sábado, 11 de outubro de 2025



11 de Outubro de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Dólar dispara com fiscal, setor privado e Trump

Depois de operar perto das mínimas deste ano por semanas, o dólar saltou 2,38% na sexta-feira, para R$ 5,503. A bolsa caiu 0,73% e perdeu outro patamar, ficando em 140,6 mil pontos. Um comportamento tão diferente do que vinha ocorrendo nos últimos meses no mercado não teve uma só causa, mas ao menos três.

Uma é o novo estresse fiscal do Brasil, com necessidade de tapar o buraco da medida provisória que a Câmara dos Deputados deixou caducar há poucos dias. A percepção de piora se acentuou com o lançamento do programa habitacional do governo federal, que depende de liberação de empréstimos compulsórios.

Ainda pesou uma intensa saída de investidores externos. Segundo o jornal Valor Econômico, há confirmação de venda maciça de títulos da dívida da Raízen, empresa que resultou de associação entre o grupo brasileiro Cosan e a petroleira anglo-holandesa Shell. A causa seria risco de perda de grau de investimento. A dívida da Raízen é de R$ 49,5 bilhões, 4,5 vezes sua geração anual de caixa.

Acúmulo de desafios

O terceiro eixo foi nova ameaça feita por Donald Trump à China. O presidente dos Estados Unidos não gostou de controles adotados na exportação de terras raras. Depois do fechamento do mercado no Brasil, anunciou alíquota de 100% contra a China a partir de 1º de novembro. Tenta forçar uma negociação, será preciso acompanhar.

Nos próximos dias, há um acúmulo de desafios para o governo brasileiro. Está prevista a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. No mês passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que a sistemática inclusão da margem de tolerância da meta de resultado primário para definir cortes é "incompatível com o regime jurídico-fiscal vigente".

É esperado um recurso, que deve ser enviado justo quando todos esses problemas tendem a se concentrar.

E a situação se complica por 2026 ser ano eleitoral. Em tese, o pagamento de emendas parlamentares teria de ser feito até junho. A conta prevista, apenas com as chamadas "emendas Pix" e as das áreas de saúde e assistência social, está ao redor de R$ 50 bilhões. Não é troco em qualquer denominação. _

Conforme o BNDES, o crédito aprovado para exportadores do RS afetados por tarifaço soma R$ 679 milhões em pouco menos de um mês. Equivale a 17% do total para o Estado que representou 4,6% das vendas aos EUA em 2024.

Dolarização à argentina?

Havia um dilema na Argentina: os Estados Unidos condicionavam ajuda financeira à vitória de Javier Milei nas eleições parlamentares do dia 26, mas atender a essa exigência era difícil com o desgaste do governo e o dólar em disparada.

Na quinta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reafirmou a disposição de fazer swap cambial de US$ 20 bilhões (troca de moeda) e adotou medida tão inusitada que evidencia o tamanho da crise: comprou pesos argentinos.

- Incrível. Jamais visto - disse Alfredo Romano, da Romano Group, de serviços tributários e auditoria, ao site econômico argentino Ámbito.

À Fox News, Bessent defendeu a iniciativa com uma explicação igualmente rara para governos:

- Não é um resgate. É comprar barato e vender caro.

Até a Fox News quis saber o que os EUA ganhariam, e Bessent alegou que cidadãos americanos serão recompensados porque Milei "está comprometido a tirar a China da Argentina".

Na quinta, papéis de empresas argentinas negociados em Nova York decolaram 27,3%, e títulos nacionais em dólares saltaram 9,3%. Na sexta, feriado na Argentina, os bônus mantiveram alta, mas os recibos de ações recuaram, sem apagar os ganhos da véspera. Reportagem do Ámbito aponta alta probabilidade de dolarização depois das eleições. _

Ruas da Capital com imóveis de R$ 2 mi

Um estudo da Loft identifica que há 10 ruas em Porto Alegre com preço médio próximo ao novo teto do SFH, de R$ 2,25 milhões. O bairro com mais vias com valores nessa faixa é o Bela Vista, com três.

via R$ MILHÕES

Rua Jaraguá 2,2

Av. Guaporé 2

Rua 14 de Julho 2

Eng. Olavo Nunes 1,9

Rua Cândido Silveira 1,9

"Xerife" adverte

A Instituição Fiscal Independente (IFI), conhecida como "xerife das contas públicas", advertiu para "necessidade urgente de se repensar toda a dinâmica fiscal e estrutura de gastos" em nota técnica publicada na sexta-feira. Conforme a entidade, a recusa da Câmara dos Deputados de apreciar a MP que elevaria impostos é novo sinal de que o reequilíbrio fiscal não terá "ambiente político-institucional favorável" pela via de "aumento significativo do nível de tributação". A IFI ressalva que isso não quer dizer que seja inadmissível a "redistribuição da carga". _

GPS DA ECONOMIA

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