sábado, 12 de outubro de 2019


12 DE OUTUBRO DE 2019
RODRIGO CONSTANTINO

Ambientalismo hipócrita

Da mesma forma que o movimento feminista tem mais a ver com o esquerdismo do que com a mulher, e o movimento racial tem mais ligação com a esquerda do que com o negro, o movimento ambientalista sofre da mesma mazela: o que deveria ser uma preocupação legítima com o meio ambiente acabou se transformando num pretexto para a defesa da ideologia socialista.

O leitor duvida? Acha que exagero? Então vejamos: a menina Greta Thunberg, aquela que mata aula para fazer discursos na ONU e virou símbolo da causa ambiental aos 16 aninhos, ataca muito o "sistema capitalista" e os Estados Unidos, mas praticamente nada fala sobre o modelo chinês, dominado pelo PCC. A China é o maior poluente do planeta, mas isso não parece incomodar tanto os fanáticos ambientalistas.

Quer outro exemplo? Vimos a tragédia do óleo que vazou em nossas praias nordestinas, o que, de fato, levantou imediatas críticas ao governo Bolsonaro. Mas tão logo ficou claro se tratar de algo fora do controle do governo, provavelmente um ato criminoso da ditadura socialista venezuelana, o silêncio se abateu sobre o assunto. Os ecoterroristas, que estavam em polvorosa com as queimadas na Amazônia, acharam melhor mudar de assunto, para não detonar o regime "amigo" de Maduro, aliado do PT e do PSOL.

Não é por acaso que muitos chamam essa turma de "melancias", verdes por fora, mas vermelhos por dentro. Antes os socialistas condenavam o capitalismo por não produzir riqueza suficiente para todos; agora alegam que ele produz riqueza demais, o que ameaçaria o planeta. Com esse discurso anticientífico, o movimento ambientalista virou refúgio para as viúvas de Lênin, uma capela onde ainda se encontra pretexto para criticar o capitalismo - do conforto capitalista, naturalmente, já que ninguém é de ferro.

Claro que nem todos os ambientalistas são socialistas hipócritas. Há gente séria genuinamente preocupada com a qualidade de vida na Terra. Mas eis o ponto: esses não precisam apelar para o monopólio das virtudes, acusando todos aqueles que não defendem os mesmos meios - um governo mundial controlando as economias e abolindo o livre mercado - de insensíveis que não se importam com o planeta.

RODRIGO CONSTANTINO

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