sexta-feira, 6 de março de 2015

Jaime Cimenti

Para entender e beber vinhos

Certamente em nenhum outro momento da história da humanidade existiu uma variedade tão grande de vinhos de qualidade: desde os grand crus da Borgonha, passando por chilenos e argentinos respeitáveis, cabernets californianos notáveis e, claro, sempre chegando nos prestigiados champanhes cuvées e aos nobres madeiras, os consumidores mais ou menos enófilos não podem ser queixar.

As matérias sobre vinhos publicadas em jornais, revistas e livros demonstram que as pessoas querem, além de degustar as bebidas, entender mais e mais sobre o assunto, que é milenar, inebriante e infinito. 1001 Vinhos para beber antes de morrer (Sextante, 960 páginas), com edição-geral de Neil Beckett, editor da revista The World of Fine Wine, publicada em mais de 35 países e considerada a melhor publicação do gênero, tem prefácio do jornalista inglês Hugh Johnson, um dos maiores especialistas em vinhos do mundo. A edição atualizada, ricamente ilustrada com fotos de vinhedos, garrafas e rótulos, vai agradar aos iniciados e aos novatos.

Dentre milhares de bons vinhos do planeta, a publicação selecionou 1001 e os resenhou com cuidado, apresentando dados de origem, características e cepa. Todas as resenhas estão acompanhadas pelas fotos dos rótulos e por indicações de preços dos vinhos.

No prefácio, Hugh Johnson escreveu que a seleção da obra inclui desde novas descobertas até garrafas tão excepcionais que seguem fazendo história após meio século e que, mesmo sem conseguir degustar todos os vinhos, é preciso começar.

Na introdução, Neil Beckett convida os leitores a completar a seleção de vinhos e explica que o intuito do livro publicado não é só indicar boas compras mas, também, proporcionar prazer aos consumidores e expressar, de modo especial, coisas essenciais sobre povos, lugares e momentos.

Ou seja, o convite não é apenas para beber os vinhos, mas também para falar sobre eles e sobre suas origens. A obra menciona um espumante brasileiro, o Terroir Nature, de 2009, da Cave Geisse, vinícola de Pinto Bandeira, cidade que tem a honra de fazer fronteira com a gloriosa Bento Gonçalves.


O livro tem índice por região de origem, com os devidos países, e tem capítulos específicos sobre espumantes, tintos, brancos e fortificados. Glossário, índice de produtores e de preços, bem como rol dos 52 colaboradores, completam o volume. Iniciantes e connaisseurs vão descobrir o que há de mais irresistível no mundo do vinho e aguçar ainda mais os seus sentidos. As resenhas têm caráter mais informativo e, na maioria, não apelam para aquele palavrório exagerado de uns enochatos que andam por aí.

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