sábado, 11 de maio de 2024


11 DE MAIO DE 2024
TRAGÉDIA NO RS

Corrida por infraestrutura no Litoral

Apesar da intensa movimentação causada pelas cheias, mercados e postos de combustível conseguem atender a demanda

Apesar do alto movimento que se assemelha ao de um dia de verão, a forte chuva e o frio que obrigou as pessoas a se agasalharem na sexta-feira são lembretes de que a alta temporada em Capão da Canoa já passou e que estamos em meados de maio. O movimento na cidade, de acordo com a prefeitura, se aproxima ao do Natal, em função da migração de pessoas para o Litoral Norte para escapar da maior tragédia climática que assola o RS - seja por falta de infraestrutura, como água ou luz, seja por terem perdido suas casas.

Ainda que haja uma grande quantidade de carros circulando pelas ruas, a maior parte dos mercados da cidade está bem abastecida. Há água - com limite de compra por pessoa em alguns locais, como no Andreazza da Avenida Paraguassu - e hortifrúti para atender a população excedente. No Nacional, porém, faltava água, frutas e verduras na tarde de sexta. Nos postos de combustíveis, também houve um aumento significativo da demanda.

O abastecimento segue normalmente e não há falta de produtos nem limite de abastecimento no Posto Buffon da Paraguassu. No Posto Ipiranga da Avenida Ararigboia, há combustíveis, mas a rede está priorizando cidades com maior necessidade.

"Caos"

Morador de Capão da Canoa, Maikel André Dalanhol, 44 anos, motorista de aplicativo, relata que as praças estão lotadas de pessoas praticando esportes, o que não é tão comum nesta época, em que os moradores seguem rotinas de trabalho e não há veranistas. Dalanhol considera "superimportante" receber as pessoas de outros municípios que perderam suas casas e não têm onde ficar. Ele critica, porém, quem veio à cidade por falta de infraestrutura, para "fazer turismo" e estocar produtos.

- Está pior que o verão pela questão que agora tem aulas. É um caos por volta do meio-dia e das 17h, porque o pessoal tem vida normal aqui. A cidade não depende mais do turismo como antigamente, já tem vida própria, então fica difícil - avalia.

FERNANDA POLO

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