sexta-feira, 22 de agosto de 2025


22 de Agosto de 2025
GPS DA ECONOMIA - Anderson Aires

Sob o predomínio das ações do Fed

Aguardando sinais mais claros sobre o futuro do juro nos EUA, os desdobramentos da queda de braço entre Brasília e Washington e de olho nas eleições, o mercado andou ontem praticamente de lado. O dólar fechou com leve avanço de 0,09%, cotado a R$ 5,478, e o Ibovespa recuou 0,12%. Existia um temor de parte do mercado sobre possível novo capítulo na tensão entre Brasil e EUA diante de mais um indiciamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas esse ruído não apareceu - ainda - nos indicadores.

Também havia certa expectativa de como os ativos iriam reagir à mais recente edição da pesquisa Quaest, que apontou Lula à frente em todos os cenários de primeiro e segundo turno nas eleições de 2026. Geralmente, qualquer sinal de favoritismo do atual presidente costuma deixar o mercado mal-humorado, mas isso também não pesou muito nos dados de quinta, indicando cautela.

O economista André Perfeito afirma que a espera de indícios mais nítidos sobre o futuro do juro nos EUA é mais relevante, neste momento, na análise de ativos no mercado financeiro. Nesse sentido, lembra que, se os juros caírem por lá - como tudo indica -, o dólar fica mais fraco. Como o corte da Selic não será tão célere, o diferencial de juros continuará bom para o Brasil no sentido de vinda de capital estrangeiro para o país.

- A despeito dos ruídos que podem se inflamar, talvez não vai se traduzir em preço de ativo. Ou seja, dólar mais alto, bolsa para baixo, coisas do tipo. Porque existe uma tendência maior ainda que é o enfraquecimento da moeda norte-americana. O preço dos ativos não vai revelar talvez o mal-estar que alguns investidores têm a respeito de algumas dessas questões - complementa Perfeito.

Portanto, resta observar como o mercado vai - se é que vai - colocar esses componentes políticos no radar nos próximos dias. Por enquanto, o cenário externo segue dominando. Aliás, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, programado para hoje, será olhado com lupa. É esperado um indicativo mais claro do rumo da política monetária americana nesse pronunciamento, visto que a ata ficou mais presa a um recorte do passado. Isso pode acalmar ou tumultuar ainda mais o mercado. _

Novo dono no mercado de internet fibra ótica

Uma nova empresa está assumindo os cerca de 400 mil clientes no Rio Grande do Sul da Oi Fibra, divisão da gigante de telefonia que oferecia planos de internet fibra ótica para residências e pequenas e médias empresas.

Como parte do processo de recuperação judicial da Oi, a Nio, que tem como principal acionista fundos geridos pelo banco BTG Pactual, comprou a carteira de clientes da Oi Fibra, por cerca de R$ 5,7 bilhões. Com a aquisição, a Nio já nasce atuando em 41 cidades gaúchas. São 4 milhões de clientes em todo o Brasil.

Conforme a empresa, nada muda para os consumidores, que podem manter o mesmo plano, com o mesmo valor e a mesma forma de pagamento. _

Arrecadação em alta

Como já era esperado, a elevação das alíquotas do IOF ajudou a impulsionar a arrecadação do governo federal. Em julho, ficou em R$ 6,554 bilhões - alta real (acima da inflação) de 13,05% ante igual mês de 2024. No acumulado do ano, o avanço é de 9,42% em relação ao mesmo período do ano passado.

O decreto que definiu o aumento do IOF foi alvo de polêmica nos últimos meses e marcado por intervenção do Congresso e decisão do STF pela validade. Críticos avaliam que o uso do tributo como instrumento arrecadatório configura desvio de finalidade. Isso porque o IOF foi concebido como imposto regulatório. Como pode ser majorado via decreto, costuma ser usado como forma rápida de elevar as receitas. 

O avanço dos sozinhos

Estudo recém-lançado pelo Secovi-RS aponta que apartamentos estilo JK ou de um dormitório eram responsáveis por 34,8% dos imóveis disponíveis para aluguel em Porto Alegre em 2000.

Em 2022, essa fatia saltou para 36,9%. No entanto, essa participação vem caindo nos últimos anos, chegando a 24,7% em 2024 e a 21,7% em 2025 (com dados atualizados até junho).

Na avaliação do Secovi, isso indica uma tendência de demanda elevada por esses tipos de imóveis no mercado imobiliário da Capital nos últimos anos. Dados do último Censo apontam que a proporção de pessoas morando sozinhas em Porto Alegre é superior à observada no Brasil e no Rio Grande do Sul.

Em 2022, período do último Censo, o número de domicílios com um único morador chegou a 162 mil - 29% do total e mais do que o dobro em unidades de domicílios unipessoais verificados em 2000.

O Secovi-RS avalia que o movimento também se reflete nas vendas, destacando que pesquisa do Sinduscon-RS mostra que 50% das unidades comercializadas no primeiro semestre deste ano foram studios ou de apartamentos de um dormitório. 

GPS DA ECONOMIA

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