sábado, 6 de fevereiro de 2021


06 DE FEVEREIRO DE 2021
CARTA DA EDITORA

Saber ver e ouvir 

Fazer jornalismo em meio à pandemia nos trouxe muitos desafios, como o de buscar com rapidez o conhecimento necessário para tratar de temas nunca antes vivenciados e abordados. Com o passar do tempo, cada repórter foi se especializando em determinados assuntos ou áreas relacionadas ao coronavírus. E foi assim com Larissa Roso, repórter de ZH e GZH sobre a qual já falei neste espaço em outras ocasiões.

Formada em Jornalismo pela PUCRS e mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFRGS, Larissa desde o início tinha uma preocupação de mostrar aos nossos leitores e ouvintes como era a rotina e os momentos de tensão e de superação nas alas destinadas a pacientes de covid-19 dos hospitais de Porto Alegre.

Em junho do ano passado, ela já havia feito uma incursão, com o fotógrafo Jefferson Botega, pelo Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Nossa Senhora da Conceição para acompanhar a saga de médicos, enfermeiros e pacientes de covid-19 em estado grave. Em agosto, a mesma dupla foi conhecer outro local fundamental no enfrentamento da pandemia: a Emergência do Pavilhão Pereira Filho, na Santa Casa de Misericórdia, adaptada para receber casos suspeitos ou confirmados de infecção por coronavírus.

Nesta edição, Larissa e o fotógrafo André Ávila trazem uma reportagem contada por um ângulo diferente e curioso: as histórias do "radinho da alta", um amuleto do CTI do Hospital de Clínicas. O texto e as imagens, publicados no caderno DOC, mostram como um rádio ganhou espaço e valor ao longo dos meses, sendo associado à melhora dos pacientes. Por meio de músicas e notícias, conectou pacientes com o mundo exterior.

Larissa soube da existência do aparelho a partir das conversas quase diárias mantidas com a enfermeira intensivista Isis Marques Severo, que participou durante seis meses do Diário do Front, projeto de ZH, GZH e Rádio Gaúcha que retratou a rotina dos profissionais da linha de frente do combate ao coronavírus nas principais instituições de saúde da Capital.

Na sexta-feira, 29 de janeiro, Larissa e Ávila foram pessoalmente ao Hospital de Clínicas acompanhar o "radinho da alta" em ação, relatando casos de superação dentro do CTI. E, após 10 meses falando a distância com Isis, a repórter também experimentou a alegria de poder vê-la pessoalmente, seguindo os cuidados básicos.

Jornalistas com olhos e ouvidos atentos como os de Larissa sempre terão histórias humanas para contar aos nossos leitores.

DIONE KUHN

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