Sob pressão, governo adia anúncio de medidas.
Previsto para ocorrer havia alguns dias, o anúncio das medidas de corte de gastos foi adiado pelo governo federal. A reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema terminou sem qualquer anúncio.
Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica estava na "reta final" do pacote. No entanto, a rodada de reuniões ao longo da semana com ministros das áreas que seriam alvo das medidas turbinou as resistências, levando ao risco de desidratação do plano elaborado pela equipe econômica.
A demora no anúncio preocupa o mercado financeiro, que teme que sobrevivam apenas medidas de "pente-fino" em detrimento de mudanças estruturais que controlem a trajetória da dívida pública.
Haddad acionou na sexta-feira a "tropa de choque" quase completa de sua pasta para a reunião ministerial no Palácio do Planalto. Participaram os secretários Dario Durigan (executivo), Guilherme Mello (Política Econômica), Robinson Barreirinhas (Receita Federal) e Marcos Pinto (Reformas Econômicas).
Resistência de ministros
A principal medida prevista pela equipe econômica é limitar as despesas obrigatórias, incluindo a Previdência Social, a um aumento de 2,5% ao ano acima da inflação - o mesmo teto do arcabouço fiscal.
O plano gerou revolta entre alguns ministros. O titular da Previdência, Carlos Lupi, por exemplo, disse publicamente que não haveria nenhum corte em sua área.
Os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, também descartaram qualquer ajuste em benefícios.
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