sábado, 2 de março de 2024


02 DE MARÇO DE 2024
PRÁTICAS ESG

Expansão dos biocombustíveis no RS mira renovação da matriz energética

Maior produtor nacional de biodiesel, Estado conta também com cinco usinas de etanol licenciadas e em vias de sair do papel

O lançamento de mais uma fábrica de biocombustíveis no Rio Grande do Sul, anunciado no início deste ano, em Viadutos, juntou-se a uma dezena de outros projetos já existentes e a uma lista de outros que ainda devem sair do papel nos próximos anos. Esse conjunto de iniciativas representa um passo importante para uma indústria que tem potencial para se desenvolver em solo gaúcho. Representantes do setor afirmam que o Estado tem todos os ingredientes para isso: matéria-prima agropecuária, força fabril e olhar de investimento.

No caminho irreversível rumo à energia do futuro, as iniciativas englobam um projeto ainda maior, o da sustentabilidade, que conversa com um compromisso de três letras cada vez mais forte na cultura das corporações. São as práticas ESG - sigla em inglês de Environmental, Social and Governance (Governança Ambiental, Social e Corporativa). Os fundamentos levam a um conjunto de boas práticas e aceleram a busca das empresas por ações de economia sustentável.

Na linha que compete à sustentabilidade, as indústrias de biocombustíveis estão entre as iniciativas que despontam. O setor é aposta do governo federal para a reindustrialização, e ganhou destaque na Nova Política Industrial anunciada no início do ano. O programa tem entre as metas ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes até 2033. Atualmente, os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz.

Expansão

A aposta industrial acompanha um crescimento de mercado que já vem ocorrendo. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as vendas de etanol hidratado cresceram 5,1% em 2023 (cerca de 16 bilhões de litros), depois de três anos seguidos de queda.

No Rio Grande do Sul, há um crescimento ainda mais expressivo: foram 66,8% a mais de etanol hidratado vendido nos postos, ou 55 milhões de litros. O volume, considerado ainda pequeno, foi recorde nos últimos cinco anos no Estado, pontua o economista-chefe da consultoria ES Petro, Edson Silva.

No mercado do biodiesel, a produção entregue às distribuidoras em 2023 superou em 20% o volume do ano anterior. Foram 7,3 bilhões de litros, conforme os dados consolidados da ANP.

A participação dos biocombustíveis nas bombas é significativa no momento em que se discute amplamente a transição energética e a necessidade de descarbonização dos veículos automotores.

- Em 2023, 28,2% do que foi consumido de combustíveis no Brasil foi de biocombustíveis. Teve meses, como dezembro, em que passou de 30%. Ou seja, parte importante do que foi consumido não agrediu ao ambiente. Isso é excepcional, nenhum outro país tem - avalia o consultor da ES Petro.

BRUNA OLIVEIRA

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