sábado, 6 de julho de 2024


06 DE JULHO DE 2024
GPS DA ECONOMIA

Quanto vai pesar o "imposto do pecado"

Há muita gritaria contra o "imposto do pecado", mas ainda não se sabe qual será a alíquota, só que será maior do que a básica, estimada em 26,5%. A coluna apurou que a previsão é de um teto alto, de até 300%. Esse extremo, porém, só valeria para o cigarro, que pesa no orçamento com despesas com saúde pública para tratamento dos tabagistas.

A regulamentação da reforma tributária será por lei complementar, que exige aprovação por maioria absoluta (metade mais um de todos os votos de cada Casa). A definição das alíquotas será em lei ordinária, que exige apenas metade mais um dos votos dos presentes (maioria simples).

Na proposta original, não estava prevista a inclusão dos carros elétricos, apenas "veículos poluentes" - os que usam motores a combustão, responsáveis por emissões de dióxido de carbono, principal vilão da mudança climática. A palavra que restringia o alcance sumiu no substitutivo da Câmara dos Deputados.

Controvérsia maior que efeito líquido?

Mas há esperança de que a inclusão provoque mais controvérsia do que efeito líquido. Em ensaios sobre o "imposto do pecado", a alíquota baixaria para o patamar de 60% para bebidas alcoólicas e de 30% para refrigerantes. O substitutivo prevê que a definição da cobrança sobre veículos deve considerar uma dezena de itens, como pegada de carbono e emissão de dióxido de carbono. Quase todos jogam a favor dos elétricos e/ou eletrificados, o que poderia reduzir a taxação. Então, não se pode descartar que, na hora de definir o percentual, fique ainda mais perto. Oremos. E cobremos. _

 Veículos

Embarcações e aeronaves

Produtos fumígenos

Bebidas alcoólicas

Bebidas açucaradas

Bens minerais

Concursos de prognósticos e fantasy game

A campanha para tirar os carros elétricos do Imposto Seletivo ganhou um aliado de peso: o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Mas os lobbies para retirar as bebidas açucaradas ganharam força antes da votação

R$ 9,4 milhões a fundo perdido para reconstruir

Um convênio de cooperação técnica e financeira foi firmado entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Senai e a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), com valor total de R$ 9,4 milhões.

Com R$ 8,5 milhões aportados pela ABDI e R$ 945 mil em contrapartida do Senai-RS, a ação é parte do programa Recupera RS, destinado à recuperação de máquinas e equipamentos de pequenas e médias empresas atingidas pela enchente.

Detalhe importante: não é uma linha de crédito, são recursos a fundo perdido, ou seja, não precisam ser devolvidos. Esse tipo de necessidade não tinha, até agora, uma frente de apoio específica.

As três instituições estarão juntas no dia 11, em São Leopoldo, formalizando o projeto, que terá cinco etapas: cadastro e autoavaliação, seleção, diagnóstico, execução e validação dos resultados.

O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, explica que o objetivo é atender de cem a 200 empresas, com média de R$ 85 mil cada. Segundo ele, o impacto nas cadeias produtivas do Sul é um problema de todo o país:

- A preocupação foi ter resposta rápida para o setor industrial, principalmente dos pequenos, depois da tragédia que abalou o Brasil. Esse foi o nosso foco. _

a nossa parte

Uma iniciativa para reerguer 50 empresas de Porto Alegre e Canoas foi criada pela startup gaúcha O2 Inc. A ação solidária oferece suporte em limpeza. Também auxilia na recuperação econômica com orientação financeira. Interessados podem se cadastrar em gzh.digital/renascer-rs.

A marca holandesa de cuidados capilares Keune Haircosmetics ajuda profissionais de beleza afetados pela enchente no Rio Grande do Sul com doação de equipamentos como secadores, escovas de cabelo e tesouras. A empresa também arrecada recursos em plataforma online.

R$ 15 bi do BNDES estreiam no dia 10

Demorou, foi preciso cobrar, mas saiu: a partir da próxima quarta-feira, as instituições financeiras parceiras do BNDES farão as primeiras contratações de crédito da linha de R$ 15 bilhões para a reconstrução do RS.

O início de operação havia sido previsto para 10 de junho, mas sofreu atraso por uso indevido por empresários gaúchos.

Poderão ter acesso à linha de crédito, reforça agora o BNDES, os candidatos com negócios localizados em áreas efetivamente atingidas pelos eventos climáticos extremos e que tenham sofrido perdas materiais. _

Dólar ensaia alta, e fecha em queda

O dólar abriu e passou boa parte da sexta-feira em alta. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar em responsabilidade fiscal e a cotação... virou. Fechou em baixa de 0,46%, para R$ 5,462. A alta se deveu à geração de empregos nos Estados Unidos em junho, que ficou abaixo de maio, mas acima da expectativa, o que não acelera o corte de juro por lá. A semana teve lições tanto para quem critica a atribuição de oscilação cambial a declarações presidenciais quanto para quem só vê esse fator como determinante para o dólar. Quase nunca é só um fator. _

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