sexta-feira, 22 de agosto de 2025


Chega de festa fora de casa

Torta tamanho família, cachorro-quente, pastéis, grandes garrafas de refrigerante e alguns brigadeiros que a gente mesmo enrolava com as mãos besuntadas de margarina. Estava pronta a mesa de aniversário de qualquer criança.

A decoração tinha balões, chapeuzinhos, e os copos descartáveis eram coloridos. Os convidados: tios, tias, primos, vizinhos, padrinhos e madrinhas. O "parabéns" tradicional, sem personagens e velas performáticas. Tudo gostoso e simples.

Não gosto de ir a aniversário de criança em casas de festas. É sempre demais! Muita decoração, muitos brinquedos, comida variada. Até picolé distribuem quando está quente. Fui em um que tinha até contação de histórias, recreação e lembrancinha do personagem escolhido para que os convidados levassem para casa.

Festinha com os coleguinhas da escola também é estranho. Cadê as pessoas importantes na vida desse ser no Parabéns pra Você? Me perdoem os professores, não quero diminuir a importância de um mestre na formação de qualquer pessoa, mas, convenhamos, que na vida adulta olhamos para trás e não temos quase nenhum contato com os professores dos anos iniciais. Os coleguinhas nem vou perder tempo justificando.

Aniversário de criança precisa ter músicas tocando, parentes fofocando, um primo comendo oito fatias do bolo, uma tia pedindo chá e colocando cascas de frutas e maçã-seca para ferver, o aniversariante emburrado porque alguém assoprou a vela no lugar dele e aquele tradicional comentário: "Esse pastelzinho é bem recheado! O do outro lá (lembra algum antigo), nossa, era só vento!"

Gostaria de lançar aqui nessa coluna um movimento pelo retorno e pela defesa das festas de aniversário infantil do modelo garagem ou cozinha de casa. Tias e tios, aprendam a fazer tortas! Mães e pais, vamos voltar a enrolar os docinhos!

Hoje em dia esses aniversários que dão "pouco trabalho" custam uma fortuna. E, bem na real, todo mundo que faz essas festas acaba parecendo estar na mesma festinha. Afinal, só personalizam a decoração conforme a escolha do aniversariante.

As crianças precisam dessas festinhas comuns. É no aniversário feito em casa que a família se reúne sem cerimônia, que as crianças correm e brincam com aquilo que elas têm. Os presentes são entregues ao aniversariante na hora que o convidado chega. Ele abre, agradece. Sem aquela coisa horrível de botar nome no pacote e deixar numa caixa na entrada.

Salvem os aniversários de criança. 

MARCO MATOS 

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