
A agonia de Francisco
Desde a renúncia de Bento XVI, a primeira em quase 600 anos, em 28 de fevereiro de 2013, a porta de saída da Santa Sé já não é vista como escândalo. Antes de Josef Ratzinger, o último Papa a abrir mão do cargo fora Gregório XII, em 1415. O papa alemão reabriu a porteira para o entendimento de que os pontífices, embora representantes de Deus na terra, são, sobretudo, limitados pelo tempo da existência.
No Vaticano, cada vez que a fumaça branca sai da Capela Sistina, há uma sensação entre os cardeais que mistura júbilo e preocupação. Há, claro, a esfera celestial da escolha de novo sucessor, mas, ao mesmo tempo, um sentimento de compaixão: o Papa é prisioneiro do trono de São Pedro. Um cargo vitalício, perpétuo.
Como enviado da RBS ao Vaticano, testemunhei a agonia de dois papas. Bento XVI renunciou aos 85 anos, alegando falta de forças físicas e mentais. Viveu recluso como papa emérito, até a morte, aos 95 anos. João Paulo II, seu antecessor, foi até o fim, aos 84 anos, carregando a cruz. Padeceu sob o peso do Parkinson em uma via crucis pública, acompanhada ao vivo pelo mundo.
Francisco, 88 anos, está há uma semana sem aparecer diante do rebanho, o que levanta rumores e fake news. Sua agonia mergulha a Igreja em um período sempre dramático, o crepúsculo de um pontificado. Além de todos os mistérios que envolvem a tradição católica, a agonia de um papa sempre levanta o estupor, o absurdo de que, embora quase santos, sejam demasiado humanos. _
Eles matam crianças
Abominável, monstruoso, inaceitável. Faltam adjetivos para caracterizar o que o grupo terrorista Hamas protagonizou nas últimas 24 horas, em meio ao frágil cessar-fogo que vigora. Precisou a organização extremista exibir os caixões pretos em um palco, após um desfile mórbido por Khan Yunis, para o mundo lembrar que, sim, eles matam crianças.
Kfir Baba tinha oito meses e meio quando os terroristas do Hamas invadiram Israel e devastaram o kibutz de Nir Oz em 7 de outubro de 2023. Ariel, seu irmão, tinha quatro anos. As crianças e seus pais, Shiri Bibas e Yarden, também foram feitos reféns. Todos foram carregados para dentro de Gaza vivos.
O Direito internacional proíbe tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo respeito pela dignidade na entrega de corpos, mesmo em situações de conflitos armados - sejam vítimas civis ou militares. Mas como falar de Direito se estamos nos referindo a terroristas?
Ainda na quinta-feira, quando a cena dos caixões voltando para Israel escandalizava qualquer pessoa com o mínimo de empatia, uma surpresa macabra ainda estava por vir. No final da noite no Oriente Médio, os médicos forenses de Israel descobriram que os restos mortais entregues como sendo de Shiri, a mãe, não correspondiam aos da refém.
O grupo terrorista diz que os restos mortais de Shiri teriam se misturado com o de outras pessoas no momento de sua morte - que, afirma, sem provas, ter sido provocada em bombardeio israelense. Quanto horror!
Onde está o corpo? O que foi feito? Até quando? São perguntas que qualquer ser humano, independentemente da religião, raça ou ideologia, deveria se fazer. _
Entrevista -Priscila Couto -Líder de Segurança e Confiabilidade do Google na América Latina
"A grande preocupação é como identificar conteúdo fraudulento"
Em 11 de fevereiro, foi comemorado o Dia da Internet Segura. A data dedica-se à conscientização sobre o uso ético e responsável da internet. A coluna conversou com Priscila Couto, líder de Segurança e Confiabilidade do Google na América Latina sobre o assunto.
O que é uma internet segura para o Google?
É a experiência que garante ao usuário que, enquanto ele está utilizando os nossos produtos, terá informações corretas. É também a garantia de que os dados que ele disponibiliza e que, eventualmente, estejam sendo ali utilizados, o serão de forma adequada, garantindo que toda a regulamentação sobre o tema, independentemente do país, está sendo cumprida. Temos todos os cuidados com a proteção de dados, com privacidade e preocupação em fazer com que essa experiência seja segura para as diferentes faixas etárias. Temos experiências customizadas para crianças de diferentes faixas etárias.
Poderia dar um exemplo?
A maior preocupação durante viagens é o que farei com o meu celular. Pensando nisso, lançamos no Brasil o Google Protect para dispositivos Android. Infelizmente, o país vem sofrendo muito com assaltos na rua, roubo de celular. Nossos times conseguiram criar esse app que, por meio de inteligência artificial, reconhece se o aparelho for pego de forma abrupta e tiver velocidade na sequência. Ele bloqueia o aparelho. Além desse, tem outros dois: o bloqueio remoto, para quando você esquece o aparelho no ônibus ou no restaurante. E o bloqueio de dispositivo offline. O sistema Android entende que ele está offline por muito tempo, o que pode ser algo estranho, e bloqueia o equipamento, por segurança.
? Quais as principais "inseguranças" que vocês observam na internet?
Primeiro, tem o phishing, a pescaria: os famosos golpes que podem ocorrer por e-mail, por mensagem de celular, com links fraudulentos, que acabam te levando ou para supostos sites ou simplesmente capturam seus dados. Hoje, o Gmail tem filtros que trabalham de maneira incrível, conseguindo separar uma quantidade absurda de spam, que nem chegam a sua caixa principal. A grande preocupação do Google é como identificar conteúdo fraudulento. Outra coisa que nos preocupa é o gerenciamento de senha. Senha não é feita para ficar escrita em algum lugar, é feita para estar dentro de um administrador de senhas e, se possível, devem ser difíceis, complexas. Hoje, temos um gerenciador que consegue criar senhas fortes para você.
? Que outras dicas pode dar?
Se você entrar no nosso buscador e procurar conteúdo sensível na parte de imagens do buscador, vai ver que as cenas estão borradas. Qualquer imagem explícita, acidentes, por padrão, a busca borra para prevenir as pessoas de terem acesso a esse conteúdo. Quando a gente está falando sobre questões de saúde mental, se uma pessoa buscar a palavra suicídio, vai receber automaticamente o link para entrar em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida). Outro ponto é que nós temos um aplicativo chamado Family Link. Ele funciona tanto com telefones que utilizam o sistema operacional Android quanto com telefones iOS. É um aplicativo de controle parental. Ali, os pais e responsáveis vinculam a conta desse celular da criança ou do adolescente e você vai controlar tudo. _
O TCU está ouvindo a população sobre a qualidade e a segurança das pontes em rodovias do país. Em questionário (confira em gzh.digital/tcupontes), os usuários podem descrever aspectos como iluminação, sinalização, rachaduras e largura.
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