sábado, 26 de outubro de 2024


26 de Outubro de 2024
GPS DA ECONOMIA

BNDES veta crédito a projetos prejudiciais

Ainda em 2015, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vetou financiamentos a projetos de queima de carvão. Agora, o banco federal que oferece empréstimo de longo prazo a baixo custo está ampliando a lista dos "proibidões".

Além de reiterar o veto à queima de carvão, o BNDES não financiará empreendimentos com alto risco socioambiental, que usem madeira que não venha de áreas plantadas como principal matéria-prima, mineração em unidades de conservação, termelétricas a óleo fóssil e frigoríficos que não tenham rastreabilidade de toda a cadeia.

Poucas dessas interdições pegam potenciais candidatos desprevenidos. Não só essas restrições já são estratégia de grandes bancos privados, como também condição imposta pelo mercado para comprar produtos. No 25º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy observou que barrar crédito a atividades com impacto negativo já é regra até em países como a China, que preferiu produzir em vez de preservar recursos naturais.

Questão não é preço, é existir mercado

No mesmo evento, Luiz Roberto Barcelos, sócio-fundador e integrante do conselho da Agrícola Famosa, que pratica agricultura regenerativa, diz que, quando é questionado sobre a remuneração pelo "diferencial", responde:

A questão não é quanto mais vão pagar. É se o negócio estará vivo ou não, porque se não estivermos alinhados à preservação ambiental, simplesmente não vão mais comprar. Quem não adotar as melhores práticas não vai vender por preço nenhum. _

destruição piora

O Imazon informou na sexta-feira que a degradação da Amazônia chegou a 20.238 km² em setembro. Isso é o equivalente a cerca de 13 vezes a cidade de São Paulo. Foi a maior área nos últimos 15 anos e 15 vezes maior do que a atingida em setembro de 2023. O Imazon monitora o desmatamento por imagens de satélite desde 2009.

Depois de vários ensaios durante a semana, o dólar fechou acima de R$ 5,70 na sexta-feira. Com alta de 0,74%, para R$ 5,704, é a maior cotação desde 15 de julho, quando havia encerrado em R$ 5,741. Eleições inspiram cautela.

"Warren Buffett de Londrina" na Melnick

A Melnick fez grande mudança societária. A Melpar, holding da família que dá nome à empresa, aumentou sua participação para cerca de 47%. E a Real Investor Asset Management, que tem cerca de R$ 8 bilhões sob gestão, também aumentou sua fatia de 10% para 17,8%.

O líder da gestora paranaense, Cesar Paiva - conhecido como "Warren Buffett de Londrina" -, passará a integrar o conselho de administração. O apelido se deve à estratégia semelhante à do bilionário americano: comprar ações e reter, apostando no ganho com dividendos. Os dois sócios ficaram com a parcela da paulista Even, que deixa de ter qualquer parte da Melnick.

- A Melnick representa uma oportunidade rara que combina uma empresa excelente, bem gerida, com ótimas perspectivas de crescimento, pagamento de dividendos consistentes e um preço extremamente atrativo - afirma Cesar Paiva.

Em 2008, a Melnick havia se associado à Even Construções e Incorporações. Leandro Melnick, CEO da incorporadora, disse estar grato pela parceria com a Even, que obteve bom retorno do negócio. Planeja expandir em áreas já consolidadas: Melnick Arcádia Urbanismo, de condomínios de terrenos e loteamentos, MPartners, de parcerias no RS e PR, e Open, para o segmento econômico. _

R$ 36,8 bi de outra renegociação

Empresas como Casas Bahia e Tok & Stok optaram por fazer recuperação extrajudicial, negociação direta com credores, fora dos tribunais. Criada em 2015, foi alterada em 2020. O valor de dívidas renegociadas dessa forma cresceu 376% em 2024, para cerca de R$ 36,8 bilhões. É o maior da história, segundo o Observatório Brasileiro de Recuperações Empresariais (Obre), coordenado pela advogada gaúcha Juliana Biolchi. Ela é autora do livro A Nova Recuperação Extrajudicial, com Alexandre Nasser de Melo. 

Tecnologia ajuda a restaurar solo

Depois de temporal no litoral de São Paulo em fevereiro de 2023, a multinacional brasileira de soluções ambientais Ambipar começou a restaurar áreas verdes afetadas pela chuva. A força da água morro abaixo arrastou plantas e parte importante do solo, devastação também provocada pela enchente de maio no RS.

Marta Sfredo

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