar atenção do ex, ainda vem conversando com os problemas do passado.

Não se envolva com rapidez para aumentar a culpa: quantos corações você precisa destruir para refazer o seu?


O ímpeto de sair de qualquer jeito do sofrimento lhe fará sofrer muito mais.

26 de abril de 2015 | N° 18144
MARTHA MEDEIROS

Os Largados

Sem computador, sem televisão e sem bateria

no celular, me restou o ato heroico de ler um livro

Antigamente eu rosnava a cada vez que ficava sem luz em casa. Agora até festejo, e não só pela economia na conta. Dias atrás, a energia elétrica caiu às quatro da manhã e só retornou perto do meio-dia. Sem computador, sem televisão e sem bateria no celular, me restou o ato heroico de ler um livro do começo ao fim, de um fôlego só. Por sorte, Os Largados, do italiano Michele Serra.

Divertir e comover. Combinação diabólica plenamente atingida pelas 125 páginas que contam a história de um pai exasperado com o filho de 19 anos que vive entocado com seus gadgets eletrônicos. Um guri que não conversa, se veste com molambos, come no sofá, não vê a cor do céu, enfim, desperdiça sua juventude.

Enquanto o pai busca caminhos para se conectar com essa criatura amorfa (caminhos inclusive no sentido literal: acredita que se conseguir convencer o garoto a acompanhá-lo numa trilha, nem tudo estará perdido), vai elaborando mentalmente um livro que sonha em escrever sobre uma fictícia Guerra Mundial entre Jovens e Velhos. E é aí que Os Largados diz a que veio.

É só olhar para trás e lembrar as inúmeras diferenças que tínhamos com nossos pais. Quem não? O conflito de gerações é um clássico na vida de qualquer um. Porém, essa guerra se dava no mesmo campo de batalha. Podíamos pensar de forma distinta, mas comíamos todos à mesma mesa, a música vinha do único equipamento de som instalado na casa, fazíamos passeios familiares, conversávamos – ou discutíamos, brigávamos, que seja, mas dentro de um universo comum.

Não é mais assim. Diz o pai ao filho, no livro: “Agora tenho a sensação – a suspeita? o terror? – de uma mutação tão radical que dificilmente, um dia, poderemos nos reconhecer, você e eu, no mesmo prazer”. E continua: “Partiu-se uma corrente – da qual eu sou o último elo”.

A questão é: que novas correntes estarão sendo formadas pela garotada que não lê, que se comunica à distância com os outros, que perdeu o idealismo, que fica zonza e por vezes até paralítica diante das variadas opções disponíveis de sexo, amor, carreira?

Estão 100% plugados, mas cada vez mais desconectados de nós, os últimos analógicos desta era. Largados num novo mundo que está sendo construído à nossa revelia. Não, o livro não é pessimista ou trágico, ao contrário. É extremamente engraçado, mas com uma graça firmemente apoiada na inteligência, na ironia e na reflexão. E dá o devido espaço a uma emocionante descoberta: nesta guerra entre jovens e velhos, a razão circula entre os dois exércitos e tem múltiplas formas de se apresentar.


Leia, porque o livro é muito bom. E também porque livros, este ou qualquer outro, continuam sendo fornecedores de uma energia que se mantém on em qualquer circunstância. O cérebro não cai.

quarta-feira, 22 de abril de 2015


22 de abril de 2015 | N° 18140
MARTHA MEDEIROS

FORÇA MAIOR

Vou contar o início do filme Força Maior. Não é spoiler, pois esta cena importante, que desencadeia todo o resto, já foi comentada em outras resenhas, mas é melhor avisar.

Uma família convencional (mãe, pai e um casal de filhos pequenos) vai passar seis dias esquiando nas montanhas. Na manhã do segundo dia, estão num avarandado ao ar livre, almoçando, quando percebem uma pequena avalanche na montanha em frente. Em princípio, tudo bem, são comuns as avalanches controladas, mas esta parece ligeiramente descontrolada, até que, por precaução, as pessoas em volta começam a se levantar das mesas, ouvem-se gritos e então o caos se instala: tudo indica que a neve soterrará a todos.

Diante do perigo súbito, o pai pega seu celular e corre para longe. Deixa a esposa e as duas crianças para trás, que se agacham e esperam pelo pior – mas nada acontece. Ou acontece?

O pior, no caso, seria um acidente com mortos e feridos, mas não: apenas uma névoa seca cobriu o ambiente e logo todos voltaram a seus lugares. O pai retorna a seu assento e a família prossegue com o lanche, mas dali em diante nada mais será igual, pois aconteceu, sim, o pior. Aquele pai fez o que não se espera de seu papel tradicional: fugiu sem pensar em mais ninguém.

A maneira como o filme foi dirigido faz a gente sentir uma angústia similar à de cada membro da família. Ninguém mais sabe como deve se comportar. Tudo era tão certinho entre aqueles quatro, as “avalanches” emocionais eram sempre tão controladas, e, de repente, a descoberta: pessoas seguem impulsos, têm ímpetos, se desgovernam.

Poderíamos reduzir o filme a uma questão trivial: os homens não seriam tão protetores quanto as mães, mas isso é uma falácia. O que o filme mostra é que criamos um padrão de comportamento que sustenta nossas emoções, e nos desestabilizamos quando esse padrão é quebrado.

Em uma cena significativa, a mãe conversa com uma turista que está no mesmo hotel e que, apesar de casada e com filhos, está viajando sozinha e tem algumas aventuras sexuais com outros hóspedes. São duas mulheres com visões antagônicas sobre o casamento – uma é conservadora, a outra, extremamente liberal –, mas o que poderia ser uma simples troca de experiências descamba para uma cobrança raivosa. A mãe não consegue disfarçar sua perplexidade (e uma pontinha de inveja, suponho) diante daquela estranha que se permite viver de forma tão livre, arriscando perder seus afetos. De que, aliás, a outra discorda, pois acredita que é justamente a honestidade em relação a seu desejo que fortalece seus vínculos.

Não temos domínio sobre ninguém, e o domínio que temos sobre nós mesmos é relativo. O que o filme deixa claro como a neve é que, se queremos tanto nos sentir protegidos, um bom começo seria aceitar que estamos deslizando em meio ao risco o tempo todo. Incluindo o risco de agirmos como nunca imaginamos.


terça-feira, 21 de abril de 2015


Olá Meu Anjo

Amigo felicidade e te encontrar
Todos os dias através dessa tela
És minha presença constante
Vale mais do que diamante

Não imagino a vida sem ti
Amigo nunca se afaste de mim
Mesmo que eu silencie
Esteja certo que estarei aqui

Para lhe ofertar
O meu abraço
O meu carinho
E com um sorriso no lábios
Dizer amigo EU TE AMO!

*Rosi Alves*

.


OLÁ MEU ANJO!!!

Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...

Essa lembrança...mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!
Mário Quintana

Beijokas em teu ♥



Olá Anjo Amigo!!

Por te amar

Tenho dias apaixonados,
Dias feitos de você...
Dias em que a saudade faz
Questão de desnudar todo o amor
Sentido, submisso e silenciado...
Você tem algo que me encanta,
Que Me prende e domina...
A Sua essência me envolve,
Desvenda os meus anseios...
E perco-me por querer...
Por tanto prazer...
Por te amar imensamente e assim,
viver!...

Beijinhos a todos, no ♥

MEU ANJO

Acostuma-te a Verdade!!
O hábito da mentira branca, 
também chamada inocente ou social, levar-te-á às graves,

empurrando-te para o lodaçal da calúnia 
e da maledicência freguente.
A fagulha produz incêndios semelhantes 
aos gerados pela labareda crepitante...

Os grandes crimes se originam em pequenos delitos, 
não alcançados pela justiça, 
que ensejam o agravamento do mal.
Usa da severidade Moral para contigo, não embarcando 
nas canoas das conveniências gerais.
Cada pessoa responde por si mesma, 
e seus atos gravados na sua consciência!!
Sê tu mesmo, um constante progresso Moral.

BEIJOS...

Olá Meu Anjo


Os amigos são próprios de fases:
Da rua, do Ensino Fundamental,
Do Ensino Médio, da faculdade,
Do futebol, da poesia, do emprego,
Da dança, dos cursos de inglês,
Da capoeira, da academia, do blog.
Significativos em cada etapa de formação.

[ Fabrício Carpinejar ]

.
Beijos Eternos n'alma!



Um Gostoso Feriado pra Você !


Podemos encher o mundo de flores!
As flores do amor que nascem no jardim do coração.
Se entregarmos pessoalmente um buquê às mãos
de quem amamos.










sábado, 18 de abril de 2015


19 de abril de 2015 | N° 18137
FABRÍCIO CARPINEJAR

Homem ideal

A mulher tem implicância com o homem engraçado, diz gostar mas não aguenta. Tem repulsa do piadista, aquele que desfia seu repertório de piadas depois de um almoço ou janta, transforma seus dentes num palco iluminado e mergulha num stand up de duas horas.

Mulher prefere quem entende o momento de rir e de ser sério e não demora demais nem num espírito, nem no outro. Espera versatilidade e pontualidade, que veja a hora de ser leve ou solidário, de modo nenhum alguém que invente comédia e force bom humor quando ela está sofrendo.

Deseja mesmo o gracejo, não o sorriso escancarado de chorar. A mulher reserva a gargalhada para seus amigos, já para seu namorado anseia rir com o rosto, rir bonito, não rir de qualquer jeito.

Complicado corresponder às expectativas femininas. É preciso definir um ponto de equilíbrio. Não encarnar um extremo, mas compor sutilezas dentro do comportamento.

Homem tem que ter firmeza, não força. Demonstrar segurança em suas ideias e atitudes, não necessariamente ostentar músculos e barriga tanquinho. Virilidade vem da determinação, surge do caráter. Carregar a alma de uma mulher é mais difícil do que levá-la nos braços pela casa.

Homem tem que ser corajoso, não confundir com precipitação. Coragem é sequência, manter a vontade imperiosa de amar, apesar das dificuldades e senões. Jamais desistir no primeiro obstáculo.

Homem tem que ser romântico, não desesperado. Surpreender e se declarar como se fosse simples e natural, evitando a soberba da emoção e o autoelogio.

Homem tem que ser sincero, não grosseiro. Pontuar a verdade olhando nos olhos e sempre perguntando como sua companhia vê a situação. Decidir junto enquanto é dúvida, não relatar o que já foi feito.

Homem tem que ser sensível, mas não chorão. É se emocionar sem ocupar o papel central, flertar a tristeza com muita alegria, como faz o samba, e não exagerar na tinta de suas lágrimas.

Homem tem que ser compreensivo, mas não submisso. Ouvir, entender e se posicionar, ainda que provoque discordância.


Homem tem que ser sexy, mas não performático. Não invente de fazer um strip-tease e pole dance. Estragará toda a reputação construída ao longo deste texto.

19 de abril de 2015 | N° 18137
MARTHA MEDEIROS

Camarim

O que eu menos queria naquele momento era comer, mas e a desfeita?

E o desperdício?

Como se sabe, escritores são convidados a palestrar em Feiras do Livro, Bienais e demais eventos literários. É uma forma de passar nossa experiência adiante, de estimular a leitura, de conhecer os leitores e de faturar um cachezinho, já que também pagamos contas.

Trilhei o Estado e boa parte do país realizando esses encontros, porém hoje quase não viajo a trabalho: preciso ficar mais tempo em casa escrevendo, as demandas aumentaram. Mas, de vez em quando, abro exceções, como quando estive numa cidade do interior do Rio. Tinha mesmo que ir para a capital, então dei uma esticada. Tudo certo, até que, dias antes de eu embarcar, a organização do evento me enviou um e-mail pedindo que eu fizesse as exigências de camarim.

Como é que é? Por alguns segundos, me senti o Axl Rose. A Lady Gaga. Me vi diante daqueles espelhos circundados por lâmpadas e elaborei mentalmente uma lista básica: champanhe brut, queijos franceses, bombons trufados, patê de foie gras, torradas italianas e Coca-Cola com meu nome no rótulo, ou nada feito. Acordei do transe com minha própria risada.

Respondi: olha, nem imaginava que haveria um camarim, mas, havendo, ficaria feliz com um banheiro e água mineral. Muito grata, até breve.

Eu não sabia, mas o bate-papo seria no sambódromo local. Havia centenas de pessoas me aguardando. Fui conduzida ao camarim por guarda-costas. Tinha alguma coisa errada: será que me confundiam com a Rihanna? Atravessei um longo corredor no backstage e por fim abriram uma porta com uma estrela dourada, como nos filmes.

Ao entrar, me deparei com uma mesa que humilharia nossos cafés coloniais. Nunca vi quantidade igual de frios, pães, salgadinhos, cachorrinhos, sanduíches, cupcakes, minipizzas, canapés, amanteigados. E, no centro, um grande pote de vidro repleto de MM´s coloridos. Lembrei da banda Van Halen, que sempre exige MM´s antes dos shows, só que sem a casquinha que reveste o chocolate. Os meus tinham a casquinha, era a graça da coisa. Guloseimas com monograma.

Tive vontade de chorar. O que eu menos queria naquele momento era comer, mas e a desfeita? E o desperdício? Havia umas quatro pessoas esperando eu avançar, incluindo um fotógrafo. Alcançavam guardanapos e sugeriam: comece por este, não deixe de provar o folhado, esse bolinho foi minha tia que fez, aquele papo-de-anjo é o predileto da prefeita.

Minha conversa com o público durou uma hora e meia, e passei o tempo todo aflita com um miolinho de pão que teimou em se instalar entre o incisivo e o canino superior. Essa coisa de escritor ser tratado como astro pop, convenhamos, é meio constrangedor. Mas, por via das dúvidas, incluirei na minha próxima lista uma dúzia de escovas de dente. Com cerdas de nylon ultra soft e de alguma marca dinamarquesa, pra não me mixar.


sexta-feira, 17 de abril de 2015


Meu Amado Anjo




Mergulha-te na esperança
encare a vida com fé
busque sempre a chegada
mantenha-te de pé.

Se errares o caminho
não tenhas receio em voltar
é melhor retroceder
que no lugar errado chegar.


Encontre a luz que te guia
no teu interior
e encontrarás o caminho
que te leva ao amor...




...E o amor te guiará.
Linda sexta-feira...Delicioso Final de semana pra você...

Bom Dia Anjo!

Se quer ser amado, ame.

As más companhias são como um mercado de peixe;
acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.


UMA DELICIOSA SEXTA-FEIRA!
beijinhos
 
Jaime cimenti

Solidão e preconceito por Alcy Cheuiche

Alcy Cheuiche é um dos autores brasileiros mais importantes em atividade, tendo publicado em torno de 20 obras. Ana Sem Terra, seu romance mais conhecido, encontra-se em nona edição pela L&PM Pocket. O mestiço de São Borja; Sepé Tiaraju; e Nos céus de Paris - Romance da vida de Santos Dumont são outros títulos do escritor que a crítica e o público fortemente acolheram.

Cheuiche já recebeu inúmeros prêmios e homenagens, entre os quais o Prêmio Açorianos, a Medalha Simões Lopes Neto, o Troféu Guri e foi patrono da Feira do Livro de Porto Alegre em 2006. Cheuiche tem obras publicadas em vários países e proferiu conferências no Brasil e no exterior. É tradutor e orientador de oficinas de criação literária, sendo que, a partir delas, já foram publicados 35 livros.

O farol da solidão (AGE, 145 páginas, R$ 35,00) é seu mais novo romance, lançado há poucos dias, e segue na principal tendência do escritor, que é o romance histórico. Cheuiche já retratou Santos Dumont, João Cândido, Sepé Tiaraju, Bento Gonçalves, Garibaldi e Anita, Getúlio Vargas, Otávio Correa e muitos outros. Neste romance, o personagem principal é o falecido deputado estadual Carlos Santos, deputado negro que deixou marcas profundas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Para tanto, o autor recriou o quilombo causador do naufrágio do navio inglês Príncipe de Gales, origem da Questão Christie, que levou Dom Pedro II a romper relações com a Inglaterra.

O autor une passado com presente através de uma parábola. A história de um homem que decide se isolar para sempre do convívio humano num velho farol perdido nas areias do Atlântico Sul. A vida, através da revoada milenar das aves migratórias, vai buscá-lo de volta. O autor mergulha bem fundo nas questões da solidão e do preconceito, expondo totalmente seus personagens aos olhos dos leitores, trabalhando meticulosamente os detalhes de cada cena abordada, a moldura histórica dos quadros que pinta e os passos das ações.

O leitor sente-se lendo um thriller de Georges Simenon. Maduro como escritor, Cheuiche, especialista em romances históricos?, refina cada vez mais seus instrumentos de ofício e, assim, saem ganhando os seus leitores.


Em mensagem ao autor, o professor-doutor Flávio Loureiro Chaves considera O farol da solidão um dos melhores textos do romancista, por resumir, numa narrativa de uma centena e meia de páginas, dois séculos de história, recriando com incrível realismo o quilombo causador do naufrágio do navio Príncipe de Gales e por retratar com talento o isolamento do protagonista e seu retorno à vida.
Jaime Cimenti

Frank Sinatra, Billie, Lupi, Tom, música

Documentário da HBO com quatro horas de duração é parte das comemorações dos 100 anos de nascimento de Frank Sinatra e mostra "the voice" contando sua história com suas próprias palavras. No quarto de Frank está uma plaquinha: morre mais feliz quem morre com mais brinquedos. Billie Holiday, one and only, e nosso Lupi, ímpar, também completaram seus primeiros cem. Imaginem os próximos cem. Sarau do São Pedro lá em riba bombando, com o trompete angelical de Louis Armstrong, o pai de todos, as vozes de Nat King Cole e Bing Crosby, os best saxofones do Charlie Parker e do Pixinguinha, pianos do Cole Porter e do Tom Jobim, que, aliás, faz 100 anos daqui a pouco.

Muita gente lá, muita gente chegando, a porta não fecha, tipo o Bar Bom Fim, esquina da Felipe com a Osvaldo. Elvis, Beatles, Fats Domino, turma do rock, muita gente. Elis Regina ainda é guria nessa turma, mas sempre estrela, ruma para os cem brilhando.

Eu ia falar de política, de economia, dos trombones sociais protestantes nas bocas de muita gente aí pelo Brasil, ia falar dos rolos econômicos e políticos do País e do Estado, mas resolvi falar de coisa mais séria, divertida e importante: música. Música e amor, nada mais próximo de Deus, um alívio para essa hora mundial e um alívio desde sempre. Bem que o Brasil poderia ser uma grande orquestra sinfônica, afinada, com maestro sereno regendo composições variadas, com músicos diversos, instrumentos múltiplos e, ao final, tocaríamos melodias para todos. Pois é... quem sabe qualquer dia, qualquer hora, a gente se encontra.

Frank Sinatra, voz do século XX, o maior. Mas ele disse, com sabedoria e humildade, em 1965, que o Tony Bennett era o melhor cantor no showbusiness. Era verdade. Continua sendo. Dizem que a mãe do Frank dizia: canta direito, guri, canta que nem o Tony. Se não for verdade, poderia ser. Tony Bennett, aos quase 89 anos, deu um upgrade para a Lady Gaga e eles pegaram um Grammy. Ela ainda mostrou que é uma cantora gigante, na entrega do Oscar 2015. Beleza.

O Frank old blue eyes se aposentou em 1971 no comovente show aquele de Los Angeles. A jubilação durou pouco, uns dois anos. Aí veio o maior hit, New York, New York, lançado em 1980, e o resto nunca mais foi silêncio. Ele bateu um bolão até no Maracanã. Tony Bennett também estava esquecido, down, forgotten in Manhattan e renasceu lindamente lá pelos anos 1980 e hoje tem agenda simpática pelo planeta. Cantou aqui em Porto Alegre de pé, a cappella, sem ler nada. Daqui a pouco, ele e Cauby Peixoto fazem cem anos, no maior astral.

Frank Sinatra se encantou com a bossa nova. Ele e a torcida de todos os times do mundo. Levou Tom Jobim para os Estados Unidos e aí ficou confirmado que a melhor coisa que o Brasil produziu até hoje foi a bossa nova, e o Estados Unidos, o jazz. Com influências recíprocas que renderam, rendem e renderão muita música ótima.

a propósito...

Se você acha que este texto é desafinado, meio sem pé nem cabeça, com harmonia estranha, e que eu não tenho ouvido ou talento privilegiado como o seu, tudo bem. Desculpe, mas não vou sentir uma imensa dor. Vamos ser democráticos, cada um com sua música. Te compreendo, até. Mas saiba que no peito dos desafinados também bate um coração. No peito de todos bate um coração. Saiba que Frank Sinatra adotou Tom Jobim antes mesmo de o Brasil reconhecê-lo. Saudades de Tom Jobim, saudades de umas pessoas, de umas delicadezas, de umas coisas e de uns antigos retratos do Brasil. Saudades do futuro.


quarta-feira, 15 de abril de 2015


15 de abril de 2015 | N° 18133
MARTA MEDEIROS

Amor a distância

Homens e mulheres têm viajado pra lá e pra cá e, mesmo quando em casa ou no trabalho, não param de se comunicar com nativos de outras cidades através das redes sociais. Logo, é natural o incremento de parcerias amorosas entre pessoas que residem a quilômetros umas das outras. O par protagonista do filme Ponte Aérea, que estreará amanhã em Porto Alegre, é só mais um entre tantos. Ela, interpretada por Leticia Colin, mora em São Paulo, e ele, vivido por Caio Blat, no Rio. Considerando o tamanho do planeta, praticamente vivem a uma esquina de distância.

No entanto, o ótimo e delicado filme de Julia Rezende vai além desse pequeno inconveniente geográfico. O que vemos na tela é o retrato da fragilidade das relações numa era em que todos estão ocupados demais para se entregar a alguém. O casal do filme é jovem, ambos estão em início de carreira e, segundo a diretora, são representativos de sua geração: fazem mil coisas ao mesmo tempo, atuam em todos os canais e mídias possíveis, querem engolir o mundo, mas morrem de medo de ser engolidos por ele.

Afinal, com tantas solicitações, compromissos, projetos e alternativas, sobrará tempo para se dedicar a um envolvimento profundo?

Não sei se esta é uma questão só dos jovens. Hoje, entre os avulsos de todas as idades, existe o mesmo pé atrás. Os solteiros que nunca foram casados antipatizam com a ideia de se amarrar sem antes fazer um test drive em todas as outras opções possíveis – o que levaria umas três vidas, por baixo. E os solteiros que já passaram por uma ou duas uniões estáveis e já viveram seu “eterno enquanto dure” não morrem de amor pela ideia de ter que voltar a prestar contas, negociar, conceder, programar, comprometer-se.

Virou exagero se doar. A ordem agora é se emprestar. Toma aí um pouquinho de mim, mas me devolve.

Resultado? Um sem-número de relacionamentos a distância, mesmo o casal sendo vizinho de bairro. Os dois sentados à mesma mesa, mas cada um teclando seu smartphone. Os dois saindo de férias, mas cada um para um destino diferente. Os dois com problemas, mas sem disposição para conversar a respeito. Os dois com muitos planos, mas sem nenhuma intenção de abrir mão do seu sonho em função do sonho do outro. Os dois com dúvidas, mas sem reparti-las para não ter que se explicar muito. Os dois juntos, mas não por inteiro, que nada mais é inteiro, tudo é fragmentado.


É uma contingência dos novos tempos, reconheço, mas não impede que a relação evolua. Que o namorico, a ficada, o rolo, o lance, o caso, a pegação se transforme em amor. E amor a gente não empresta, entrega de bandeja. É quando a distância deixa de existir. Mesmo um lá e o outro acolá, ela será suprimida por algo que verdadeiramente unifica: vínculo.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Amizade linda!
Se seus olhos se enchem de lágrimas
É na minha face que elas rolam.
.
Se o seu coração bate tristemente
É o meu que acelera muito aflito.
.
Se você abre um sorriso lindo
É minha alma que se alegra.

Se você ficar infinitamente feliz
É a minha vida que se completa.
.
É Anjo!...Oriento-me pelo seu olhar
Sobrevivo do seu sorriso maravilhoso.
.
Alimento-me da sua alegria e paz
e te amo no compasso do meu coração!






BOM DIA ANJO 
Eu não quero viver longe de você.
Digo, viver sem falar contigo,
sem saber como foi o seu dia,
o que você fez, como está se sentindo.
-Caio F. Abreu-

Linda terça-feira pra você!
Beijos



"Jamais Mude Teu Jeito De Ser Para Satisfazer 
Quem Você Gosta. Pois Quem Gosta De 
Ti Não Te Muda Apenas Te Completa"

LINDO FIM DE SEMANA PARA TI!

BJOSS






Anjo Eu Desejo...

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