sábado, 21 de setembro de 2024


21 de Setembro de 2024
ACERTO DAS TUAS CONTAS

Alerta para as "bets"

Com o segundo maior impacto do país, 76% dos moradores da Região Sul que apostam já comprometeram sua renda principal do mês com as chamadas "bets", bem acima da média nacional de 63%. No Centro-Oeste, chega a 84%, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). O alerta cresce por parte do comércio, mas também dos bancos e de educadores financeiros.

O reflexo do comprometimento da renda recai sobre outros gastos. Não há recorte regional desse dado, mas o levantamento apontou que os apostadores brasileiros deixam de adquirir principalmente roupas (23%). Porém, em seguida, dizem deixar de fazer compras de supermercado (19%), ou seja, comida, o que aumenta a preocupação sobre o descontrole financeiro. Depois, são citados viagens (19%), refeições fora do lar (15%), produtos de higiene e beleza (14%), cuidados com saúde e medicações (11%) e contas de água, luz e gás (11%). O impacto é maior na classe C.

O resultado nacional da pesquisa apontou que 38% dos entrevistados já tinham feito apostas esportivas online. Deles, a maior parte se concentra no Sudeste, seguido por Nordeste e, então, vem o Sul na sequência, com 17% do total de apostadores do país. _

Prejuízo da renda no Sul

Sim, mas foi algo pontual 48%

Sim, com certa frequência 26%

Sim, sempre 2%

Não, nunca 24%

Entrevista - Amaury Oliva
Diretor de Cidadania Financeira e Relações com o Consumidor da Febraban

"Essa bomba ainda vai estourar"

As bets movimentaram R$ 100 bilhões no ano passado no Brasil. Estima-se que haja 2 mil sites de apostas online, disse o diretor da Federação Brasileira de Bancos Amaury Oliva no podcast Nossa Economia, de GZH.

Por que preocupa agora?

O mercado de bets está assumindo no Brasil proporção alarmante, com aumento rápido de apostas, informações e publicidade. Os bancos estão atentos ao impacto, principalmente no orçamento das famílias. Jogam mais, perdem mais dinheiro e se endividam mais, afetando a saúde física. Quando sobe inadimplência, diminui oferta de crédito e deixa empréstimos mais caros. Afeta consumidor, sistema financeiro e economia.

O que vem por aí?

Sabemos que essa bomba-relógio ainda vai estourar, com comprometimento sério da renda das famílias. É importante que a sociedade esteja atenta. O Brasil já seria o terceiro maior mercado de apostas online do mundo. Estudos mostram que as pessoas gastam, em média, 20% do salário em bets.

Não são apostas eventuais nem investimentos...

Descontrole, fenômeno conhecido. Há alguns anos, houve proliferação de bingos e caça- níqueis, que atingiam principalmente aposentados. As bets são mais preocupantes pela facilidade de acesso no celular no bolso. Há publicidade massiva com uso de influenciadores e patrocínio do futebol, incentivo diário de entrar na plataforma. Crianças e adolescentes estão expostos, inclusive no apelo infantil de influenciadores mirins, bonecos e brinquedos.

Qual regulamentação os bancos defendem?

Regras rígidas de publicidade, transparência e requisitos técnicos para evitar que o consumidor se endivide. Uma delas proíbe o uso de cartão de crédito para bets. Se endividaria para apostar. Órgãos de defesa do consumidor têm que fiscalizar. Pais têm que orientar filhos de que jogos e apostas não são brincadeiras, que há o risco do vício. Não é à toa que se chama "jogo de azar". _

Não se decompõem - Consumidor verde

Para fazer menos lixo, o consumidor verde busca itens biodegradáveis. Muitos, porém, não se decompõem espontaneamente na natureza. Pesquisa da Universidade Federal de SP com 49 copos, sacolas, talheres e canudos constatou que nenhum era biodegradável, embora fosse informado que o eram. Além de serem 125% mais caros, 90% tinham plástico oxidegradável, com aditivo que gera microplásticos. Para serem biodegradáveis, teriam de virar água, gás carbônico, metano e biomassa em até um ano. Boas opções: vidro, papel ou plástico reutilizável. _

Aluguel dispara

Alta do aluguel segue forte nos imóveis residenciais anunciados em Porto Alegre. O Índice FipeZap apontou aumento de 4,07% em agosto, a inflação de um ano todo. O acumulado de 12 meses fica em 23,61%. O metro quadrado está custando, em média, R$ 37,63.

No mês de agosto, Porto Alegre teve a maior alta entre as capitais. Para se ter uma ideia, a média nacional teve aumento de 0,88%, bem inferior. No acumulado do ano e em 12 meses, a capital gaúcha fica em terceiro no ranking nacional de maiores elevações.

Com a busca natural de mercado e aumento da procura após a cheia, não surpreende que as maiores altas - entre bairros mais representativos da pesquisa - estejam nas áreas não alagadas (em 12 meses). A pesquisa considerou 8,4 mil anúncios na cidade. _

Variações e preços

Rio Branco

+ 46,9% R$ 48,10 por m2

Partenon

+ 41,4% R$ 38,80 por m2

Petrópolis

+ 33,7% R$ 47,80 por m2

Santa Tereza

+ 28,5% R$ 27 por m2

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