24 DE SETEMBRO DE 2022
ACERTO DE CONTAS
Polo de inovação toma forma
Toma forma a operação do polo de inovação Onovolab em Porto Alegre. O projeto está sendo construído no prédio do DNA do Aço, uma conhecida estrutura de nove andares na Avenida Severo Dullius. A expectativa dos responsáveis pelo negócio, inicialmente previsto para junho, é começar a operar em outubro.
O prédio é da família de Zeca Martins, que atua em segmentos de aço e plástico. Ele será o parceiro local do Onovolab, que tem Anderson Criativo como CEO. O projeto nasceu em São Carlos (SP) em 2018, e funciona para abrigar operações de pesquisa e desenvolvimento de empresas. Aqui no RS, já estão confirmadas a startup hygia saúde e o SebraeX, braço de inovação da instituição, que será uma parceira estratégica.
Foi dada a largada à RBS Ventures, novo negócio do Grupo RBS que começa com mais de 50 iniciativas em análise e deve encerrar 2022 com sete aceleradas. O primeiro negócio é com a plataforma de games Player 1 Gaming Group (P1GG), em sociedade com a Globo Ventures, além da exclusividade de publicidade na Arena do Grêmio e no Beira-Rio. Os sócios-fundadores conversaram com a coluna.
MAURICIO SIROTSKY NETO, membro da terceira geração da família Sirotsky e do Conselho de Representantes da RBS
Qual a diferença para uma venture capital?
É bem diferente. O grande ativo de uma venture é o recurso financeiro. Na media capital, se agrega valor. A RBS Ventures atuará com três territórios: media for equity, pela possibilidade de oferecer mídia no negócio; o que chamamos de mundo RBS e suas sinergias comerciais, de recursos humanos e de capacidade de comunicação; e, aí sim, com recurso financeiro.
Como está vinculada à RBS?
É da RBS com a TKPar (uma holding de participações, criada para investimento na RBS). É do grupo, mas com equipe própria, operacional do nosso jeito, com independência e o dinamismo dessa atividade. A reorganização societária da RBS trouxe o recurso, e é um movimento recente das empresas de comunicação. Tem a Globo Ventures. Permite outras iniciativas que agregam ao negócio principal da RBS.
E a seleção dos negócios?
Teremos algumas etapas, começando pela prospecção do negócio, ativa ou passiva. Podemos buscar o que achamos interessante ou podem nos procurar. Então, se avalia se faz sentido ir adiante e em qual território, se, por exemplo, usa a força comercial. E faremos um acompanhamento desses negócios, que podem ser eventos, campeonatos, envolver conteúdo. No caso de estádios de futebol, podemos criar uma proposta para um patrocinador do Sala de Redação com uma ação comercial nos jogos, nos espaços onde temos exclusividade. Vamos avaliar, tem um leque muito grande.
Como membro da terceira geração da família Sirotsky, por que está na RBS Ventures?
É uma realização pessoal e profissional estar envolvido neste momento com a empresa da minha família, fundada por meu avô. Sinto orgulho, felicidade e desafio. Minha carreira profissional foi para o lado empreendedor. Comecei no Kzuka, mas saí quando a RBS comprou. Tinha 20 anos, fui trainee da PwC e tive a Totosinho por sete anos que chegou a cem funcionários e quadruplicou a receita. Fiz MBA nos Estados Unidos, voltei para a e.Bricks (braço de novos negócios) para desenvolver negócios e migrei para a Maromar Investimentos (family office de Nelson Sirotsky), com a missão de transformar em uma holding de investimento e de negócios por quatro anos. Foi natural me envolver na RBS Ventures.
FERNANDO TORNAIM, vice-presidente do Conselho de Representantes da RBS
De onde surgiu a ideia?
Queríamos criar uma categoria própria. A RBS Ventures tem um posicionamento diferente: investiremos, além de recursos, mídia. Daremos visibilidade e faremos a marca ser mais conhecida. Com esta proposta de valor, podemos também coinvestir, ter uma participação complementar à das ventures de fundos - o que também amplia nossa área de atuação.
Como o mercado deve entender o funcionamento?
Criamos uma metodologia própria, que passa por um funil com premissas fundamentais para análise. Uma delas é avaliar se o negócio é mais orientado para o B2C (voltado ao consumidor). Outras são identificar se há regionalidade, o Rio Grande do Sul precisa ser um território importante para a empresa - e se a midia gera diferenciação, além de análises financeiras de retorno e o tamanho do interesse para o negócio principal da RBS.
Por que agora?
O Rio Grande do Sul vive um momento bom de empreendedorismo. Qualquer iniciativa que esteja dentro de um ambiente mais adequado vai ter mais chance de sucesso. Entendemos que o ecossistema está se criando, mas a RBS Ventures é uma peça que faltava. Será complementar ao movimento, com recursos em alguns casos, mas foco em alavancar com visibilidade. Vai apoiar o empreendedorismo e novos negócios de uma maneira única. Há poucos dias, fizemos um pitch day (eventos para apresentação de startups) com cinco empresas. Selecionamos três para olhar mais a fundo. A Globo Ventures, que é uma inspiração, já tem mais de 30 empresas investidas.
Como esperam que os gaúchos vejam a RBS Ventures?
Como um movimento empreendedor com credibilidade, um parceiro que tem um tipo de entrega único. A mídia é decisiva para o crescimento do negócio. Fazemos parte da reestruturação societária da RBS. O negócio principal da empresa dá relevância à RBS Ventures. Sempre tive laços com a RBS, envolvimento com o Rio Grande do Sul, relação com a Globo como empreendedor. Lidero essa iniciativa ao lado do Mauricio, que tem toda uma formação na área de investimentos.
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