segunda-feira, 12 de setembro de 2022


10 DE SETEMBRO DE 2022
J.R. GUZZO

J.R. GUZZO

7 de Setembro e as lamentações

Passado o 7 de Setembro, com as fotos, vídeos e relatos pessoais atestando que multidões foram às ruas em todo o Brasil, a esquerda nacional e o seu candidato à Presidência da República entraram num clima de funeral indignado. Só havia um resultado aceitável para eles: um fracasso indiscutível de público no comício eleitoral em favor de Jair Bolsonaro que se colou de Norte a Sul às comemorações dos 200 anos de Independência do Brasil. 

Deu o exato contrário. Como já tinha acontecido no ano passado, o 7 de Setembro e o apoio a Bolsonaro, transformados numa coisa só, reuniram centenas de milhares de cidadãos em praça pública num ato político - e o atestado mais evidente disso foi a intensidade da sinfonia de lamentações na oposição. Se tivesse ido pouca gente, estariam em festa. Como foi gente demais, ficaram revoltados e foram reclamar com o juiz.

O PT e a confederação de interesses que apoia a candidatura Lula tentaram, no começo, assustar a população com ameaças de que "os bolsonaristas" iriam provocar violências; seria inseguro sair à rua. Também poderia ser "contra a lei", advertiram outros. A um certo momento, contaram até com o serviço de meteorologia - iria chover e a manifestação seria um fracasso. 

Nada disso deu certo. As pessoas lotaram a rua e o seu recado era óbvio: nós viemos aqui para dizer que vamos votar em Bolsonaro nas eleições do dia 2 de outubro. Pode haver alguma dúvida quanto a isso? Não, não pode - só nas análises dos formadores de opinião, mas não na vida real. A comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil foi um manifesto político.

Numa ofensiva possivelmente desesperada, do ponto de vista da racionalidade jurídica ou política, Lula e o PT querem agora acusar Bolsonaro de uma porção de "crimes" por sua participação no Dia da Independência. Não tem nexo. Ele é o presidente da República; tem, em primeiro lugar, a obrigação de comparecer. Do que estão reclamando, então?

Lula, diante do que aconteceu, não disse nada de útil - resumiu-se a estar ausente na festa em que se comemorou os 200 anos de Independência do Brasil e fazer, depois, um lamento. Não explicou por que não saiu à rua; ele que se diz o maior homem do povo que o Brasil já teve em toda a sua história. Centenas de milhares de cidadãos foram à praça pública apoiar o adversário de Lula nas eleições. Ninguém saiu para dizer que o apoia. É o saldo do dia 7 de Setembro.

J.R. GUZZO

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