sábado, 26 de outubro de 2024


26 de Outubro de 2024
MARTHA

Meu primeiro boeing

Se é o que todos dizem, quem sou eu para duvidar. É sempre assim diante de uma novidade, a gente pensa que não vai dar conta. Estou a sete quilômetros de casa, não é uma distância absurda, aterrissarei sã e salva - foi o que pensei ao sair da concessionária com meu carro novo, enquanto dava uma risada nervosa pelo verbo que me veio à cabeça: aterrissar. Eu não estava voando. Ao contrário, nunca dirigi tão lentamente.

É a primeira vez que tenho tantos recursos tecnológicos à disposição, e me sinto solitária como se fosse uma astronauta em missão espacial, lidando com a perda do sistema de oxigenação da aeronave. Houston, I have a problem.

Para começar, tive que me adaptar à ausência da chave, que sempre foi o símbolo da libertação existencial. A chave de casa: metáfora para a entrada no mundo adulto. A chave do carro: conquista da autonomia. Mas quem quer saber desses simbolismos obsoletos? Agora basta apertar um botão. E eu que não reclame: se um dia vier a ter outro carro, ele será ligado através de comando de voz.

Mas não é hora de me preocupar com o futuro do futuro. Preciso antes me acostumar com este futuro do presente, um carro zero quilômetro que encerra a época em que as manobras dependiam apenas do motorista. Não consigo me empolgar com o fato de ter um botão que me dá assistência de permanência na faixa e ainda outro botão de controle de cruzeiro Inteligente. Mordomia demais não fortalece o caráter.

Será que preciso mesmo de um alerta de presença no banco traseiro? Fui informada que basta ativá-lo no menu de ajustes, na tela do sistema infotainment (!!), e assim não correrei o risco de sair do carro deixando um cão ou um bebê esquecido lá dentro, em um estacionamento de shopping, sob um calor de 48 graus.

Essas tragédias acontecem, eu sei. O que esse veículo esperto não entende é que o máximo que já esqueci no banco de trás foi um brinco - e faz tempo.

Ter um monitor de visão traseira é útil, mas acho um exagero de linhas, cores, avisos e apitos, prefiro o assovio do flanelinha. Dispenso o dispositivo que faz com que o carro desligue quando parado no sinal e não sei para o que serve a quantidade de controles no volante e no painel, dando a falsa impressão de que estou pilotando um jato. 

Sou uma sobrevivente de fuscas e jipes, e pelo visto mantenho o espírito anti-parafernália. Claro que, mesmo tão nostálgica, não gostaria do retorno do câmbio manual e da manivela para abrir os vidros. Reconheço que dirigir é hoje mais seguro e confortável. Mas sinto saudade do tempo em que, para ser moderno, bastava uma cabeça bem equipada, os brinquedos podiam continuar dando algum trabalho. _

MARTHA

AMBIENTE

A lista foi capitaneada pela extinta Fundação Zoobotânica (FZB) e hoje é responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do RS.

Há muitas ameaçadas nas famílias de cactos, bromélias e orquídeas, segundo botânicos. Elas também são alvo de coleta e comércio ilegal. A araucária e os butiás estão igualmente sob grande ameaça, devido à exploração. Além disso, as espécies de campo estão em uma situação vulnerável. Professor do Instituto de Biologia da UFPel, João Iganci destaca, contudo, que a maioria das espécies nunca foi avaliada.

Consequências do atraso

A lista é importante para manter a biodiversidade, a elaboração de políticas públicas e a definição de uso do território, conforme especialistas. Eles reconhecem que a atualização é um processo trabalhoso e demorado, pois envolve conhecimento aprofundado. Quando demora para ocorrer, ocorrem mudanças em categorias e novas descrições ficam de fora, podendo criar vulnerabilidades.

A falta de atualização pode ter impactos na preservação, já que a lista - que pode estar defasada - é usada para licenciamentos ambientais. Outro impacto se dá no delineamento das áreas onde pode ocorrer avanço econômico e das áreas que devem ser preservadas - e desenvolvidas a partir de atividades sustentáveis, como turismo, salienta Iganci.

A sociedade depende da biodiversidade, pois esta presta serviços fundamentais, como a polinização, que depende das plantas e abelhas e impacta as safras, lembra Pedro Maria Ferreira, professor da PUCRS.

As espécies se tornam ameaçadas por fatores naturais, como a restrição de sua ocorrência e a existência de populações muito pequenas e raras; e pela atividade humana, com a redução do habitat e de populações, explica Ferreira. O desmatamento e o descampamento têm muito peso.

- A gente vai degradando cada vez mais a biodiversidade e, cada vez mais, vai haver espécies ameaçadas e extintas - lamenta o professor da PUCRS.

Em sintonia com a ONU

Professor da UFRGS e coordenador do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais, Paulo Brack defende o uso econômico da biodiversidade, que, em sua opinião, vem sendo exportada e mal aproveitada no Brasil. O interesse econômico tem de ser um aliado para a mudança, e não um inimigo, Brack afirma:

- O imediatismo econômico é o problema: se quer ganhar muito dinheiro em curto prazo, e aí se expandem as monoculturas, que são uma das principais ameaças à nossa biodiversidade.

Brack também defende o estabelecimento de metas relacionadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável 2030 da ONU, focando no RS - como atualizar com maior frequência as listas, ter listas municipais, aumentar as áreas protegidas, planejar a propagação das espécies e limitar atividades de alto impacto.

Ele lembra que não adianta só listar espécies - é preciso monitorá-las, avaliando ainda a possibilidade de propagá-las. O maior problema, para Ferreira, não é a falta de atualização, mas o não uso da lista para políticas públicas e para a proteção das espécies. _

Fernanda Polo

26 de Outubro de 2024
CARPINEJAR

Geração da imperfeição

Pertenço à geração da imperfeição. Quem tem mais de 40 anos vai entender a minha sentença. Nada no passado era límpido, cristalino, harmônico. Nem as imagens, nem os sons. O erro fazia parte da nossa rotina. Esperávamos o ruído. Aceitávamos os rascunhos. Nossa tecnologia previa as dissonâncias.

Havia chuvisco na televisão. Havia canção parada no vinil, obrigando-nos a colocar a agulha para frente para sair da repetição. Havia os grunhidos das fitas K-7 quando o rolo escapava das roldanas e era mascado pelo aparelho toca-fitas, o que nos exigia rebobinar a fita com caneta Bic. Havia fogão que dependia dos fósforos. 

Havia as gralhas na folha escrita na máquina de escrever, apagadas devidamente com liquid paper, que apenas aumentava os borrões com as manchas brancas. Havia as ligações telefônicas com linhas cruzadas. Havia as transmissões de rádio com chiado. Havia o preenchimento do cheque com a pior caligrafia possível.

Dávamos um desconto. Talvez o meu antecedente com as falhas tenha gerado a minha convivência pacífica com as péssimas fotografias. Não ligo para como eu vou sair nos retratos. Sou adepto de uma maneira anacrônica e extinta de enxergar o mundo, sem sofrer com a beleza e o resultado final, mais preocupada com a informação. É um traço marcante de minha faixa etária.

Fui criado na época da revelação. Como eram poses contadas na máquina - 12, ou 24, ou 36 -, reveladas em papel no estúdio, não tínhamos como reclamar. Eu me acostumei com olhos vermelhos, com a sombra da mão no visor, com registros tremidos, com cabeças cortadas. Você pagava, inclusive, pelas fotos ruins. Não tinha essa de só levar as fotos razoáveis, decentes, nítidas.

Num flagrante da família, ninguém olhava para o mesmo ponto. Restavam desavisados que voavam distraídos com as pupilas e se perdiam no momento de "olhar o passarinho".

Por isso, não reclamo de nenhuma selfie ou pose na era do celular. Já minha esposa jamais se mostra satisfeita, principalmente quando sou eu que estou atrás da lente.

Detectando a minha inaptidão digital, e ultrapassando o seu papel de modelo, Beatriz começou a me dirigir nos bastidores: Agora me pegue caminhando, agora use o ângulo de baixo, agora o de cima, agora o de lado. Eu me ajoelho, eu me deito no chão, eu subo em pedras, eu me esfolo, mas não adianta: nunca consigo lhe agradar.

Diante de cartões-postais, como Torre Eiffel, eu sei que irei sofrer, que a beleza do lugar custará caro para mim: gastarei horas buscando acertar uma única fotografia para ela. No fim, Beatriz observará o acervo de centenas de tentativas na telinha, excluirá todas e comentará com ironia:

- Como fotógrafo, você é um ótimo escritor. Afora nosso DNA histórico de complacência aos defeitos, não exercitamos a paciência, muito menos a vaidade. Existe alguma mulher feliz no planeta com as fotos feitas pelo seu marido quarentão, cinquentão?

Duvido, esses homens tiram fotos com igual capricho com que passam o protetor solar na esposa. _

CARPINEJAR

26 de Outubro de 2024
ANDRESSA XAVIER

Ouvia na rádio Gaúcha a mãe do João, de 17 anos, sobrevivente do acidente que matou nove pessoas no Paraná na semana que passou. João Pedro Milgarejo estava dormindo no momento do acidente e não teve lesões graves. Ao tentar sair da van, notou que ninguém respondia a seu pedido de ajuda. Naquele momento ele entendeu a gravidade do que acontecera.

Graciele Nolasco não tem como não estar feliz de ver seu filho vivo. Ele não ter morrido é um milagre, ela mesma disse. Graciele, ao mesmo tempo, não tem como não estar arrasada com a perda dos melhores amigos do João. Ela também disse nessa entrevista ao repórter Frederico Feijó, no Timeline, que sente a dor dos outros pais e mães e que eles se consideram família uns dos outros. Velar e enterrar um filho não é a ordem natural da vida, mas quem sabe explicar o mistério de viver e de morrer?

Essas famílias se preparavam para receber seus filhos e suas sete medalhas conquistadas no campeonato em São Paulo. Na terça, precisaram fazer, como se fosse um soco no estômago, um velório coletivo. Essa é uma dor que podemos tentar imaginar, mas somente eles vão sentir, para sempre. O vazio dos sonhos de adolescentes que queriam competir no remo e se tornar alguém na vida. A lacuna deixada por vidas interrompidas numa fatalidade no trânsito. Mais do que os nove, morrem um pouco seus familiares e amigos. Morrem um pouco as mães, que sentem junto e inevitavelmente se colocam no lugar das que perderam seus maiores amores.

A Angel Vidal faria 17 anos em duas semanas. A Helen Belony, de 20 anos, era uma promessa do remo nacional. O Henri Guimarães, aos 17 anos, mais do que praticar, acreditava no esporte como ferramenta social para jovens como ele. O João Pedro Kerchiner da Silva, também tinha 17 anos e ganhou o ouro com os colegas no sábado passado. A Nicole da Cruz tinha só 15 anos, assim como o Samuel Benites Lopes. Os caçulas da viagem tratavam o esporte como coisa muito séria. Vitor Fernandes Camargo, de 17 anos, dizia que o remo lhe dava motivação para acordar cedo e dar o seu melhor. O treinador, Oguener Tissot, de 43 anos, respirava, comia e dormia pensando no remo. O Ricardo Leal da Cunha, 52 anos, era o motorista da viagem. São nove famílias. É uma comunidade inteira.

As circunstâncias nada têm a ver com a Kiss, mas mais uma vez nos lembramos, por falar de jovens, do que aconteceu naquela madrugada em Santa Maria. Uma ferida que continua aberta e que só o tempo ajuda a cicatrizar e seguir em frente. Pelotas precisará seguir em frente. O Remar para o Futuro terá, mais do que nunca, que olhar para o horizonte e encontrar formas de seguir e de continuar ajudando jovens de escolas públicas. A dor continuará, o trauma estará presente, mas o legado do esporte como alternativa precisará prevalecer. 

Andressa Xavier

Mais do que no primeiro turno, o segundo é uma espécie de deseleição. Em boa parte das disputas, vence o candidato menos rejeitado. E rejeição, vamos admitir, é um fenômeno do nosso tempo, porque, seja por ceticismo ou decepções pregressas, a larga maioria das candidaturas não empolga mais o eleitorado. O descrédito, outro nome para essa rejeição generalizada, se materializa no tsunami de abstenções e votos nulos e brancos.

Noves fora algumas exceções, os vencedores também não costumam entusiasmar. Para os eleitos, não faz tanta diferença, mas, para os derrotados, permanece a incógnita: o que fazer para superar a rejeição? Em primeiro lugar, é preciso ter em conta que os menos rejeitados são os menos conhecidos e, portanto, os que serão menos votados. Uma rejeição razoável, portanto, é sinal de vitalidade da candidatura. Mas quando ela passa de 40% é sinal amarelo. Acima de 50%, sinal vermelho.

Candidatos sobem e descem nas intenções de votos de forma mais dinâmica que as taxas de rejeição. É a tal opinião formada negativa, muito difícil de reverter. Uma vez rejeitado, está estabelecido o teto da candidatura. Dali, ela não passa, a menos que uma eventual transmutação convença milagrosamente o eleitorado do contrário.

É por isso que um fenômeno como Pablo Marçal tinha boas chances de ir para um segundo turno, mas seria tarefa excepcional vencer as taxas que o prendem como uma âncora ao fundo do mar dos rejeitados. Guilherme Boulos, com alta rejeição, provavelmente seria o futuro prefeito de São Paulo caso viesse a enfrentar o ainda mais rejeitado Marçal. Contra Ricardo Nunes, que não empolga mas que tem rejeição mais baixa, as chances do candidato do PSOL se mostram rarefeitas.

Candidatos se elegem por diferentes razões. Collor faturou a repulsa à corrupção e o cansaço com a inflação, Fernando Henrique surfou a onda do Real, Bolsonaro soube capturar o conservadorismo latente dos brasileiros. Lula foi derrotado três vezes para a Presidência até que, finalmente, entendeu que a rejeição era seu carma. Escreveu uma Carta aos Brasileiros prometendo estabilidade, se apresentou como Lulinha Paz e Amor e deixou para trás boa parte da resistência a seu nome, que, aliás, retornou com força após a Lava-Jato.

A rejeição é a característica mais desafiadora de ser revertida porque não é criada pelos adversários. É resultado de posturas políticas, atitudes pessoais, declarações e alianças, sem contar a própria trajetória do candidato ao longo de anos. Mais recentemente, as fake news têm servido para fomentar um tanto da rejeição, mas o índice será sempre resultado de como o candidato é visto - e não, para azar dele e de seus apoiadores, de como ele se vê. _

Marcelo Rech 


26 de Outubro de 2024
EDITORIAL

Às urnas, eleitores

Ainda na noite de 6 outubro, data do primeiro turno das eleições de 2024, análises sobre a alta abstenção dividiam as atenções com a avaliação dos resultados do pleito. Foi um dos temas dominantes nos dias seguintes, com a busca por explicações para o fenômeno que mostra, nos últimos 20 anos, um aumento paulatino do índice de ausência de eleitores nas urnas. Neste domingo, 51 municípios brasileiros, sendo cinco no Rio Grande do Sul, terão segundo turno. São 15 capitais, com Porto Alegre entre elas. Este fim de semana é o momento de reforçar a mensagem da importância do voto como principal instrumento dos cidadãos para moldar o futuro do lugar onde vivem.

O apelo à conscientização e ao comparecimento é mais necessário no caso gaúcho, devido aos níveis da abstenção no primeiro turno superiores à média nacional. No país, a taxa foi de 21,68%. No Rio Grande do Sul, de 23,69%. Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas e Santa Maria, os cinco municípios rio-grandenses com eleição neste domingo, tiveram percentual de ausências superior ao observado em todo o Estado. 

A mais alta ocorreu em Canoas, 31,83%. Porto Alegre foi a capital brasileira com a maior ausência. Foram 345,5 mil pessoas, ou 31,51% dos eleitores aptos, que renunciaram ao exercício cívico de sufragar candidatos à prefeitura e à Câmara de Vereadores. Como já amplamente observado, foi uma quantidade superior até à votação do primeiro colocado. Não são números compatíveis com um Estado que se considera altamente politizado.

São variadas as razões elencadas para explicar o aumento da abstenção. Entre elas, a desilusão com a política e com os políticos, a facilidade para justificar o voto por meios virtuais, a multa baixa e o envelhecimento da população, uma vez que cidadãos com idade a partir de 70 anos não são obrigados a comparecer. No caso de algumas cidades gaúchas afetadas pela enchente, cita-se ainda a perda de documentos, dificuldades de locomoção ou a decisão de pessoas atingidas de mudar de cidade.

As explicações ainda serão mais bem analisadas pela ciência política, com a avaliação de dados quantitativos e qualitativos. Diante da crise de representatividade, em especial os partidos estão a dever um exame de consciência. Mas isso é para a partir de segunda-feira. Neste fim de semana, até o horário próximo do fechamento das urnas, às 17h de domingo, é dever de lideranças, candidatos, siglas, autoridades eleitorais, comunicadores e veículos de imprensa reiterarem a convocação dos eleitores para se dirigirem às suas seções. É relevante ainda repetir esclarecimentos básicos como o fato de que quem se absteve no dia 6 pode votar neste 27 de outubro.

Nas cidades com segundo turno, chega o momento decisivo de optar pelo nome que comandará o município pelos próximos quatro anos, com a responsabilidade de atender às demandas da população, solucionar problemas e encaminhar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento e ao bem-estar. 

O voto, como referiu na quinta-feira a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "é uma bênção democrática". É um processo que define, a partir da soma das contribuições individuais, o destino de uma coletividade. Quem abre mão dessa prerrogativa deixa que outros decidam por si. Neste domingo, portanto, às urnas, eleitores! 


26 de Outubro de 2024
GPS DA ECONOMIA

BNDES veta crédito a projetos prejudiciais

Ainda em 2015, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vetou financiamentos a projetos de queima de carvão. Agora, o banco federal que oferece empréstimo de longo prazo a baixo custo está ampliando a lista dos "proibidões".

Além de reiterar o veto à queima de carvão, o BNDES não financiará empreendimentos com alto risco socioambiental, que usem madeira que não venha de áreas plantadas como principal matéria-prima, mineração em unidades de conservação, termelétricas a óleo fóssil e frigoríficos que não tenham rastreabilidade de toda a cadeia.

Poucas dessas interdições pegam potenciais candidatos desprevenidos. Não só essas restrições já são estratégia de grandes bancos privados, como também condição imposta pelo mercado para comprar produtos. No 25º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy observou que barrar crédito a atividades com impacto negativo já é regra até em países como a China, que preferiu produzir em vez de preservar recursos naturais.

Questão não é preço, é existir mercado

No mesmo evento, Luiz Roberto Barcelos, sócio-fundador e integrante do conselho da Agrícola Famosa, que pratica agricultura regenerativa, diz que, quando é questionado sobre a remuneração pelo "diferencial", responde:

A questão não é quanto mais vão pagar. É se o negócio estará vivo ou não, porque se não estivermos alinhados à preservação ambiental, simplesmente não vão mais comprar. Quem não adotar as melhores práticas não vai vender por preço nenhum. _

destruição piora

O Imazon informou na sexta-feira que a degradação da Amazônia chegou a 20.238 km² em setembro. Isso é o equivalente a cerca de 13 vezes a cidade de São Paulo. Foi a maior área nos últimos 15 anos e 15 vezes maior do que a atingida em setembro de 2023. O Imazon monitora o desmatamento por imagens de satélite desde 2009.

Depois de vários ensaios durante a semana, o dólar fechou acima de R$ 5,70 na sexta-feira. Com alta de 0,74%, para R$ 5,704, é a maior cotação desde 15 de julho, quando havia encerrado em R$ 5,741. Eleições inspiram cautela.

"Warren Buffett de Londrina" na Melnick

A Melnick fez grande mudança societária. A Melpar, holding da família que dá nome à empresa, aumentou sua participação para cerca de 47%. E a Real Investor Asset Management, que tem cerca de R$ 8 bilhões sob gestão, também aumentou sua fatia de 10% para 17,8%.

O líder da gestora paranaense, Cesar Paiva - conhecido como "Warren Buffett de Londrina" -, passará a integrar o conselho de administração. O apelido se deve à estratégia semelhante à do bilionário americano: comprar ações e reter, apostando no ganho com dividendos. Os dois sócios ficaram com a parcela da paulista Even, que deixa de ter qualquer parte da Melnick.

- A Melnick representa uma oportunidade rara que combina uma empresa excelente, bem gerida, com ótimas perspectivas de crescimento, pagamento de dividendos consistentes e um preço extremamente atrativo - afirma Cesar Paiva.

Em 2008, a Melnick havia se associado à Even Construções e Incorporações. Leandro Melnick, CEO da incorporadora, disse estar grato pela parceria com a Even, que obteve bom retorno do negócio. Planeja expandir em áreas já consolidadas: Melnick Arcádia Urbanismo, de condomínios de terrenos e loteamentos, MPartners, de parcerias no RS e PR, e Open, para o segmento econômico. _

R$ 36,8 bi de outra renegociação

Empresas como Casas Bahia e Tok & Stok optaram por fazer recuperação extrajudicial, negociação direta com credores, fora dos tribunais. Criada em 2015, foi alterada em 2020. O valor de dívidas renegociadas dessa forma cresceu 376% em 2024, para cerca de R$ 36,8 bilhões. É o maior da história, segundo o Observatório Brasileiro de Recuperações Empresariais (Obre), coordenado pela advogada gaúcha Juliana Biolchi. Ela é autora do livro A Nova Recuperação Extrajudicial, com Alexandre Nasser de Melo. 

Tecnologia ajuda a restaurar solo

Depois de temporal no litoral de São Paulo em fevereiro de 2023, a multinacional brasileira de soluções ambientais Ambipar começou a restaurar áreas verdes afetadas pela chuva. A força da água morro abaixo arrastou plantas e parte importante do solo, devastação também provocada pela enchente de maio no RS.

Marta Sfredo

26 de Outubro de 2024
AMÉRICA LATINA

América Latina

Uruguai vai às urnas para eleger novo presidente

Mais de 2,7 milhões de pessoas estão aptas a votar no domingo para escolher o chefe do Executivo e para a renovação do Senado e da Câmara. Representante da Frente Ampla tem favoritismo contra rivais dos partidos Nacional e Colorado. País viveu desaceleração em razão da pandemia e de estiagem

O Uruguai, uma das democracias mais estáveis da América Latina, votará neste domingo para eleger o sucessor do presidente Luis Lacalle Pou, de centro-direita, com a esquerda como favorita em uma corrida que parece se encaminhar para o segundo turno.

Mais de 2,7 milhões de uruguaios devem comparecer às urnas para eleger o presidente e o vice-presidente para o período 2025-2030, assim como as 30 cadeiras no Senado e 99 na Câmara dos Deputados.

O esquerdista Yamandú Orsi, professor de História de 57 anos, pupilo do ex-presidente José "Pepe" Mujica e candidato da oposição Frente Ampla, lidera as intenções de voto com percentuais entre 41% e 47%, segundo as mais recentes pesquisas, mas não obteria mais do que os 50% necessários para vencer no primeiro turno.

Orsi aspira governar o país de 3,4 milhões de habitantes, predominantemente agrícola, com alta renda per capita e baixos níveis de pobreza e desigualdade em relação à região.

Ele é seguido pelos candidatos dos principais partidos da coalizão liderada pelo presidente Lacalle Pou, que tem 47% de aprovação, mas não pode buscar a reeleição imediata segundo a Constituição.

O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, veterinário de 55 anos que foi secretário da Presidência de Lacalle Pou, tem apoio entre 20% e 25%.

Com 15 a 16%, seu rival do também histórico Partido Colorado, Andrés Ojeda Spitz, de 40 anos, ainda pode arrebatar o segundo lugar.

Este jovem advogado, que é comparado ao ultraliberal presidente argentino Javier Milei pela forma pouco tradicional de fazer política, apresenta-se como renovação e tem ganhado força nas últimas semanas.

A tensão voltou-se em grande parte para as redes sociais, não imunes à onda de desinformação que afeta os processos eleitorais no mundo. A equipe de verificação da agência AFP registrou conteúdos com imagens que fingem ser da imprensa e termos como "fraude" ou "clonagem de envelopes" que visam desacreditar as eleições.

Indefinição

Caso nenhum dos candidatos obtenha a maioria absoluta, haverá um segundo turno no dia 24 de novembro.

Para a disputa final, tudo indica que Orsi enfrentará Delgado ou Ojeda, que se apoiarão e esperam contar com os votos dos parceiros menores do bloco governista: Cabildo Abierto (2% a 4% nas pesquisas) e o Partido Independente (1% a 3%).

Os dois lados aspiram conquistar a maioria parlamentar em outubro, um sinal inequívoco, segundo os analistas, de alcançar a vitória em novembro.

Economia

Independente de quem vencer, não são esperadas grandes mudanças na política econômica.

Todos os candidatos apostam na aceleração do crescimento, travado pela pandemia e por uma seca histórica, mas em recuperação: o FMI projeta expansão do PIB de 3,2% em 2024 e de 3% em 2025. O grande desafio é reduzir o déficit fiscal (-4,4% do PIB em agosto).

Por conta disso, observadores internacionais veem com preocupação vitória do plebiscito para modificar o sistema de seguridade social, promovido pela central sindical única Pit-CNT. 


26 de Outubro de 2024
PAINEL DA RECONSTRUÇÃO

PAINEL DA RECONSTRUÇÃO

Painel da Reconstrução

336,8 mil pedidos de ajuda na cheia ainda esperam análise definitiva. Benefício de R$ 5,1 mil a atingidos pela enchente foi o principal programa de apoio financeiro direto criado para socorrer famílias. Pagamentos até o momento somam R$ 1,9 bi

Mathias Boni

Cinco meses após a criação do Auxílio Reconstrução pelo governo federal, que prevê parcela única de R$ 5,1 mil para cada família atingida pela cheia de maio, 336,8 mil pedidos ainda aguardam resposta definitiva - foram a princípio reprovados ou ainda estão em análise. Até agora, foram pagos R$ 1,9 bilhão a 377 mil famílias.

Iniciativas do poder público para tentar acelerar a recuperação econômica do RS incluem programas de apoio financeiro às empresas e de benefício direto aos cidadãos. O Painel da Reconstrução, ferramenta de monitoramento desenvolvida pelo Grupo RBS, acompanha os anúncios e repasses no âmbito dessas ações.

Inicialmente, o governo federal projetava pagar R$ 1,2 bilhão a cerca de 240 mil famílias com o Auxílio Reconstrução. O volume de solicitações foi maior do que o estimado.

O governo federal repassou R$ 2,2 bilhões para a Caixa Econômica Federal, operadora do programa, já prevendo pagamentos futuros.

Segundo o secretário da Reconstrução, Maneco Hassen, o período de análise se encerrará nas primeiras semanas de novembro. Todos os solicitantes, mesmo os que tiveram pedido anterior reprovado, poderão ingressar com recurso na tentativa de reverter a negativa, diz:

- Todos vão ter a chance de comprovar que realmente têm direito, juntando algum documento ou foto, pois vamos conceder o benefício a todos os realmente afetados.

Cadastramento

Uma das solicitantes com pedido em análise é Roseli Machado dos Santos, 61 anos. Viúva, Roseli mora sozinha em uma casa no bairro Serraria, uma das regiões de Porto Alegre atingidas pela enchente.

- Fiz o pedido do auxílio lá no dia 29 de maio e eles não liberaram ainda porque falam para eu cadastrar outro familiar, mas eu moro sozinha. Na minha rua, muita gente pediu o auxílio e já ganhou, mas eu não - afirma Roseli.

Felipe Govêa, 31 anos, enfrenta situação similar. Morava sozinho no bairro Humaitá quando ocorreu a enchente e sua casa foi alagada. Ele fez o pedido do auxílio em 27 de maio e até hoje não recebeu. Também obteve como resposta a necessidade de cadastrar outros familiares.

- Tive que reorganizar minha vida, e o dinheiro do auxílio está me fazendo falta nesse momento - aponta. Conforme a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, 155.190 pedidos para receber o auxílio foram cadastrados na Capital - 76.985 aprovados e 78.205 foram reprovados ou ainda estão em análise.

- Nesta nova fase, vamos trabalhar para atender às necessidades da população o mais rápido possível - afirma o secretário Jorge Brasil, titular da pasta. _

Pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego para quem já estava recebendo o benefício até abril. Até agora, já foram pagos R$ 301 milhões dos R$ 497 milhões inicialmente projetados com a ação.

Foram antecipados pagamentos referentes ao Bolsa Família (R$ 417 milhões), ao abono salarial (R$ 801 milhões), à restituição do Imposto de Renda (R$ 1,1 bilhão), e a benefícios de prestação continuada (R$ 159 milhões).

Ação do governo estadual, o pagamento de parcela única de R$ 2,5 mil para atingidos pela cheia e que constem do Cadastro Único (CadÚnico) em condições de vulnerabilidade social somam R$ 223,7 milhões para 89.478 famílias.

O Devolve ICMS Linha Branca, que reembolsa o valor do imposto pago na compra de eletrodomésticos para atingidos pela cheia, já chegou a R$ 20,5 milhões disponibilizados para 68,9 mil pessoas.


26 de Outubro de 2024
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Segundo turno de 2024 não deve orgulhar protagonistas

Com honrosas exceções, estas três semanas não ficarão na memória do eleitor como alguma coisa da qual possamos nos orgulhar. Santa Maria pode ser considerada a exceção. Comparada a Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Porto Alegre, a disputa na região central do Estado foi a menos belicosa. Teve ataques, críticas políticas, mas nenhum golpe abaixo da cintura, tanto na parte visível da campanha como na invisível. Valdeci Oliveira (PT) e Rodrigo Decimo (PSDB) se comportaram como dois cavalheiros e os militantes seguiram na mesma toada.

É preciso separar o que foi ao ar no horário eleitoral, os debates e entrevistas do que correu no submundo das redes sociais, das denúncias apócrifas, das distorções para confundir o eleitor. Canoas é, de longe, a cidade em que o nível foi ao fundo do poço, com tantas denúncias que o eleitor irá às urnas com mais informações sobre os problemas pretéritos dos candidatos do que sobre o plano de futuro para uma cidade arrasada pela enchente.

Em Pelotas as acusações correram soltas de parte a parte. Temendo um atentado contra a sua vida, nos últimos dias o ex-prefeito Fernando Marroni, candidato do PT, passou a circular com dois seguranças armados. As duas campanhas vasculharam o passado do adversário e não pouparam esforços para desqualificá-los. Marciano Perondi (PL), que no primeiro turno era mais pacífico, transformou-se com a entrada do prefeito de Bagé, Divaldo Lara, na campanha.

Lama no ventilador

Nem Caxias, onde o prefeito Adiló Didomenico (PSDB) é um político da velha guarda, escapou da radicalização. As campanhas de Adiló e de Maurício Scalco (PL) foram pródigas em jogar lama no ventilador.

Em Porto Alegre, os últimos dias foram marcados por ataques mútuos, na tentativa de Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) de desconstruir a imagem um do outro. Criou-se uma espécie de concurso de paródias de músicas conhecidas, com letras criativas para atacar o (a) adversário (a). Foram tantas as denúncias que o juiz da propaganda, José Ricardo Sanhudo, precisou fazer horas extras. _

Leite embarca secretários no Plano de Desenvolvimento

Antes de apresentar o Plano de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul à sociedade, o governador Eduardo Leite reuniu todo o secretariado nesta sexta-feira, na sede campestre da Procergs, para embarcá-los no projeto que vai nortear os dois últimos anos de governo.

Antes de os secretários Artur Lemos (Casa Civil) e Ernani Polo (Desenvolvimento) iniciarem a explanação das premissas que vão nortear o desenvolvimento inclusivo e sustentável do Estado, todos fizeram um minuto de silêncio. Consternados, os integrantes do primeiro escalão homenagearam os dois soldados da Brigada Militar mortos no massacre de Novo Hamburgo e os atletas de remo de Pelotas, que perderam a vida em um acidente na BR-376 no Paraná.

O plano de desenvolvimento será a bíblia não apenas da equipe da Agência de Desenvolvimento, a Invest RS, mas de todo o primeiro escalão. _

Para conquistar eleitores de Marçal, Boulos legitima algoz

Com todas as pesquisas indicando a vitória de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, a despeito da sua falta de carisma, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, apelou para o vale-tudo quando topou uma provocação feita por Pablo Marçal, que por pouco ficou fora do segundo turno em São Paulo.

Marçal convidou Boulos e Nunes para uma live no seu canal. Nunes não topou, sabedor de que só tinha a perder. Boulos foi, na esperança de conquistar os votos dos eleitores que no primeiro turno votaram no tresloucado influenciador, coach, palestrante e, principalmente, arauto da antipolítica. Marçal recomendou voto nulo. 

Governadores fazem demagogia

Se você é proprietário de um carro ou moto de qualquer modelo, não caia no conto dos governadores que estão apelando para a demagogia quando dizem que no seu Estado não será cobrado o SPVAT (Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito), sucessor do antigo DPVAT.

Trata-se de um seguro obrigatório, criado por lei federal, o que significa com os votos da maioria do Congresso Nacional. Será cobrado de qualquer forma e a única coisa que os governadores podem fazer é decidir se facilitarão a vida do cidadão, cobrando o seguro junto do IPVA e a taxa de licenciamento, ou se os donos de veículos terão de pagar à parte, na Caixa Econômica Federal. _

Reforço final para Jairo Jorge

Na antevéspera da eleição, o governador Eduardo Leite gravou vídeo de apoio ao candidato do PSD a prefeito de Canoas, Jairo Jorge. A presença na campanha não chega a ser surpresa, já que o PSDB integra a aliança de Jairo, mas faltava um pedido direto de voto.

No segundo turno, Leite, que é tucano, declarou apoio a um candidato do PT, um do PSD e um do MDB, além dos dois do PSDB que chegaram à final. _

mirante

O nível de tensão entre os candidatos que disputam o segundo turno em Pelotas é tal que Fernando Marroni pediu para sair pela cozinha, na sede da RBS TV, depois de uma entrevista ao repórter Frederico Feijó, para não encontrar o adversário Marciano Perondi (PL).

A decisão do governo de fazer uma nova licitação, em vez de prorrogar mais uma vez o contrato com a Ecosul, é a grande notícia deste final de outubro. É preciso começar do zero para que se tenha tarifa justa e as obras necessárias.

POLÍTICA E PODER

26 de Outubro de 2024 
informe especial - Rodrigo Lopes

No voto, o poder de mudar a nossa comunidade

O gaúcho sempre se orgulhou de ser um povo politizado, mais do que o resto do Brasil. E não se trata apenas de sermos bairristas: nossa história é feita de guerra e de política - quantas vezes decisões que tomamos aqui mudaram os rumos da República?

No primeiro turno, Porto Alegre foi a capital com maior índice de eleitores que não compareceram às urnas, 31,51%. Essa situação é preocupante em municípios que sofreram com as enchentes de maio, como Canoas, mas também em áreas onde a tragédia não se fez presente, como Itaqui, Santana do Livramento e Uruguaiana, que lideraram o ranking da abstenção.

Há cansaço devido à polarização, é evidente a descrença na classe política e até um certo desânimo. Mas a vida ocorre na pólis. É no nosso bairro, nas nossas cidades, que conseguimos mudar mais facilmente a vida da comunidade: é sobre o buraco de rua, a escola de Ensino Infantil, a situação do posto de saúde, a limpeza urbana, a qualidade dos ônibus, a frequência de linhas e as condições das paradas.

Por tudo isso já seria importante votar nesse segundo turno em Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria e Canoas. Mas ainda há um elemento que torna esse pleito diferente: vivemos, em maio, no Rio Grande do Sul, a maior tragédia ambiental da nossa história. Ambiente, proteção contra cheias, a situação dos bueiros, da drenagem urbana e sustentabilidade começam na cidade. É zeladoria.

Que o tom belicoso dos últimos dias diminua, que se volte ao espírito de paz do primeiro turno, de debate de ideias e sem agressões. E que a frase da ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ecoe:

- O voto é uma bênção democrática. Em nome dos que vieram antes de nós e que lutaram para que nós tivéssemos esse direito fundamental de votar, em nome dos que vierem depois de nós, que precisam de ter um Estado democrático, uma sociedade democrática da qual o voto é um gesto da participação livre - disse em pronunciamento na sexta-feira.

Um excelente domingo de eleições e um bom voto a todos! _

Gaúcho com artigo na Nature Genetics

O professor do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) Roberto Giugliani teve um artigo publicado na última edição da revista Nature Genetics, uma das publicações mais importantes da medicina mundial.

Com o título "O primeiro hackathon para casos sem diagnóstico - expandindo as fronteiras para as doenças raras não diagnosticadas", o texto aborda uma iniciativa inovadora para identificar essas doenças.

A iniciativa reuniu cerca de cem profissionais de saúde e pesquisadores de 28 países, que trabalharam durante 48 horas em 10 casos desse tipo. _

Mais transparência das taxas do RS

O deputado Felipe Camozzato (Novo) protocolou um projeto de lei para garantir mais transparência nas taxas pagas pelos gaúchos. A intenção é obrigar a demonstração da correspondência entre o valor da taxa e o custo real do serviço. _

Lula aparece em público com marcas de ferimento na nuca

Na primeira aparição pública desde o acidente doméstico que levou Lula a cancelar viagens internacionais e a ser submetido a vários exames médicos, o presidente participou na sexta-feira da assinatura do novo acordo de repactuação da reparação dos danos da tragédia de Mariana (MG). O evento foi em Brasília.

Lula caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial, e bateu a região da nuca. Ele precisou levar cinco pontos e realizou exames de imagem no sábado, que foram repetidos na terça-feira. _

A quem justificou o voto após o primeiro turno e o sistema ainda estiver em andamento, o TRE informa que pode demorar até dois meses para que o processamento seja finalizado. Em casos de dúvidas, procure o Cartório Eleitoral.

"Gigante vermelho" completa 30 anos

No meio do Drake, o mais terrível mar do mundo, as gavetas do meu camarote se movimentavam para um lado e outro, no ritmo das ondas enormes que pareciam abocanhar o navio. Cada vez que elas voltavam a bater no fundo do armário, havia um estrondo. Era madrugada. Da cama, eu olhava a cadeira e os móveis amarrados.

A título de buscar alguma tranquilidade, em meio ao medo, a única coisa em que eu pensava, enquanto cruzava os 650 quilômetros entre a Antártica e a América do Sul, era que o navio já havia singrado aquele mar inúmeras vezes - e, ao final, sua tripulação sempre chegara sã e salva à terra firme.

O "gigante vermelho", como é carinhosamente chamado o Ary Rongel, é símbolo da presença brasileira na Antártica. Neste 2024, completam-se 30 anos desde que foi comissionado pela Marinha do Brasil.

A força naval lançou, em parceria com o navio, o livro H44 30 - Três décadas do Gigante Vermelho. _

"Devemos manter uma distância sanitária da China e Rússia do ponto de vista das instituições e da democracia. Do ponto de vista econômico, devemos nos abraçar com eles e dar beijo na boca."

Marcelo Portugal - Professor de Economia da UFRGS sobre relação do Brasil com o Brics.

INFORME ESPECIAL

terça-feira, 22 de outubro de 2024



22 de Outubro de 2024 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Adesão de parceiros é tema central para o Brics

A partir de 1º de janeiro do próximo ano, o Brasil retomará a presidência do Brics (grupo originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), seis anos após ter estado no comando do grupo pela última vez. Segundo o governo brasileiro, a intenção é de liderar discussões sobre a reforma da "governança global" e o desenvolvimento sustentável - temas também abordados durante a presidência do G20 neste ano. As informações são do portal g1.

O Brics realizará nesta semana a primeira reunião ampliada. Também entraram no bloco Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia. O encontro ocorrerá em Kazan, na Rússia. A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cancelada por causa de um acidente doméstico, e ele participará por videoconferência. A entrada de "países parceiros", a crise no Oriente Médio e a cooperação entre os membros estarão no centro dos debates.

Trinta países "na fila"

A aprovação da categoria de países "parceiros" será o tema da cúpula. Atualmente, o Brics tem apenas membros plenos. Segundo o Itamaraty, cerca de 30 países estão na fila para se tornarem "parceiros", incluindo Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argélia, Nigéria e Turquia. 


22 de Outubro de 2024
NILSON SOUZA

Leituras cruzadas

Começo plagiando Erico Verissimo: "Eu moro numa cidade que tem uma Feira do Livro". E convido os leitores para uma primeira visita - imaginária por enquanto - à Praça da Alfândega, onde a cidade das letras está sendo reconstruída pela 70ª vez para abrigar autores de todos os tempos e para receber visitantes que acreditam na magia da leitura.

Ouçamos, portanto, com os ouvidos da imaginação, as vozes de seus inquilinos habituais, a começar pelos dois moradores permanentes, os poetas eternizados em bronze: "Os livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas" - recita da eternidade o nosso Mario Quintana. Ao que seu interlocutor de sempre, o mineiro Carlos Drummond de Andrade, responde com ironia: "Há livros escritos para evitar espaços vazios nas estantes".

O sarcasmo é recebido com risinhos abafados nas barracas em construção, todas já ocupadas pelos espíritos de escritores célebres que aguardam pacientemente a chegada de suas versões encadernadas. "A única exigência que faço aos meus leitores é que devem dedicar as suas vidas à leitura das minhas obras", provoca James Joyce. O argentino Jorge Luis Borges devolve sensatez à conversa: "Os meus livros, que não sabem que existo, são uma parte de mim". Mas é interrompido por seu quase xará George Orwell, na barraca vizinha: "Os melhores livros são os que dizem o que já se sabe".

Autoridade reconhecida no assunto, mas com exemplos um tanto questionáveis para os tempos atuais, o padre Antônio Vieira resolve mudar o rumo da prosa: "O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive" - sentencia. Agnóstico, o português José Saramago pega o final da frase do religioso e acrescenta: "Escrevemos porque não queremos morrer. É esta a razão do ato de escrever".

Motivo para escrever: mexe com o ego dos demais. "Eu escrevo para salvar a alma" - retruca de pronto seu conterrâneo Fernando Pessoa. Mais realista, o colombiano Gabriel García Márquez acrescenta: "E eu escrevo para que meus amigos me amem mais". É a deixa para seu ex-amigo, o peruano Mario Vargas Llosa, retrucar: "Escrevo porque não sou feliz. É uma maneira de lutar contra a infelicidade".

Felizes ou infelizes, vivos ou mortos, geniais ou geniosos, os escritores e seus escritos maravilhosos esperam por nós na Feira do Livro de Porto Alegre, a partir do próximo dia 1°. _

NILSON SOUZA



22 de Outubro de 2024
ARTIGOS -Fábio Bernardi

Vi a IA de perto - Sócio-diretor da HOC

No início deste mês, estive numa missão empresarial no Vale do Silício, numa imersão em inteligência artificial. A velocidade das transformações, vista in loco, é impressionante. Como já disse alguém, estamos na era da pedra lascada em se tratando da IA, impressionados da mesma forma que ficaram aqueles que viram os primeiros celulares - mal sabiam eles tudo que ainda viria pela frente.

Mas sabemos nós tudo que ainda vem pela frente. Mergulhando em big techs como Nvidia, Salesforce, Oracle, Scale, c3.ai, só para citar algumas das empresas que visitamos, a pergunta "onde será que isso tudo vai parar?" vira uma afirmação cristalina: "não vai parar".

Claro que os avanços exponenciais e as inúmeras possibilidades práticas da IA nos deixam em zigue-zague entre estarrecidos, maravilhados e apavorados. Mas não foi isso o que mais me chamou atenção nas 25 empresas que visitamos. Em todas as conversas, em determinado momento, o fator humano vinha à tona como um ponto crucial. Uma boa síntese é o que ouvimos na Nvidia, que ao lado da OpenAI é uma empresa símbolo destes novos tempos: "nosso maior desafio é a capacidade humana de conseguir lidar e tirar proveito da velocidade dos avanços".

Na semana passada vimos um foguete que dá ré e robôs eretos fazendo o trabalho de garçom e pedreiro. O que será que vai valer a pena estudar nos próximos anos? Qual profissão não será completamente transformada? No Vale do Silício uma das empresas tinha 3 mil engenheiros de software, hoje tem 600. Se até quem faz a IA é substituído por ela, o que resta para os outros?

Viver intensamente o epicentro da IA no mundo só reforçou minhas crenças: o futuro é uma página em branco, as pessoas continuarão querendo se emocionar com outras pessoas e o mundo será melhor quanto mais criativo for.

A inteligência artificial vai entregar melhor e mais rápido tudo que for objetivo, quantitativo, previsível e mensurável.

Mas a vida reside no inesperado, no imponderável, na faísca que atiça o fogo. O que vale mesmo a pena não pode ser medido. Mas isso já é assunto para o próximo texto. _

B20 e uma agenda de Estado para a indústria brasileira

Ricardo Bidone

Engenheiro civil e conselheiro da Fiergs

Nos dias 24 e 25 de outubro, em São Paulo, será concluído o ciclo mais recente de debates do B20. B20 é o grupo composto por líderes da indústria dos países que compõem o G20. Trata-se de uma espécie de força-tarefa com o objetivo principal de discutir temas de negócio e ambiente empresarial. Com presidência rotativa, coube ao Brasil a orientação dos trabalhos neste último ano.

O industrial Dan Ioschpe liderou esse processo. O ambiente de discussões estabeleceu oportunidade única para, além da análise de questões complexas da geopolítica que envolve os países, proposição de uma agenda de Estado específica para a indústria brasileira. A atividade industrial, cuja relevância vem encolhendo nas últimas décadas, responde hoje por aproximadamente 10% do PIB.

Deverá surgir um documento que sugira o estabelecimento de uma política industrial não transitória. As discussões avançaram norteadas pelos seguintes eixos: infraestrutura; transição energética; agricultura sustentável; comércio e transformação digital; descarbonização e redução das desigualdades. Ocorreu a opção por definirem-se poucas recomendações bastantes aplicáveis.

A inserção competitiva do Brasil no contexto mundial é prejudicada pela falta de uma política consolidada e institucionalizada. Essa carência perpassa questões que vêm sendo enfrentadas há décadas, como custo-Brasil, baixa produtividade e gargalos logísticos. A visão sistêmica/completa do ambiente de negócios exige uma abordagem transversal/horizontal para solução de problemas.

Cláudio Bier, recém empossado presidente da Fiergs, definiu que sua gestão priorizará: competitividade; inovação; desenvolvimento e retenção de talentos; e reconstrução das indústrias pós-enchente. Existe grande sinergia entre o programa de trabalho encabeçado por Bier e os tópicos enfrentados pelo B20. Esse alinhamento é muito positivo e beneficia o RS. Iniciativa privada e estado, agora, precisam convergir, de modo a estabelecer uma política industrial de longo prazo. _

ARTIGOS

22 DE OUTUBRO DE 2024
PRÁTICAS ESG

PRÁTICAS ESG

Urgência de descarbonização incentiva investimento em fontes de energia limpa

Práticas ESG

Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 93,1% de toda a energia produzida em 2023 no Brasil foi proveniente de modalidades renováveis. Empresas que atuam no RS contam como estão contribuindo com redução das emissões de carbono

Caroline Garske

A urgência da transição energética faz com que as fontes limpas estejam sendo cada vez mais adotadas tanto em pequenas quanto em grandes organizações. Além do custo, o consumo de energia também é pensado do ponto de vista da sustentabilidade. De acordo com levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), de toda a energia produzida em 2023 no Brasil, 93,1% foi proveniente de fontes renováveis.

O índice de emissão de carbono, conforme o estudo, também foi menor. Em 2023, o Brasil atingiu a menor taxa dos últimos 11 anos, de acordo com o Sistema Interligado Nacional. A produção foi de 38,5 kg de dióxido de carbono (CO2) por megawatt/hora gerado.

Mais democrática, já que cada residência pode ter sua própria "usina" e gerar sua energia, a fotovoltaica utiliza a radiação solar para gerar eletricidade. Empresa que produz embalagens no bairro Farrapos, em Porto Alegre, a Cartonagem Hega aderiu ao sistema fotovoltaico com a instalação de 114 painéis solares em 2019 e a economia logo foi perceptível.

Conforme o sócio-diretor Albert Feser, a iniciativa se deu para garantir que a empresa atuasse de forma mais responsável em relação ao ambiente, o que também incentiva outras ações pela descarbonização:

- Além do sistema de placas fotovoltaicas, instalamos telhas translúcidas para melhorar a iluminação do pavilhão.

Sustentabilidade

Na Lojas Renner, em 2012 foi realizado o primeiro contrato de compra do mercado livre, a partir de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e, em 2018, foram implantados três empreendimentos de geração de energia solar, um deles no Rio Grande do Sul, em Pantano Grande.

A partir de 2021, a Renner passou a adquirir energia do Parque Eólico Fontes dos Ventos II. Em nota, a empresa diz que "todas estas iniciativas garantem que 100% do consumo de energia elétrica nas operações internas seja de fontes renováveis de baixo impacto - solar, eólica e PCH, que têm baixa/zero emissão de gases de efeito estufa".

O professor do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Feevale Vagner Maciel Cunha, que utiliza energia fotovoltaica em sua casa, garante que a redução de gastos é expressiva:

- Usando placas solares eu pago somente a tarifa do trifásico e os impostos. 


22 de Outubro de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Mercado vê "paulada" na inflação e põe pressão no BC

Não é toda semana que isto ocorre: no relatório Focus apresentado ontem pelo Banco Central (BC), a projeção mais frequente para o IPCA neste ano saltou de 4,39% para 4,5% - o exato limite do teto da meta de inflação.

O dado cravado projeta certo risco de que Gabriel Galípolo, recentemente aprovado pelo Senado para o cargo, estreie na presidência do Banco Central com uma carta de explicações.

O desempenho do BC neste ano ainda é responsabilidade do atual presidente, Roberto Campos Neto, mas ele deixa o cargo no dia 31 de dezembro. O resultado oficial do IPCA de 2024 só deve ser informado pelo IBGE depois da primeira semana de janeiro, então a justificativa ficará para o sucessor.

Caso a inflação de 2024 fique em 4,51%, já será preciso escrever essa carta aberta dirigida ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos de não ter atingido a meta e informando as medidas que serão adotadas para persegui-la.

Também chama atenção a rapidez com que a mediana (mais frequente, em consequência a maioria) das projeções deu esse salto. Não é raro que a variação entre uma semana e outra seja centesimal, de 4,38% para 4,39%.

Dados reforçam cenário de juro mais alto

Agora, porém, a mudança foi decimal, pouco usual. Conforme analistas, o Focus desta semana "assusta", exatamente pelo ritmo e pela dimensão da alta em apenas oito dias - o relatório é apresentado a cada segunda-feira.

- Os dados sugerem que o Copom não terá outra opção que não ser duro na condução da política monetária, especialmente porque iremos ter a decisão da taxa praticamente no mesmo dia da eleição nos Estados Unidos, e a perspectiva que Donald Trump possa ganhar, em tese, pode fortalecer ainda mais o dólar - avalia o economista André Perfeito.

Se ainda havia dúvida que vêm aí duas altas de 0,5 ponto percentual, o Focus se encarregou de confirmar esse cenário como básico. Isso significa que a expectativa é mesmo fechar o ano com taxa básica de pelos menos 11,75% - ou mais. _

Salgado Filho volta com 62% dos voos pré-cheia

Como se sabe, a retomada das operações no Salgado Filho, a partir de ontem, é parcial. Então, melhor assim do que a escassez do período em que a Base Aérea de Canoas operou quase como aeroporto comercial, mas é bom lembrar que ainda não se trata de retomada da normalidade.

Até dezembro, haverá menos frequências do que até antes do dilúvio de maio, e os voos internacionais só retornam em janeiro, com as ligações da Latam para Lima, no Peru, e Santiago do Chile. Os 860 voos semanais que saíam e chegavam do Salgado Filho encolheram para 110 na Base Aérea. Nas primeiras semanas de retomada, serão 534, pouco mais da metade (62%) do que havia antes da cheia. _

Voos semanais

Companhia Aérea Antes canoas volta

Azul 560 60 400

Gol 135 22 64

Latam 165 18 70

Suíça MSC será nova dona de porto e terminal no Estado

Embora na quinta-feira um fato relevante da Wilson Sons relatasse negociações com uma empresa, o martelo foi batido para outra. Ontem, novo comunicado informou que as operações da companhia no Brasil foram vendidas por R$ 4,35 bilhões para a operadora de cruzeiros suíça Mediterranean Shipping Company (MSC).

No RS, a Wilson Sons opera o Terminal de Contêineres do porto de Rio Grande e o Terminal Santa Clara, no polo petroquímico de Triunfo e região.

A expectativa é de que o negócio seja concluído no segundo semestre de 2025. A MCS foi fundada em 1970 e tem sede em Genebra. Nasceu com um só navio e hoje tem 850 embarcações e 200 mil funcionários.

O Tecon foi o primeiro terminal de contêineres privatizado no Brasil, por licitação, em 1997.

- A troca de mãos de qualquer empresa sempre gera expectativas, pois toda empresa têm sua cultura. Mas a perspectiva é que serviços sejam mantidos e melhorados. Por certo, a MSC fez esta aquisição depois de muitos estudos e de forma estratégica - afirma Paulo Menzel, presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura.

Ele espera avanço na redução dos "estratosféricos custos logísticos" que tiram competitividade e produtividade do RS.

A MSC, por meio da sua subsidiária para terminais TiL, já controla no Brasil o Portonave, terminal de uso privado (TUP, fora da área de porto) em Navegantes (SC), e é sócia do Brasil Terminal Portuário (BTP) em Santos (SP). Disputou a Santos Brasil, mas perdeu para a francesa CMA CGM no mês passado. _

RS tem maior fatia de executivos no presencial

O Rio Grande do Sul tem o maior percentual de executivos que atuam de forma presencial no país. Entre os cerca de 3 mil profissionais analisados no Estado pela pesquisa Work Models and Leadership Demand 2025, da Evermonte Executive Search, 59,8% trabalham presencialmente, 32,5%, no formato híbrido e, 7,7%, no remoto.

Segundo o sócio da Evermonte, Felipe Ribeiro, o que ajuda a explicar a liderança gaúcha é a forte presença de indústrias de produção e manufatura no Estado, que dependem de acompanhamento mais próximo.

- Muitas empresas gaúchas, especialmente no Interior, têm cultura familiar, privilegiando a presença física.

O estudo analisou o modelo de trabalho de cerca de 18,4 mil executivos em todo o país. _

Onde executivos estão no escritório

Estado %

Rio Grande do Sul 59,8

Santa Catarina 57,9

Minas Gerais 57,4

Paraná 57,2

Rio de Janeiro 41,6

São Paulo 40,8

11 mi de brasileiros têm um consórcio ativo. Conforme a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), é o maior volume da história de 62 anos da modalidade. Nos primeiros nove meses do ano, os negócios no segmento somaram R$ 282,98 bilhões, 20,5% acima do mesmo período de 2024.

medalha

Inspirada pela Medalha do Mérito Farroupilha, mas concedida pelo comércio gaúcho, a Ordem do Mérito Comercial do RS, criada pela Fecomércio-RS, vai estrear em 12 de novembro. Será concedida a cada dois anos a pessoas e instituições que tenham contribuído com o comércio de bens, serviços e turismo gaúchos. A primeira edição da premiação vai homenagear o presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e empresário amazonense, José Roberto Tadros.

GPS DA ECONOMIA

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