sábado, 2 de maio de 2020



02 DE MAIO DE 2020
DAVID COIMBRA

O fim do mundo

Pandemia, seca, crise econômica, crise política e agora me aparecem discos voadores. Estou me referindo aos filmes que a Nasa liberou, nesta semana, mostrando objetos voadores não identificados que foram registrados por pilotos de avião. Sei que vai ter um ou outro bidu a argumentar que os objetos voadores que aparecem nos vídeos não foram identificados. Ou seja: podem não ser discos voadores.

Mas também podem ser. Eu, aqui, tenho certeza de que existe vida fora da Terra, simplesmente porque seria ilógico não existir. Pense: os cientistas calculam que só a nossa amada galáxia, a Via Láctea, possua algo entre 100 e 400 bilhões de estrelas. É bastante coisa, não é?

Não. Há muito mais. Empregando dados levantados por 20 anos de uso do telescópio Hubble, cientistas ingleses estimaram que o universo abrigue nada menos do que 2 trilhões de galáxias. Se cada uma delas tiver 100 bilhões de estrelas, calcule o número delas em todo o universo. E depois multiplique por 10 para calcular o número de planetas. Faça esses cálculos, por favor, porque eu não vou fazer, que o confinamento me cansa.

O que importa saber é o seguinte: se existem milhares de quintilhões de planetas, por que só no nosso haveria seres vivos? É claro que há vida em milhões de planetas.

Mas que tipo de vida? Pegue a Terra como exemplo. Por aqui, tudo mudou devido a um acidente: um meteoro caiu bem em cima do México, há 65 milhões de anos, e matou 75% de todos os bichos que andavam felizes pelos campos, inclusive os enormes dinossauros, pterodáctilos e tigres-dente-de-sabre. Esse meteoro nem era tão grande, o problema é que ele atingiu uma imensa reserva de petróleo, que explodiu e ficou queimando e encheu o ar de fuligem. O sol não podia passar por essa espessa nuvem de sujeira e, assim, o mundo entrou numa era do gelo, tornando escasso o alimento. Assim, os pequenos animais, que podiam viver com menos fornecimento de energia, sobreviveram.

Bem.

O meteoro caiu AQUI, mas nem todos os planetas em que há vida tiveram a mesma sorte, óbvio. Então, em alguns lugares talvez não haja pessoas, mas haja um monte de dinossauros e tigres-dente-de-sabre e mamutes e animais gigantescos, como havia antes.

Outra possibilidade: você sabe que nós, Homo sapiens, somos apenas uma das várias espécies humanoides que existiam. Só nós sobramos. Porém, em algum lugar os neandertais, por exemplo, podem ter vencido a concorrência. E os neandertais eram mais fortes fisicamente do que nós e tinham o cérebro maior também. Seus cabelos eram amarelos, a pele clara e os olhos na certa puxavam para o azul. Já as mulheres neandertais suponho que fossem todas como a Maria Sharapova, loiras de um metro e noventa, no mínimo. Há, por aí, um mundo dominado por essa gente, um mundo que é como se fosse uma imensa Suécia.

Talvez alguns planetas tenham sido afetados pela ambição de seus seres humanos, que lhes esgotaram os recursos naturais por inteiro. As pessoas desses lugares foram extintas e agora, se chegarmos lá com nossas naves, veremos cidades vazias, desertos e desolação. Sim, é isso. É provável que muitos mundos tenham acabado por guerras, pela ação deletéria do homem, por quedas de meteoros maiores do que aquele que matou nossos dinossauros ou até, quem sabe, por doenças contagiosas. Por vírus, talvez, por que não? Esse pensamento me ocorreu ao ver os filmes daqueles discos voadores. O mundo pode estar chegando ao fim. E eu nem li todos os clássicos, nem vi todas as séries, nem conheci as Ilhas Maldivas, nem mesmo estou bebendo chope com os amigos numa amena mesa de bar.

DAVID COIMBRA

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