sábado, 15 de novembro de 2025



15 de Novembro de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Condenação didática da BHP em plena COP30

A BHP, uma das acionistas da Samarco, responsável pela barragem de Fundão, em Mariana (MG), foi condenada pelo Tribunal Superior de Londres na sexta-feira. A decisão foi tomada depois de 10 anos da tragédia e coube à Justiça britânica porque na época a BHP tinha sede no Reino Unido. Ainda cabe recurso, e o valor das indenizações só será definido em outro julgamento, com previsão para outubro de 2026.

A decisão atribui à BHP responsabilidade direta, o que significa que terá de compensar os danos ambientais e sociais causados pelo rompimento da barragem, mesmo sem intenção de provocar esse resultado. É didático que essa decisão tenha sido tomada durante um impasse na COP30, o mesmo de sempre: quem paga a conta do combate e da adaptação à mudança do clima. As empresas querem ajuda dos governos, que já estão envolvidos com os custos da falta de responsabilização. É fácil de entender no caso do Brasil: os gastos mais pesados com a reconstrução do RS mal começaram, e já é preciso acudir Rio Bonito do Iguaçu, outra vítima da maior severidade das tempestades.

Avaliação de risco costuma ser subestimada

Um dos motivos pelos quais as contas não fecham, COP após COP, é a falta de inclusão, na avaliação de riscos da atividade empresarial, de impactos negativos. Não só dos mais dramáticos, como os de Mariana, também os corriqueiros, como alagamentos constantes provocado por chuva concentrada. Como essa análise é com frequência subestimada, a compensação que está na mesa em Belém parece excessiva. No ano passado, o mais quente já registrado, as perdas econômicas com desastres climáticos foram estimadas em US$ 368 bilhões. Não por uma ONG ambiental, mas pela Aon, empresa de gerenciamento de riscos e seguros.

À luz desse dado, os US$ 1,3 trilhão que a COP30 ambiciona mobilizar até 2035 parecem menos ambiciosos. Se as perdas de 2024 se repetissem anualmente, seria necessário o dobro, US$ 3,6 trilhões, para enfrentar as consequências da mudança do clima. A essa altura, a única escolha é entre a prevenção e a reconstrução. E prevenir custa menos. _

Na sexta, o dólar voltou marcar passo: oscilou 0,02% para cima, a R$ 5,297. Na bolsa, faltaram 10 pontos para novo recorde nominal: a alta de 0,37% levou a 157.738 pontos. O petróleo subiu 2% com ataque da Ucrânia a base russa.

Um spa de 2 mil m2

O complexo de luxo W Gramado, com investimento de R$ 300 milhões, inclui um Wellness Club de 2 mil m2. Serão instalados no local de sauna com sal do Himalaia a bar com experiência de beleza, chamado de Beauty Bar. A grife W pertence a uma das maiores redes de hospedagem do mundo, a Marriott, dona de cerca de 9,6 mil hotéis em 143 países.

O espaço ainda terá academia, estúdios e piscinas com diferentes temperaturas, som sub­aquático e cromoterapia, que ajudaria o corpo a relaxar. _

R$ 295 bi

é o potencial de investimento em expansão das fontes renováveis de energia na transição para uma economia de baixo carbono. A estimativa é de estudo feito em parceria entre Itaú Unibanco e Fundação Getulio Vargas (FGV). Isso representaria impacto positivo de R$ 337 bilhões a R$ 465 bilhões no PIB até 2035. Na agropecuária, soluções de adaptação tecnológica - como sementes mais resistentes e ampliação de técnicas de precisão - podem evitar perdas de até R$ 61 bilhões por ano nos principais cultivos do país.

Trump cede à pressão anunciada

Sim, a conta do tarifaço bateu à porta da Casa Branca. No final da sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva reduzindo a tarifa de várias dezenas de alimentos, como carne e café, para todos os países, incluído o Brasil.

O formato da confirmação foi complexo, aparentando evitar uma capitulação. As novas regras incluem até mudança da nomenclatura dos produtos, o que é bastante incomum.

A lista inclui coco, nozes, abacate e abacaxi. A medida é considerada uma resposta à pressão dos eleitores para reduzir os preços de produtos do dia a dia. São itens que não podem ser produzidos nos EUA em quantidade suficiente para atender à demanda interna. Preços de vários alimentos haviam subido com força nos EUA, como 11 a cada 10 analistas haviam advertido ainda antes do anúncio oficial do tarifaço. 

GPS DA ECONOMIA 

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