sábado, 2 de outubro de 2021


02 DE OUTUBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

APOSTA NO CONHECIMENTO

Investir em inovação e tecnologia significa mostrar a intenção de não ficar para trás na corrida do desenvolvimento, cada vez mais alicerçada no conhecimento. Produzir pesquisas que um dia poderão se materializar em novos produtos, métodos ou processos, com benefícios econômicos, maior bem- estar para a população e proveitos sociais é o diferencial de ser protagonista em um mundo em que as novidades surgem cada vez mais rápido ou ir apenas a reboque, consumindo o que é criado em outras partes do globo.

A chegada da pandemia fez com que o interesse pela ciência ressurgisse com força, mas no Brasil constata-se que os recursos disponíveis para aplicar na área são decrescentes nos últimos anos, na contramão das nações que lideram a maratona do crescimento. Há inúmeras iniciativas que envolvem a iniciativa privada, é verdade, mas em todo o mundo capitalista o apoio do poder público é essencial, seja na injeção direta de recursos ou na formulação de incentivos de toda ordem.

Sintonizado com essa necessidade de apoio estatal, o governo gaúcho apresentou o programa Avançar na Inovação, que prevê aportes de R$ 112,3 milhões em ciência e tecnologia no Rio Grande do Sul. Os recursos, segundo o Piratini, são os maiores vindos diretamente do Tesouro do Estado ao menos nos últimos 10 anos. A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) serão contempladas. Alguns editais da Sict já estão abertos, abrangendo uma série de programas, como os que dão suporte para startups e iniciativas que visam ao desenvolvimento de games.

É, sem dúvida, uma aposta correta. Muito do conhecimento que será produzido, ao ser aplicado, poderá ser transformado, no futuro, em uma economia mais forte e dinâmica, criando condições de geração de mais emprego e renda. Não apenas para as pessoas diretamente ligadas às pesquisas. Os efeitos benignos se espalham por toda a sociedade, com mais produtividade, novas soluções e, ao fim, maior PIB. E cria, sobretudo, um ambiente propício para mitigar um dos grandes problemas não só do Estado, mas do país: a fuga de cérebros. 

Um bom aproveitamento dos recursos fará com que seja possível, para muitos jovens talentosos, alcançar a realização profissional sem necessariamente ter de estar longe de suas famílias. O Rio Grande do Sul, na Capital e no Interior, conta com capital humano capacitado e toda uma vasta rede de universidades, parques tecnológicos e incubadoras, entre outras instituições, que formam um bem-estruturado ecossistema vocacionado para a produção de conhecimento. Há precondições, portanto, para os gaúchos se posicionarem como referência. Direcionar fatia maior do orçamento para a inovação é estratégia básica de qualquer país, Estado ou cidade que queira não ser apenas um espectador do curso da História.

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