sábado, 12 de outubro de 2024



12 de Outubro de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

O alerta do Nobel da Paz

O Nobel da Paz que distinguiu na sexta-feira a luta da organização japonesa Nihon Hidankyo contra a ameaça nuclear carrega, em si, a contradição do criador da mais importante láurea para o progresso humano. Alfred Nobel, ao mesmo tempo em que destinou sua fortuna a um prêmio que dignifica a paz, foi o inventor da dinamite - criação que mudou a forma da guerra, tornando-a mais mortífera.

A contradição do prêmio de 2024, de alertar para o abismo nuclear, reside no fato de a sociedade humana ter alcançado, nas últimas décadas, tamanho progresso: somos mais longevos do que nossos antepassados, estamos mais perto de descobrir a cura para doenças terminais e lidamos, não sem dilemas, com a inteligência para além do ser humano - supostamente "artificial".

Há, no entanto, reveses na globalização, restrições à liberdade de expressão e de imprensa, ao livre-comércio e à democracia. Ao mesmo tempo, estamos, como em poucas vezes ao longo da trajetória humana, tão próximos do abismo nuclear: testemunhamos duas guerras simultâneas - no Oriente Médio e na Europa -, nunca tantas nações detiveram arsenal atômico e os acordos que restringem ogivas nucleares foram rasgados ou estão moribundos.

Ao mesmo tempo, o multilateralismo, um freio ao homem como lobo do próprio homem, luta para se manter relevante. A ONU não consegue ser efetiva para garantir a segurança internacional, razão para a qual foi criada, e suas agências são, em geral, patroladas pelas próprias potências atômicas.

Parte do problema reside no fato de a organização não representar a balança de poder do atual sistema internacional. Passados 76 anos desde sua criação, o Conselho de Segurança, seu órgão máximo, é, ainda hoje, moldado à imagem e semelhança do cenário imediato pós-Segunda Guerra Mundial: os cinco grandes (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) têm arsenal nuclear, mas há outros países que detêm a tecnologia: Paquistão, Índia, Coreia do Norte e Israel (não declarado).

Todos eles, juntos, contabilizam 12.121 ogivas, 90% em poder dos EUA e Rússia, que travam uma velha nova Guerra Fria no Leste Europeu. Não dispõem da bomba, mas desempenham peso no tabuleiro geopolítico atual outros players, como Alemanha, África do Sul, Brasil e o próprio Japão, o único a sentir a ferro e fogo o poder devastador da bomba.

Olhar para o Oriente Médio

No momento em que o regime dos aiatolás trava uma guerra por procuração, por meio dos grupos terroristas Hamas, Hezbollah e os houthis do Iêmen, contra Israel e aliados, vale o alerta da ameaça que um Irã nuclear representa para a humanidade. Sabe-se que o país estaria muito perto de enriquecer urânio capaz de dispor de uma bomba.

Embora sempre valha a ressalva "ter a bomba é uma coisa e capacidade tecnológica para dispará-la outra", essa premissa é muito frágil para garantir que nós, nossos filhos e netos, estejamos vivendo em um mundo seguro. _

Furacão Milton: homem é resgatado boiando agarrado a freezer

Um homem que flutuava no mar agarrado a um freezer foi resgatado de helicóptero pela Guarda Costeira dos Estados Unidos na quinta-feira a 48 quilômetros da costa de Longboat Key, no sul da Flórida, região fortemente afetada pelo furacão Milton.

Ele era o capitão de um barco de pesca que havia ficado à deriva ainda na segunda e seu paradeiro era desconhecido desde quarta-feira. Ao voltar para tentar resgatar a embarcação, o homem acabou tendo problemas mecânicos que o impediram de navegar até um porto e foi atingido pela tempestade.

O presidente Joe Biden anunciou que visitará o Estado no domingo para supervisionar os trabalhos em áreas danificadas. Segundo dados das autoridades, ao menos 16 pessoas morreram. _

Força para abolir armas nucleares

Para o diretor da organização Nihon Hidankyo, o prêmio "será uma grande força para lembrar ao mundo que a abolição das armas nucleares pode ser alcançada". _

Brasil se abstém sobre violação de direitos humanos na Venezuela

Os países membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovaram na sexta-feira a renovação da missão de investigação de violações de direitos humanos na Venezuela por mais dois anos.

A decisão, que também dá continuidade ao trabalho do Alto-Comissariado da entidade no país, contou com 23 votos favoráveis, seis contra e 18 abstenções, entre elas a do Brasil.

A resolução solicita que a Missão Independente da ONU no país, criada em 2019, investigue a repressão ocorrida após a eleição presidencial de 2024. O documento foi apresentado por Canadá, Argentina, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai e Uruguai. Os seis votos contra foram da Argélia, China, Cuba, Eritreia, Sudão e Vietnã. A delegação venezuelana presente na sessão criticou o texto da resolução antes da votação. 

Resultados da cocriação holandesa

Está em fase de revisões finais um relatório com propostas obtidas na conferência de cocriação realizada entre o governo do Estado e a Holanda em agosto. O documento, que deve sair nos próximos dias, é um compilado dos resultado colhidos por 140 profissionais que trabalharam de forma prática durante três dias para reunir as melhores referências dos conhecimentos, tanto neerlandeses quanto brasileiros, para chegar a soluções contra enchentes nas áreas do Delta Metropolitano de Porto Alegre.

Entre as propostas, foram abordadas questões como monitoramento e sistemas de alerta, sistemas de proteção contra inundações e governança e financiamento.

Os estudos foram realizados também em parceria com a prefeitura de Porto Alegre e a Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS). _

No RS, 12 políticos religiosos eleitos

No primeiro turno das eleições de 2024, foram eleitos 37 candidatos com identidades religiosas no nome de urna em todo o Sul do Brasil. O número aumentou em relação a 2020, quando foram 28. No Rio Grande do Sul foram 12 políticos, contra 11 na eleição passada.

Os anos recordes foram 2012 e 2016, ambos com 13. O levantamento foi elaborado pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados. Para a pesquisa, foram aplicados filtros de religiões evangélicas, católicas e de matriz africana para identificar o vínculo.

As palavras foram: pai, mãe, pastor, pastora, pr., missionário, missionária, bispo, bispa, apóstolo, apóstola, reverendo, irmão, irmã, ir., padre, abençoado, abençoada, babalorixá, ialorixá, ministro, ministra, Ogum, Exú, Iansã, Yansã, Iemanjá, Obaluaê, Oxalá, Omulu, Oxóssi, Oxum, Oxumaré e Xangô. 

INFORME ESPECIAL

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