
Risco dispara na Argentina, e ministro nega calote
Depois que o dólar furou o teto da meta combinada com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a crise na Argentina se agrava. Para tentar evitar que a cotação se distancie muito, o governo voltou a adotar limites de negociação da moeda americana - o chamado "cepo" - para diretores, gerentes, acionistas que tenham mais de 5% do capital de bancos e financeiras autorizados a operar no mercado oficial (e familiares).
A mudança de escala da crise aparece no salto das manchetes de veículos especializados, como o Ambito, para os de informação geral, como Clarín e La Nación. A tensão fez o ministro da Economia, Luis Caputo, tentar tranquilizar o mercado. Afirmou, na quinta-feira, que está atuando para garantir os pagamentos dos próximos compromissos internacionais do país.
- Não ?defaulteamos? em 2023, quando chegamos e havia só duas escovas de dentes. Se acreditam que vamos fazê-lo na situação atual, saibam que não - afirmou um também tenso Caputo.
Tenta acalmar uma situação estressada, mas quando o ministro da Economia precisa dizer publicamente que não vai dar calote, é porque o risco é elevado.
Risco país e dólar em 1,5 mil (pontos e pesos)
O risco país, que vinha subindo desde a derrota do atual presidente, Javier Milei, nas eleições da província de Buenos Aires, disparou. Chegou na sexta-feira a 1,5 mil pontos, máxima em um ano, mesma cotação atingida na quinta-feira por alguns tipos de câmbio. Desde a derrota eleitoral, acumula alta de quase 60%. O principal índice da bolsa argentina, o S&P Merval, acumula tombo de quase 30% só em setembro, em dólares. No mesmo dia, Milei afirmou que negocia um empréstimo com os EUA.
Na frente política, a situação não está muito melhor: Milei enfrenta resistências no Congresso para aprovar projetos de novos cortes de gastos. No próximo mês, haverá eleição legislativa nacional em meio a essa tensão.
Por isso, não se descartam mudanças no regime cambial. Segundo a consultoria econômica 1816, citada pelo jornal Ambito, há risco de que as reservas líquidas do Banco Central da República Argentina (BCRA) voltem ao negativo em fevereiro de 2026. _
A bolsa bateu na sexta-feira um novo recorde nominal ao alcançar 145,8 mil pontos, fruto de variação de 0,25% para cima. O dólar voltou a ficar parado, com investidores realizando lucros (embolsando ganhos obtidos até agora).
Churras no apê
O bairro Petrópolis pode ser considerado o mais gaudério de Porto Alegre, ao menos em termos de mercado imobiliário. É que a região tem 4.236 imóveis à venda com churrasqueira, 65,9% a mais do que o segundo colocado, o bairro Menino Deus, com 2.553.
O levantamento é da startup Amostrando, que ajuda avaliadores imobiliários e fez pesquisa com curiosidades do setor para comemorar o mês marcado pelo Dia do Gaúcho. Ao todo, Porto Alegre tem 60.147 imóveis com churrasqueira à venda. _
Das bandejas ao metro quadrado
Com R$ 1,5 bilhão em vendas acumuladas ao longo dos seus seis anos de existência, a Urban Company, fundada por Babiton Espíndola, que atuava como garçom antes de entrar no mercado imobiliário, terá sua primeira unidade fora de Porto Alegre, em Canoas. Com investimento de R$ 1 milhão, deve gerar cerca de 50 empregos.
A Urban Company começou em uma sala de 20 m2 em Porto Alegre, com 14 funcionários. Com duas unidades na Capital, prevê chegar a R$ 450 milhões em vendas neste ano na Região Metropolitana. _
Com Supremo, com tudo?
Voltaram ao centro da cena política nacional o ex-presidente Michel Temer e o deputado federal Aécio Neves (MG-PSDB), como conselheiros do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que vai elaborar o texto do projeto de anistia - ou da dosimetria.
Nos bastidores, existem sinais de acordo para "pacificar" o país que envolvem integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Difícil não lembrar do "acordo com o Supremo, com tudo" que precisava de Temer, segundo o então senador Romero Jucá (MDB-AP), para barrar a Lava Jato em abril de 2016.
No Brasil, a história não se repete nem dá voltas, tomba. Anistias não são ruins por envolver cidadãos de uma ou outra força política. São negativas por reforçar o conceito de impunidade já tão entranhado na cultura nacional. Com essa possibilidade, não importa quantos crimes se cometam ou quantas regras legais se quebrem: sempre há a expectativa de um perdão.
O Brasil precisa de pacificação, de fato. Mas sem aspas. Para ser de verdade, exige comprometimento de todos, sem impunidade para quem depredou patrimônio nacional ou se envolveu em tentativa de golpe de Estado. E que todos convivam com seus adversários políticos, sem ver em quem pensa diferente um inimigo. Desse cenário, ainda estamos longe. _
GPS DA ECONOMIA
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